quinta-feira, 30 de julho de 2015

Desapega

Imagem extraída de https://www.facebook.com/AFASeleccionArgentina/



Tão difícil quanto formar um bom time é despegar de uma grande geração de atletas. Alguns jogadores são tão bons que relutamos em abrir mão deles, mesmo que estejam em decadência física ou técnica.

O tempo, infelizmente, chega para todos. A idade e as lesões, em dado momento, não permitem que o jogador mantenha seu nível técnico em campo por mais talento que o atleta possua. E isto, obviamente, interfere no desempenho das equipes.

A Espanha disputou a Copa 2014 com praticamente o mesmo elenco campeão de 2010. Alguns jogadores, porém, sentiram o peso da idade, como foram os casos de Xavi, David Villa e Xabi Alonso. Mesmo erro cometido pela Itália em 2010, que insistiu com Cannavaro, Gattuso, Zambrotta e outros trintões.

Há, obviamente, exceções. Miroslav Klose, por exemplo, fez uma Copa do Mundo brilhante em 2014 a despeito de seus 36 anos e das muitas lesões na carreira. Mas, infelizmente, o centroavante alemão é uma das pouquíssimas exceções de atletas que conseguem desafiar o tempo.

Muitos dos atletas da geração atual dificilmente terão condições físicas para disputar a Copa do Mundo 2018, a ser realizada na Rússia. Um jogador nascido em 1984, por exemplo, estará com 33 ou 34 anos de idade quando o Mundial for realizado. São os casos de Robinho, Thiago Silva, Mascherano, Tévez, Maxi Pereira, Schweinsteiger, Iniesta, ... Um ou outro até pode permanecer para dar experiência ao grupo, mas manter uma base muito envelhecida é extremamente arriscado devido às limitações físicas impostas pela idade.

Será que a sua seleção preferida precisará renovar o elenco para daqui a três anos? Fiz uma relação de atletas que estarão com trinta anos ou mais em 2018. Caso haja muitos nomes assim em seu time, é melhor o treinador começar a dar quilometragem para os mais jovens.

Em negrito, estão marcados os atletas que dificilmente terão idade para jogar o próximo mundial.



BRASIL: Jefferson (terá 35 anos em 2018), Dani Alves (35), David Luiz (31), Thiago Silva (34), Marcelo (30), Fernandinho (33), Robinho (34), Tardelli (33)

O problema dos treinadores brasileiros é a falta de ousadia e de paciência com os jogadores mais jovens: como eles são muito pressionados por resultados a curto prazo, os técnicos acabam se apegando a atletas mais experientes ao invés de dar quilometragem para os garotos visando o futuro. Neymar (nascido em 1992) ainda deve ter lenha para jogar as próximas duas Copas do Mundo.



ARGENTINA: Romero (31), Zabaleta (33), Garay (32), Otamendi (30), Biglia (32), Mascherano (34), Agüero (30), Messi (31), Di María (31)

Messi, pela idade, deve disputar seu último mundial em 2018. O maior problema na Argentina, contudo, é a defesa, que estará bem envelhecida para a próxima Copa e, até o momento, o país revelou poucos jogadores de nível para ocupar tais posições.



URUGUAI: Muslera (32), Maxi Pereira (34), Godín (32), Álvaro Pereira (33), Arévalo (36), Gargano (34), Suárez (31), Cavani (31)

Para a felicidade do torcedor uruguaio, Suárez e Cavani deverão ter lenha para queimar até 2018. Por outro lado, esta geração, que joga desde o Mundial de 2010, precisa iniciar uma renovação, afinal o desempenho da Celeste nas últimas competições disputadas foi bem abaixo do esperado.



CHILE: Bravo (35), Isla (30), Jara (33), Mena (30), Vidal (31), Medel (31), Valdívia (35), Alexis Sánchez (30)

A base que venceu a Copa América 2015 deve ser mantida para este ciclo. Bravo, Jara e Valdívia, porém, dificilmente ficam até a próxima Copa.



COLÔMBIA: Ospina (30), Zúñiga (33), Zapata (32), Armero (32), Cuadrado (30), Jackson Martínez (32), Falcao (32)

A Colômbia, felizmente, tem formado muitos atletas talentosos nos últimos anos e, provavelmente, haverá boas peças de reposição. Não obstante, o time atual é bastante jovem e não deve haver muitos problemas com a idade de seus atletas para este ciclo.



Imagem extraída do Facebook oficial de Lukas Podolski- https://www.facebook.com/LukasPodolski/



ALEMANHA: Neuer (32), Boateng (31), Hummels (30), Schweinsteiger (34), Khedira (31), Özil (30), Podolski (33)

Como o treinador Joachim Löw costuma dar muitas oportunidades a jogadores mais jovens, a Alemanha dificilmente terá problemas em efetuar sua renovação. O único problema é que o time está órfão de Philipp Lahm, ex-capitão da equipe e um lateral praticamente insubstituível.



ESPANHA: Casillas (37), Sergio Ramos (32), Piqué (31), Busquets (30), Fábregas (31), Iniesta (34), Pedro (31), Cazorla (34), David Silva (32)

A Furia, felizmente, não mudou sua política de investir nas categorias de base após o fracasso de 2014. As possíveis ausências de Casillas e Iniesta, contudo, podem ser um problema.



ITÁLIA: Buffon (40), Ranocchia (31), Chiellini (34), Bonucci (31), Pirlo (39), Candreva (31), Marchisio (32), Pellè (33)

O grande problema do futebol italiano é que os grandes clubes do país investem timidamente nas suas bases, preferindo comprar o talento pronto. A Azurra, em decorrência disto, tem lançado mão de atletas naturalizados, os chamados oriundi. Os capitães Pirlo e Buffon não demonstram vontade de parar apesar da idade. Será?



HOLANDA: Vlaar (33), Nigel De Jong (34), Robben (34), Sneijder (34), Van Persie (35)

Como se vê, boa parte do atual ataque da Seleção Holandesa é composta por atletas trintões. Será que eles  ainda terão fôlego em 2018?



FRANÇA: Lloris (32), Koscielny (33), Evra (37), Cabaye (32), Matuidi (31), Valbuena (34), Benzema (31), Ribéry (35)

Os franceses, felizmente, aprenderam com os erros de 2010 e a seleção do país tem investido forte em suas categorias de base em busca de novos talentos. Coloquei aqui o nome de Franck Ribéry devido à grande pressão para que o winger do Bayern volte a defender os Bleus neste ciclo, mas ele dificilmente irá à Rússia em 2018.



BÉLGICA: Kompany (31), Vertonghen (31)

A equipe que disputou a Copa 2014 era formada quase que totalmente por jogadores de 23 anos ou menos. Os Diables Rouges, portanto, têm time para jogar pelo menos duas copas do mundo. E há mais garotos engatilhados para os próximos anos.



CROÁCIA: Subašić (34), Srna (36), Pranjić (37), Rakitić (30), Modrić (33), Mandžukić (32), Olić (39)

Os times da Croácia também têm revelado muitos atletas de talento, principalmente nas posições de ataque. As possíveis ausências de Srna e Modrić, contudo, podem ser um problema para a Copa 2018.



Imagem extraída do Facebook oficial de Robin Van Persie- https://www.facebook.com/RobinvanPersie/


quarta-feira, 29 de julho de 2015

Para Que Serve o Pan?

Imagem extraída de https://www.facebook.com/BrasilHandebol/



"Para que serve o Pan"?

Foi a pergunta que uma revista fez há algum tempo atrás.

Os Jogos Panamericanos, de fato, não se comparam a uma olimpíada.

O nível técnico das competições não é exatamente elevado, sobretudo, levando-se em conta que muitas das potências olímpicas como Rússia, China, Grã-Bretanha e outras não participam dos jogos.

Muitos países sequer enviam seus atletas titulares para a disputa dos jogos. Os Estados Unidos, por exemplo, selecionaram atletas universitários. O próprio Brasil disputou as competições sem muitas de suas estrelas do futebol, vôlei e natação.

Os índices obtidos, em decorrência disto, raramente batem os recordes olímpicos ou mundiais.

Então, para que serve o Pan?



Imagem extraída de https://www.facebook.com/BasqueteCBB/



Comecemos pelo significado histórico das olimpíadas, quando atletas disputam os jogos para representarem um país. Ainda que inconscientemente, cada esportista brasileiro que foi ao Pan estava representando o Brasil.

Há, ainda, a importância de se divulgar modalidades pouco conhecidas ou pouco praticadas no Brasil. O pentatlo, por exemplo, tem poucos adeptos conhecidos no país. A pentatleta Yane Marques, ao conquistar seu segundo ouro em jogos panamericanos (o primeiro foi no Rio de Janeiro, em 2007), também ajudou a dar projeção à modalidade que pratica. O título fará com que mais praticantes e patrocinadores se interessem pelo pentatlo.

Temos as histórias de superação, atletas que superaram dramas pessoais graças ao esporte. Estas histórias são mais comuns em jogos paraolímpicos, mas também ocorrem no Pan. Pra muitos destes esportistas, a medalha é apenas um detalhe: a mera participação nos Jogos Panamericanos já é um grande prêmio e uma demonstração de superação de seus problemas.

Para alguns atletas, o Pan é a porta de entrada para vôos maiores. Alguns garotos disputam os jogos justamente porque sonham em representar seus respectivos países em mundiais ou mesmo em olimpíadas. Isso sem falar que, em certas modalidades, é necessário obter um bom desempenho no Pan para que o atleta possa se classificar para os jogos olímpicos.

Os canadenses, donos da casa, tinham uma motivação extra para fazerem bonito. O torcedor do Canadá não se importava se o nível técnico dos jogos era ou não elevado: eles queriam mais é apoiar os representantes de seu país. E os esportistas queriam as medalhas justamente para retribuir o carinho e apoio de seu torcedor.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/BrasilHandebol/



O Pan é, portanto, uma rara oportunidade para que atletas e modalidades pouco conhecidos ou com pouco apoio financeiro tenham preciosos minutos de fama.

Os Jogos Panamericanos são a porta de entrada para que possam conquistar o público e, quem sabe, alçar o sucesso.

O esporte, como qualquer coisa no mundo capitalista, necessita de recursos financeiros para sobreviver. E o lucro, no caso, é o interesse do público. Mídia e patrocinadores jamais investiriam em algo que o espectador não tenha interesse.

 Dizem que para que algo ou alguém tenha sucesso é necessário dar uma chance. O Pan, no caso, é a chance. É a oportunidade para que um atleta pouco conhecido possa brilhar e indicar o caminho a outros futuros atletas.

Mais adeptos praticarão a modalidade estimulados pelo sucesso de algum atleta pioneiro. E poderão representar nosso país no futuro, conquistar fama ou mesmo encontrar alguma alternativa para suas carreiras profissionais. 

Será que o Pan não serve para nada mesmo?



Imagem extraída de https://www.facebook.com/CBF/


terça-feira, 28 de julho de 2015

O Bayern do Guardiola

Imagem extraída do Facebook oficial de Bastian Schweinsteiger- https://www.facebook.com/BastianSchweinsteiger/



Sou fã do Tiki-Taka, do treinador Josep Guardiola (à esquerda na foto) e de sua filosofia de jogo. Mas o que o treinador catalão vem fazendo em seu atual clube, o Bayern München (ou "Bayern de Munique") é algo, no mínimo, questionável.

Guardiola assumiu a equipe na temporada 2013-14. O Bayern havia acabado de conquistar a "Tríplice Coroa" (Bundesliga, DFB-Pokal e Champions League) sob a batuta do hoje aposentado Jupp Heynckes.

A equipe de Heynckes apresentou o melhor do atual futebol alemão ao combinar jogo coletivo, ofensividade, marcação no campo de ataque e dribles. O passado da escola alemã, contudo, ainda estava presente, com atletas altos, fortes, defesa sólida, muita aplicação e velocidade em campo.

Heynckes, portanto, havia unido o que o futebol alemão possuía de melhor no passado com as tendências do futebol atual, como posse de bola e compactação (não gosto dessa palavra).



FC Bayern München 4-2-3-1 football formation
O Bayern da temporada 2012-13 (obtido via footballuser.com).



Guardiola recebeu uma equipe montada. Obviamente, o time necessitava de uma ou outra modificação, em especial alguns jogadores trintões que já estavam sofrendo com frequentes lesões. Havia atletas no banco de reservas que poderiam herdar as posições dos veteranos, como Badstuber, Kroos e Shaqiri. Tudo o que o treinador catalão precisava, portanto, era substituir gradualmente os veteranos pelos mais jovens -quase todos formados na própria base do Bayern, assim como acontece no Barcelona.

Pensei, obviamente, que Guardiola fosse utilizar sua experiência adquirida no Barcelona para dar mais chances aos garotos da base. Óbvio que o Tiki-Taka seria adotado, mas acreditei, também, que o futebol de posse de bola típico da Espanha pudesse ser combinado com o jogo mais físico da Alemanha. O Borussia Dortmund é o maior exemplo, com o time se movimentando intensamente em campo e jogando sem rifar a bola.



FC Bayern München 4-2-3-1 football formation
Um Bayern hipotético armado em 4-2-3-1 já sem alguns dos
jogadores trintões. Mario Götze, que pertencia ao
Borussia Dortmund, havia sido contratado ainda em meio
a temporada 2012-13, o que justificaria sua presença nesta
equipe hipotética (obtido via footballuser.com).



Guardiola, porém, causou um verdadeiro terremoto no clube bávaro. De cara, encostou vários atletas, como Mandžukić e Shaqiri. Outros, como Lahm e Müller, passaram a atuar em posições diferentes das que estavam habituados, com o meia atuando como "falso nove" e o lateral jogando de volante. Uma leva de atletas espanhóis -Xabi Alonso, Juan Bernat e Thiago Alcântara- desembarcou na Allianz Arena. E todos foram, aos poucos, chegando à titularidade.

O treinador catalão havia iniciado um claro processo de "espanholização" do clube. Não que isso fosse necessariamente ruim, afinal Guardiola é um grande treinador e havia revolucionado o futebol em seus anos de Barça.

Era evidente, no entanto, que o técnico estava alterando a essência do Bayern, justamente o mais alemão dos clubes e base da Mannschaft. O jogo vibrante de outras temporadas havia sido substituído pelo Tiki-Taka. E muitos dos jogadores, visivelmente, não se sentiam à vontade no novo estilo de jogo.



FC Bayern München 4-4-2 football formation
Uma das formações adotadas por Guardiola durante a
temporada 2014-15. É verdade que parte dos improvisos se
deveu a desfalques importantes, como Ribéry e Robben.
Mas o time, visivelmente, não se mostrou muito à vontade
com as mudanças (obtido via footballuser.com).



A saída do volante Bastian Schweinsteiger, a meu ver, foi o resumo das mudanças ocorridas no Bayern durante a gestão Guardiola. Basti é o jogador que melhor representa o futebol alemão na atualidade, ao unir força física com habilidade com a bola.

Schweinsteiger estava no Bayern desde as categorias de base e jamais havia trocado a camisa do time bávaro por nenhuma outra, senão a da Seleção Alemã.

Não há evidências de que o jogador tenha tido qualquer desentendimento com o treinador Pep Guardiola -oficialmente, o volante transferiu-se para o Manchester United a convite de seu amigo Louis Van Gaal, que dirige os Red Devils atualmente. Porém, houve uma razão muito forte para que Basti tenha deixado o clube que defende desde as categorias de base.

O Bayern mudou profundamente desde a vinda do treinador catalão e as mudanças afetaram o time como um todo.

Schweinsteiger também foi atingido por esta mudança. Justamente ele que sempre foi símbolo de identificação e comprometimento com o Bayern München.



Imagem extraída do Facebook oficial de Bastian Schweinsteiger- https://www.facebook.com/BastianSchweinsteiger/



Leia mais:

ESPN- Sem Schweinsteiger, Bayern perde parte da identidade: http://espnfc.espn.uol.com.br/bayern-de-munique/bayern-a-secco/5290-sem-schweinsteiger-bayern-perde-parte-da-identidade



MARCELO OLIVEIRA DÁ O PLÁ

Que delícia ver o Palmeiras de Marcelo Oliveira jogar! Trata-se de uma equipe moderna, que atua compactada (olha a palavra da moda aí de novo), movimenta-se bastante e fica com a bola o tempo todo. Marcelo, inclusive, declarou em entrevista o quanto o nosso futebol precisa aprender com os europeus utilizando justamente estes argumentos. Pena que a maioria dos times ainda acha que jogar pelo resultado seja muito mais importante do que buscar jogo, como faz o Verdão de Marcelo Oliveira. E ainda alguns dizem com uma soberba impressionante que o nosso futebol é o melhor do mundo.



SE ARREPENDIMENTO MATASSE...

O Cruzeiro se desfez de quase todo o seu time titular de 2014. Era óbvio que o treinador Marcelo Oliveira não conseguiria montar um novo time a curto prazo. Conseguiu chegar às quartas-de-final da Libertadores e, mesmo assim, foi demitido injustamente. Hoje, a Raposa patina na tabela enquanto o Palmeiras, sob o comando de Marcelo, está fazendo progressos. Deve ter cruzeirense lamentando até agora a mudança de treinador.


segunda-feira, 27 de julho de 2015

Deu Tudo Errado

Imagem extraída de http://worldgrandprix.2015.fivb.com/



Olá, queridos leitores e leitoras!

Gostaria, em primeiro lugar, de pedir desculpas pelo tempo em que seu blog ficou sem receber atualizações. O autor, neste exato momento, está resolvendo algumas questões pessoais -não se tratam de problemas, que fique claro- e, portanto, não tem tido muito tempo para acompanhar os jogos.


Neste final de semana, o vôlei brasileiro encarou três decisões: tivemos as duas finais dos Jogos Panamericanos de Toronto (vou falar do evento com mais detalhes em outro post) e também a fase final do Grand Prix Feminino.

A equipe masculina deu prioridade à Liga Mundial e optou por levar uma equipe reserva aos jogos no Canadá. Mas o time feminino enviou a maioria de suas titulares aos jogos em Toronto, à exceção da levantadora Dani Lins, e as reservas foram aos Estados Unidos para a disputa da fase final do Grand Prix. Para este post, vamos nos ater apenas ao desempenho das meninas.

Não podemos deixar de aplaudir a boa campanha das meninas na etapa classificatória, mas também não podemos deixar de criticar as exibições fracas da Seleção nesta fase final. Nas partidas contra a Rússia e contra os Estados Unidos, o Brasil atuou com uma apatia inexplicável apesar da qualidade comprovada de suas atletas. A ponta Natália foi muito mal nas partidas errando quase todos os fundamentos. As jogadas da levantadora Dani Lins foram muito previsíveis. A outra ponteira, Gabi, foi muito marcada e pouco pôde fazer para ajudar o time. E a central Carol, que foi pouquíssimo acionada? Ela poderia ser muito bem utilizada como alternativa para o ataque. Salvou-se a central Juciely, que está em excelente fase e foi a melhor jogadora do Brasil no campeonato.

O grande responsável, porém, foi o auxiliar Paulo Coco, que substituiu o treinador Zé Roberto (que estava no Pan). Paulo foi muito mal em todos os jogos desta fase: insistiu com jogadoras que estavam mal na partida, não parou o jogo nos momentos oportunos e só tomou alguma atitude quando a vaca já havia ido para o brejo. Se quer fazer testes ou dar moral para alguma jogadora, que o fizesse na fase classificatória. Uma decisão não é o momento ideal para inventar e, muito menos, passar a mão na cabeça de atletas. O bronze acabou sendo lucro para o time.

Discordei, aliás, da opção de priorizar o Pan. O Grand Prix é um torneio de maior relevância em relação aos Jogos Panamericanos e conta pontos no ranking da FIVB, ao contrário do torneio que foi realizado em Toronto. A meu ver, o Pan é que deveria ser utilizado para a realização de testes ou para dar quilometragem às jogadoras mais jovens.

Por falar no Pan, a Seleção foi bem, mas os problemas da equipe titular ficaram evidentes na derrota por 3x0 sets diante dos Estados Unidos. O Brasil é muito forte no bloqueio, mas o ataque foi mal na disputa pelo ouro. Sem Thaísa (lesionada) e Fabiana (poupada), nossa Seleção perdeu os alicerces de seu melhor fundamento. Jaque, lesionada, teve de atuar no sacrifício para ajudar Fernanda Garay no ataque, mas a dupla de ponteiras não conseguiu melhorar os números do Brasil neste fundamento. Não acho que tenha sido "imaturidade" o problema do Brasil na final, como disse Jaque.



Imagem extraída de http://worldgrandprix.2015.fivb.com/



O Brasil, ainda assim, conseguiu emplacar duas atletas na Seleção do Grand Prix 2015. As jogadoras eleitas para o o time foram:

Levantadora: Kreklow (Estados Unidos) 

Ponteiras: Natália (Brasil) e Robinsion (Estados Unidos)

Centrais: Juciely (Brasil) e Dietzen (Estados Unidos)

Oposta: Goncharova (Rússia)

Líbero: Malova (Rússia)

MVP:  Lowe (Estados Unidos)


Nossa Seleção também teve jogadoras eleitas para a seleção do Pan:

Levantadora: Carli Lloyd (Estados Unidos)

Ponteiras: Krista Vansant (Estados Unidos) e Melissa Vargas (Cuba)

Centrais: Adenízia da Silva (Brasil) e Rachael Adams (Estados Unidos)

Oposta: Nicole Fawcett (Estados Unidos)

Líbero: Camila Brait (Brasil)

Maior Pontuadora: Karina Ocasio (Porto Rico)

Melhor Saque: Gina Mambru (República Dominicana)

Melhor Defesa: Camila Brait (Brasil)

Melhor Recepção: Camila Brait (Brasil)

MVP: Carli Lloyd (Estados Unidos)


O Brasil fica de parabéns pelas medalhas conquistadas, mas acho que o planejamento deveria ter sido repensado em função da relevância dos campeonatos e as falhas dos times precisam ser corrigidas. No próximo ano teremos as olimpíadas em casa e a pressão pelo ouro será imensa.

Não é obrigação das equipes vencer, mas as falhas cometidas, principalmente as da fase final do Grand Prix, foram comparáveis às do futebol diante da Alemanha na Copa de 2014.



Imagem extraída de http://worldgrandprix.2015.fivb.com/



Leia mais:


Lance- E deu EUA também no Pan: http://blogs.lancenet.com.br/volei/2015/07/25/e-deu-eua-tambem-no-pan/



ADEUS, BIANCHI

Foram quase nove meses de luta, mas o piloto francês Julio Bianchi não resistiu e morreu no dia 17 de julho, em sua casa em Nice. Ele havia sofrido um acidente no dia 5 de outubro do ano passado e passou todos esses meses em coma até a data de seu falecimento. A morte de Bianchi é a primeira na Fórmula 1 desde a tragédia que custou a vida de nosso Ayrton Senna em 1994 e reabre novamente a discussão sobre a segurança na modalidade.



VERMELHO DE VERGONHA

A eliminação do Inter diante do Tigres teve muita culpa do time gaúcho. A equipe colorada havia feito dois gols no primeiro tempo e estava com o jogo na mão, mas relaxou e quase cedeu o empate. No jogo de volta, a equipe vermelha quis jogar com o resultado, preocupou-se só em se defender e levou um castigo. 3x1 ficou até barato para os gaúchos.


terça-feira, 21 de julho de 2015

De Ziadne a N'Gapeth

Imagem extraída de http://worldleague.2015.fivb.com/



1998. Ano em que a Seleção Brasileira, franca favorita ao pentacampeonato mundial, foi surpreendida pela França, dona da casa pelo inapelável placar de 3x0 na final. Aquele rapaz chamado Zinédine Zidane, filho de africanos (descende de argelinos) acabou com a partida ao anotar dois dos três gols naquela fatídica final no Saint-Denis.

2015. Ano em que o Brasil sediou a final da Liga Mundial de Vôlei. Seis times haviam se classificado para a fase final: Brasil (garantido nesta fase como país-sede), Sérvia, Itália, Polônia, Estados Unidos e França. Todos, com exceção dos franceses, eram considerados favoritos ao título. Os Bleus haviam acabado de subir de uma divisão inferior da Liga, mas haviam feito uma campanha magnífica, sem nenhuma derrota e apenas quatro sets concedidos.

Por coincidência, outro descendente de africanos, o ponteiro Earvin N'Gapeth (foto acima), havia feito toda a diferença em quadra e foi eleito o MVP da competição com méritos. Filho do ex-central camaronês Éric N'Gapeth, Earvin foi o grande responsável pela magnífica campanha que a "zebra" francesa realizou neste ano de 2015.

Foi impossível para este blogueiro não se lembrar da final de 1998 na Copa do Mundo, quando a França, que nunca havia vencido um mundial até então, goleou o Brasil naquela fatídica final. A Seleção Masculina de Vôlei também perdeu para a França por um placar semelhante -3x1 sets- e a derrota custou a nossa vaga para as semifinais. E me lembrei do carrasco Zidane quando vi N'Gapeth se destacando em quadra.



Imagem extraída de http://worldleague.2015.fivb.com/



Mas o que a França havia feito de tão especial para merecer o título? Tudo bem que N'Gapeth foi o destaque, mas no vôlei há pouco espaço para as individualidades. Havia algo "mágico" naquele grupo.

O comentarista e ex-jogador Carlão explicou tudo durante a transmissão da final da Liga Mundial no Sportv: com jogadores de estatura inferior a sérvios, poloneses ou norte-americanos, os franceses não poderiam competir em força ou no bloqueio contra os rivais de físico privilegiado. A França, então, investiu em técnica e na execução dos fundamentos.

Poucos atletas desta brilhante Seleção Francesa atuam em ligas de renome. Apenas o próprio N'Gapeth joga na Rússia. A grande maioria joga na própria França, país onde o vôlei ainda não é tradição.

O vôlei francês, com o título, deu um grande passo rumo ao crescimento da modalidade. Mais do que isso, mostrou que o vôlei não vive apenas de atletas altos e com cortadas poderosas para se consagrar. Isto, aliás, foi mais ou menos o que defendi em outro post, quando valorizei a importância dos atletas "baixinhos".

A vitória da técnica francesa sobre os grandões mostrou que o vôlei não precisa apenas da rede para fazer um time ser campeão. A leveza e a técnica dos Bleus derrubou os rivais grandalhões e, com certeza, fará com que as equipes encarem o vôlei sob novas perspectivas.



Imagem extraída de http://worldleague.2015.fivb.com/



"MARACANAZINHO"

Não bastou o Brasil ter ficado fora das finais em casa. Nenhum atleta brasileiro foi eleito para a seleção da Liga Mundia 2015. Os escolhidos foram:


MVP: Earvin N'Gapeth (França)

Melhor Levantados: Benjamin Toniutti (França)

Melhores Ponteiros: Earvin N'Gapeth (França) e Michał Kubiak (Polônia)

Melhores Centrais: Maxwell Holt (Estados Unidos) e Srećko Lisinac (Sérvia)

Melhor Oposto: Aleksandar Atanasijević (Sérvia)

Melhor Líbero: Paweł Zatorski (Polônia)


Ainda é cedo para se falar em uma "crise" no vôlei masculino, mas a eliminação precoce em casa deixa o sinal amarelo aceso na Seleção, afinal termos as olimpíadas no ano que vem e algo precisa ser feito, ou uma nova derrota em casa será inevitável.



ENQUANTO ISSO, NO FEMININO...

Imagem extraída de http://worldgrandprix.2015.fivb.com/

Se no time masculino o clima é de preocupação, no feminino é só festa. A Seleção venceu suas três partidas válidas pela terceira rodada do Grand Prix. Detalhe: das titulares, apenas a levantadora Dani Lins está atuou, uma vez que o treinador Zé Roberto e boa parte do elenco foi disputar os Jogos Panamericanos em Toronto. O Brasil fez a melhor campanha da fase de grupos com nove vitórias, nenhuma derrota e apenas dois sets concedidos. Os desfalques não foram sentidos e a equipe segue embalada para a fase final a ser disputada nos Estados Unidos. Pelo jeito, teremos muitas opções para cobrir eventuais desfalques nos próximos anos.


quarta-feira, 15 de julho de 2015

O São Paulo de Ontem e o de Hoje

Imagem extraída do Facebook oficial de Rogério Ceni- https://www.facebook.com/RogerioCeniOficial/



Ontem fez dez anos que o São Paulo conquistou sua última Libertadores.

Foi uma campanha mágica, onde méritos e sorte se combinaram em uma equipe que foi vencendo os jogos até chegar a um desfecho espetacular. E muito mais viria pela frente, com a conquista do tricampeonato mundial e também os três Brasileirões consecutivos.

Contrasta o desempenho daquela geração com a atual, afinal o Tricolor ficou um bom tempo sem conquistar títulos oficiais após o Brasileirão de 2008. O máximo que a geração atual conseguiu foi a Sulamericana de 2012.

Sob o ponto de vista técnico, a geração atual tem muito mais qualidade do que a de 2005. O próprio Cicinho, que foi o lateral-direito do tri, declarou que "não havia craques" no time de 2005.

O fato é que o São Paulo daquela época, embora não contratasse tantos medalhões, gastava seus recursos com mais responsabilidade, buscando talentos em equipes coadjuvantes ao invés de fazer contratações de peso.

Havia alguns jogadores de mais renome como Amoroso, Júnior e Luizão, mas a maior parte era de atletas, até então, pouco conhecidos.



São Paulo FC 3-5-2 football formation
São Paulo na final da Libertadores 2005: equipe escalada
no 3-5-2, muito mais baseada em contra-golpes e na
 eficiência do que na iniciativa ou posse da bola
(imagem obtida via footballuser.com).



O futebol, em compensação, era muito mais de eficiência do que coletividade ou técnica. A equipe Tricolor, basicamente, deixava o adversário atacar, roubava a bola no campo de defesa e articulava contra-ataques rápidos em direção ao gol rival. E depois segurava o jogo.

Se o time daquela época poderia ser considerado "bom e barato", a qualidade do futebol nos dias atuais, alvo algumas deficiências, está bem melhor do que o de 2005. Ainda não passa de uma tentativa de se emular o Barcelona de Guardiola, é verdade, mas a equipe de 2005 refletia bem a frase dita por Cicinho.

Penso que o São Paulo poderia aproveitar a ocasião do aniversário de dez anos da conquista e fazer um balanço do que mudou de lá pra cá.

Por um lado, vejo um Tricolor mais moderno, mais divertido e com mais jogadores de qualidade, embora alguns estejam em má-fase.

Por outro, vejo uma equipe menos eficiente e mais apática quando comparada à de 2005. O elenco, não obstante, é muito mais caro, com muitos medalhões. E o São Paulo não vem dando conta de bancar os salários de todos eles.



São Paulo FC 4-2-3-1 football formation
Uma das escalações atuais do São Paulo, podendo ser em
4-2-3-1 ou 4-2-2-2: o time tem mais posse de bola e cria
mais chances de gol, mas a defesa não se mostra muito
segura e o desempenho de alguns dos atletas oscila muito
em campo (imagem obtida via footballuser.com).



A chave para o Tricolor voltar a vencer como na década passada começa resolvendo-se as crises política e financeira, coisas que não haviam em 2005.

O Tricolor, após resolver estes problemas, terá de encontrar um equilíbrio entre o futebol artístico e a eficiência. Gostaria de ver o time voltando a brigar pelos troféus novamente, mas jogar como na década passada não tem mais a mesma eficiência. O fracasso da Seleção Brasileira na última Copa do Mundo é um exemplo de como as ideias de 2000 já estão ultrapassadas. Os times de hoje, mesmo os mais pragmáticos, adotam novos tipos de estratégia, como a compactação (confesso que não gosto desse termo), o jogo coletivo e a bola no chão.

O São Paulo precisa, portanto, encontrar um equilíbrio perfeito entre o futebol moderno e as ideias que deram certo no passado. Feito isto, o caminho para os títulos será apenas questão de tempo.



Leia mais:

Globo Esporte- Opinião: 10 anos depois, São Paulo de 2005 tem muitas lições a dar ao atual: http://globoesporte.globo.com/futebol/times/sao-paulo/noticia/2015/07/opiniao-10-anos-depois-sao-paulo-de-2005-tem-muitas-licoes-dar-ao-atual.html


terça-feira, 14 de julho de 2015

O Penúltimo Degrau Para a América

Imagem extraída do Facebook oficial do Internacional- https://www.facebook.com/SCInternacional.Oficial/



Olá, leitores e leitoras!

Provavelmente muita gente não se lembra, mas a Copa Libertadores da América ainda não acabou! A competição passou por um recesso de um mês e meio para a realização da Copa América.

A maioria dos times brasileiros já deu adeus à competição, mas o Inter do treinador Diego Aguirre ainda está vivo e com boas chances de títulos.

Lamento apenas que a maioria das equipes que jogava um bom futebol (Boca, Universidad de Chile, São Paulo, Cruzeiro e Corinthians) também rodou no processo. Infelizmente, a Libertadores ainda é um cenário muito mais propício para a raça do que para a técnica ou talento.

Nem tudo está perdido, felizmente. Na Copa América, os dois finalistas eram equipes que se destacavam muito mais pela elegância do que pelos carrinhos. Quem sabe isto não influencie os clubes do continente a jogar da mesma forma, não é?

Bem, vamos às análises e aos palpites? Será que o Inter, nosso último representante chega à final?



RIVER PLATE X GUARANÍ: que me desculpem os torcedores dos dois times, mas este jogo tem tudo para ser um festival de faltas e expulsões. O River, que havia me encantado em 2014, voltou a jogar na catimba além de ter feito uma campanha horrível na primeira fase. Deu sorte com a punição do Boca e a apatia do Cruzeiro no mata-mata. O time paraguaio é apenas razoável, mas jogou um futebol um pouco melhor que os argentinos. O Guaraní, aliás, pode vir a ser um novo Once Caldas e se tornar uma nova zebra da Libertadores. Será?

Jogo de Ida: Monumental de Núñez, hoje às 21:00h (horário de Brasília)
Jogo de Volta: Estadio Rogelio Livieres ou Defensores Del Chaco (a confirmar), dia 21/07 às 21:00h

Palpite: River Plate



INTERNACIONAL X TIGRES: se a tradição se mantiver, o Tigres deve estar priorizando a disputa da competição da CONCACAF e não dará tanta importância à Libertadores. O Inter, porém, não pode vacilar: do outro lado há jogadores experientes como Juninho, Guerrón, Sóbis e Gignac.

Jogo de Ida: Beira-Rio, amanhã às 22:00h (horário de Brasília)
Jogo de Volta: Estadio Universitario, dia 22/07 às 22:00h

Palpite: Internacional



LIGA MUNDIAL

Imagem extraída de http://worldleague.2015.fivb.com/

A Seleção Masculina de Vôlei entra em quadra amanhã às 14:00h (horário de Brasília). A fase final da Liga Mundial de Vôlei 2015 será realizada no Rio de Janeiro e, portanto, nossa Seleção terá apoio maciço de sua torcida. Boas chances para conquistarmos nosso décimo título. Porém, é bom não se empolgar: norte-americanos, poloneses, sérvios, italianos e franceses estarão em nosso caminho.



CRISTALDO

Das "heranças" deixadas pelo treinador Ricardo Gareca, o centroavante Cristaldo é o que mais goza de prestígio e carinho da torcida -o zagueiro Tobio já foi embora enquanto a dupla Allione e Mouche segue se recuperando de lesão. O Churry vem marcando em praticamente todos os jogos, é esforçado e ainda pode render lucros ao Palmeiras em uma eventual transação. Por outro lado, é preciso considerar o fato que muitos de seus gols foram anotados apenas em partidas que já estavam resolvidas. Seria necessário, portanto, que ele começasse um jogo como titular para termos um parâmetro seguro para sua renovação. Eu renovaria com ele.



RONALDINHO

O Fluminense anunciou a contratação do craque Ronaldinho Gaúcho. Segundo o jornalista Cosme Rímoli, foi uma demonstração de que o clube pode sobreviver sem a parceria da Unimed, encerrada ao final do ano passado. Resta saber qual dos Ronaldinhos vai atuar pelo Tricolor: o que fez a diferença pelo Galo em 2013, ou o que deixou vários clubes pela porta dos fundos.


segunda-feira, 13 de julho de 2015

Histórias Sem Fim

Imagem extraída do Facebook oficial do Liverpool-
https://www.facebook.com/LiverpoolFC/



Olá, queridos leitores e leitoras!

Foi feriado aqui em São Paulo e aproveitei para tirar alguns dias de folga! Em decorrência disto, não tivemos postagens nos últimos quatro dias.


A janela de transferências da Europa está a pleno vapor com muitos jogadores mudando de ares.

Não esperava, entretanto, ver tantos jogadores que devotaram suas carreiras inteiras a um único clube deixando seus respectivos times após tantos anos de serviços prestados.

Steven Gerrard, Xavi, Iker Casillas e Bastian Schweinsteiger sempre jogaram por um único time durante suas respectivas carreiras profissionais. Cada um deles dedicou mais de dez anos aos seus respectivos clubes. E agora estão trocando de clube pelos mais variados motivos.



Imagem extraída do Facebook oficial do Barcelona- https://www.facebook.com/fcbarcelona/



Não recrimino nenhum jogador que troca de clube, mesmo que seja um rival histórico, e, muito menos os motivos que levam o atleta a tomar tal atitude, mesmo que seja meramente dinheiro. Ou, por acaso, você, como trabalhador e profissional, recusaria uma proposta que fosse financeiramente mais vantajosa oriunda de uma outra empresa?

O tempo passa para todos nós. Para os atletas ainda mais, uma vez que suas carreiras são efêmeras e um jogador com 30 anos já é considerado "velho".

Xavi e Gerrard, por exemplo, já estavam convivendo com muitas lesões e com as limitações da idade. Não mais conseguiam atuar no mesmo nível de outrora e optaram por dar seus últimos toques de bola em ligas emergentes.



Imagem extraída do Facebook oficial do Real Madrid- https://www.facebook.com/RealMadrid/



Fica, no entanto, aquele sentimento de coração partido. Cada um dos jogadores mencionados estava em seus respectivos clubes desde as categorias de base. Foram anos de devoção e amor que tiveram um final bem diferente do esperado. Todos gostariam que Gerrard, Xavi, Casillas e Schweinsteiger encerrassem suas respectivas carreiras nos clubes que os revelaram.

O amor à camisa é algo cada vez mais raro, sobretudo em uma era em que o dinheiro tem cada vez mais interferência no futebol. Como escrevi antes, não considero errado mudar de clube por razões financeiras, mas a devoção do jogador a uma entidade é algo que deve ser valorizado.

Quando vejo todos esses jogadores trocando de clube, é o mesmo que ver Rogério Ceni ou Marcos vestindo outra camisa senão a do São Paulo ou do Palmeiras, respectivamente.

Será muito estranho, por exemplo, sintonizar a Premier League e ver o Liverpool sem Gerrard. Compreensível, mas difícil de se acostumar.

Resta a este blogueiro desejar boa sorte a todos os jogadores mencionados em seus novos times e que consigam repetir o sucesso que tiveram em seus respectivos clubes de coração.

O tempo passa, os amores ficam e as histórias terminam sem ter um final.



Imagem extraída do Facebook oficial de Bastian Schweinsteiger- https://www.facebook.com/BastianSchweinsteiger/



PRIORIDADES?

Acompanhei a Seleção Feminina de Vôlei na segunda etapa do Grand Prix 2015. A maioria das titulares ainda não entrou em quadra. Ainda assim, não justifica o Brasil tomar tantos sustos diante de adversárias consideradas "coadjuvantes", como a Bélgica e a Tailândia. Quando o adversário é considerado "fraco", o negócio é pressionar sem piedade e fazer muitos pontos enquanto o rival está grogue. Deixar o rival respirar e se recuperar pode ser fatal. Vivo escrevendo isso no futebol e no vôlei não pode ser diferente.



FÓRMULA MÁGICA

Os dirigentes do meu São Paulo descobriram uma maneira para o time reagir no campeonato. Bastou o clube quitar os vencimentos que estavam atrasados e o time voltou a render em campo. Genial! Por que não pensaram nisto antes? Afinal, o São Paulo é um time grande e sempre paga em dia, não é mesmo?


quarta-feira, 8 de julho de 2015

Um Ano Após a Tragédia

Imagem extraída de https://www.facebook.com/DFBTeam



Olá, queridos leitores e leitores!

Estamos lembrando uma data não muito feliz para o futebol brasileiro.

Hoje faz um ano que a Alemanha goleou o Brasil por 7x1 e causou a maior derrota da história da Seleção Brasileira.

Há dezenas de interpretações daquela goleada, mas todas convergem para um único ponto: nosso futebol já não é mais aquele de Garrincha, Pelé, Zico ou Romário.

Todo o respeito que o nosso futebol possuía se perdeu em 90 minutos de jogo naquela fatídica tarde em Belo Horizonte.

Triste saber que, enquanto os alemães continuam a aperfeiçoar e renovar seu estilo, continuamos estacionados no tempo.

Nossos jogadores continuam se destacando muito mais pela força do que pela habilidade ou inteligência, e os poucos craques que formamos se perdem por aí em meio a um monte de brucutus ou, então, fogem para a Europa na primeira oportunidade.

Treinadores estão muito mais preocupados em manterem seus empregos do que vencerem as partidas.

Dirigentes não abrem mão de seus privilégios, mesmo que isto signifique prejudicar o futebol.

Nossos campeonatos continuam tão ruins que precisamos recorrer à Europa para formarmos a nossa Seleção.

A formação de atletas continua um grande descaso.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/DFBTeam



Com toda a honestidade, eu realmente não gostaria de escrever este artigo hoje. Não gosto de escrever textos sensacionalistas-apocalípticos-conspiratórios. Estou farto de ver o noticiário e os jornais e encontrar esse tipo de texto.

Hoje, contudo, faz-se necessário recorrer a este tipo de texto.

O futebol brasileiro deveria ter aprendido com a humilhação de um ano atrás, mas nada mudou.

A Seleção Brasileira é o maior exemplo disto: trocamos Felipão por Dunga e não saímos do lugar. Houve ligeira melhora na Copa América, mas ainda foi pouco. Não fizemos uma única partida boa na competição e tivemos apenas lampejos de bom futebol.

Enquanto continuamos a enxugar gelo, os nossos vizinhos trataram de se mexer. Quase todas as seleções que disputaram a Copa América trataram de apostar no jogo coletivo e na ofensividade. A melhor delas, o Chile, se motivou com o fracasso ocorrido no mesmo Mineirão e tratou de buscar seu primeiro título apostando em um futebol bonito e coletivo. E nós?

O comodismo onde nos encontramos realmente impressiona.

Fomos humilhados em nossa própria casa e até agora não demos a resposta.

Continuamos enganando com aqueles amistosos pífios -salvo por um ou outro mais interessante- e, mais uma vez, quebramos a cara na Copa América.

Nosso próximo grande compromisso serão os Jogos Olímpicos, a serem realizados aqui no Brasil em 2016.

A Alemanha está classificada e, segundo matérias, Klose, Mertesacker e Lahm estariam interessados em disputar os jogos.

Vem um novo 7x1 por aí?



Imagem extraída de https://www.facebook.com/DFBTeam



Leia mais:

terça-feira, 7 de julho de 2015

Um Outro Mérito Acadêmico




Olá, queridos leitores e leitoras!

Estive na faculdade em que me graduei durante a última sexta-feira para um motivo muito especial: a Atlética da instituição, a Associação Atlética Acadêmica Farmácia e Bioquímica (AAAFB), homenageou os alunos que, de alguma maneira, fizeram a diferença pelo esporte universitário. Os atletas (por que não chamá-los assim?) receberam um certificado atestando tais feitos.

Quem acompanha meus posts sabe que sou um defensor ferrenho do esporte universitário e faço questão de exaltar a importância de sua prática, tanto para a própria formação do aluno, quanto para o engrandecimento do nome da faculdade.

O esporte é tão importante para a universidade quanto os trabalhos científicos e o prestígio profissional do aluno. Nada mais justo, portanto, que homenagear aqueles que contribuíram com o esporte universitário de alguma forma. São pessoas que acrescentam algo à instituição.

Talvez seja por ignorância minha, mas jamais tive conhecimento de qualquer homenagem formal ao esporte acadêmico desta maneira, pelo menos aqui no Brasil.

O esporte universitário, infelizmente, ainda tem sua importância subestimada, mesmo pelas grandes universidades do país. A prioridade é sempre a publicação de trabalhos científicos ou a preparação do aluno para atuar na "indústria" -como generalizamos as empresas nas quais os acadêmicos buscam emprego.

Quando um aluno disputa uma competição, seja qual for, ele está representando a sua faculdade. Uma medalha, troféu ou título é uma honra para o acadêmico e também para a própria instituição. É um sentimento muito semelhante ao de atletas olímpicos representando seus respectivos países.

O esporte universitário pode, ainda, ser interessante sob outros aspectos. Em 2005, por exemplo, o time de vôlei masculino de minha faculdade era tão bom que chamou a atenção de uma grande empresa farmacêutica que estampou sua logomarca nos uniformes da equipe. De maneira similar, vi restaurantes estampando seus logotipos nas mangas dos uniformes do time de handebol masculino de minha faculdade.

O esporte universitário, portanto, pode engrandecer a faculdade e a universidade sob muitos aspectos, inclusive aproximando ainda mais a indústria da universidade. Sua prática deve ser incentivada e valorizada. Da mesma forma, deve-se oferecer infra-estrutura adequada para que sua prática seja possível, incluindo bons treinadores, aparelhos e espaço. E, claro, o praticante deve ser sempre valorizado, principalmente aqueles que contribuíram, de alguma forma, para o engrandecimento da modalidade.

Parabéns à AAAFB pela iniciativa de homenagear os atletas que mais contribuíram com o engrandecimento do esporte universitário e também o nome da própria faculdade! E parabéns aos alunos-atletas homenageados!

Que o exemplo seja seguido por outras instituições!






O VÔLEI BRASILEIRO É GIGANTE

Pois é! Eu estava tão entretido com a Copa América 2015 que até me esqueci do nosso vôlei. Neste final de semana, começou o Grand Prix de Vôlei Feminino e o Brasil estreou bem, derrotando Japão, Sérvia e Tailândia. O masculino, já classificado e com time misto, teve apoio de sua torcida em Cuiabá, mas só conseguiu vencer um dos dois jogos diante da poderosa Itália. O melhor, no entanto, ficou para as areias: faturamos cinco medalhas no vôlei de praia neste final de semana, sendo ouro e bronze no masculino, e as três no feminino! Parabéns ao nosso vôlei! Farei uma resenha maior para homenagear nossos atletas mais adiante!



QUE DUREZA...

Depois de um mês me deliciando com o futebol praticado pelo Chile e pela Argentina, está uma dureza voltar ao nosso pavoroso Campeonato Brasileiro. Quase todos os times estão naquela monotonia de sempre, preocupados muito mais em não perderem do que buscarem a derrota. Jogos como Goiás X Corinthians e São Paulo X Fluminense foram de doer. Será que os "professores" daqui não estariam interessados em pegar umas aulinhas com o Jorge Sampaoli?



ESTADOS UNIDOS PÕE O JAPÃO NO BOLSO

As japonesas levaram uma bela goleada de 5x2 das norte-americanas na final da Copa do Mundo de Futebol Feminino. Culpa do treinador, que resolveu encher o time de volantes ao invés de usar o que havia de melhor no elenco. As gigantes norte-americanas, que não tinham nada a ver com isso, pegaram as amedrontadas japonesas, enrolaram e botaram no bolso, como disse o grande Juca Kfouri. Eu me deliciei com espetáculo protagonizado pelos Estados Unidos, fazendo 4x0 com apenas 15 minutos de jogo!


segunda-feira, 6 de julho de 2015

Copa América: O Desempenho das 12 Seleções

Imagem extraída de https://www.facebook.com/copaamerica/



Olá, queridos leitores e leitoras!

Este será, em princípio, o último post a respeito da Copa América 2015. Não sabemos, afinal, se surgirá mais alguma novidade relacionada ao assunto.

Mantendo a tradição do blog, vamos avaliar o desempenho das 12 seleções participantes, assim como havíamos feito em competições anteriores.

Utilizaremos, como sempre, o método aplicado pelo jornalista Leonardo Bertozzi (do canal ESPN), que atribuiu notas ao desempenho das equipes.

Termos, contudo, uma mudança na avaliação: desta vez, a mera classificação para o mata-mata não necessariamente garantirá uma nota acima de 5,0 à equipe, afinal observei certos times que se classificaram muito mais por sorte do que por méritos próprios.

Como as equipes foram nesta Copa América? Vamos, então,ao desempenho dos times!



1- CHILE- 10,0: sem sombra de dúvida, foi a melhor equipe graças à sua atuação impecável, unindo o toque de bola típico da Espanha com a raça sul-americana. O trabalho coletivo dos atletas somado à força de sua torcida foi fundamental para que a Roja colocasse fim à incômoda ausência de troféus. Nem mesmo as suspeitas de favorecimento serviram para tirar o brilho da equipe anfitriã. Esta, sem dúvida, é a melhor geração de atletas chilenos, superando aquela de 98 que tinha Marcelo Sallas e Bambam Zamorano.

Destaque- Arturo Vidal (volante): versátil, técnico e raçudo. Fez um pouco de tudo no campo. E ainda deixou sua marca três vezes na competição.

Ficou Devendo- Gonzalo Jara (zagueiro): extrapolou na provocação a Cavani, foi suspenso merecidamente e deixou seu time na mão durante a reta final da competição. Sorte dele que os reservas deram conta do recado.



2- ARGENTINA- 7,5: mereceria um 9,0 pelo desempenho e pelo futebol praticado, mas faltou seriedade à Albiceleste nos jogos da primeira fase (a equipe baixou a guarda diante do Paraguai e da Jamaica) e também ousadia na grande final (o time aceitou passivamente a pressão chilena). A equipe está melhor quando comparada à da Copa do Mundo, mas carece de mais vontade em campo. Fora isso, tivemos um belo futebol, dotado de elegância e boas exibições dos meio-campistas.

Destaque- Javier Pastore (meia): a Argentina não está mais órfã de Riquelme. Pastore chegou para dar criatividade ao meio-de-campo argentino e ajudar o sobrecarregado Messi lá na frente.

Ficou Devendo- Gonzalo Higuaín (atacante): lento, apático e sem pontaria em campo. Não obstante, mandou seu pênalti contra o Chile para a lua. Por onde anda aquele atacante que brilhou em 2010?



3- PERU- 7,0: repetiu o bom desempenho de 2011 ao jogar com ousadia e ofensividade. Apresentou algumas falhas defensivas e não demonstrou exatamente um futebol bonito, mas contou com a raça de Guerrero e a criatividade de seus dois wingers, Farfán e Cueva.

Destaque- Paolo Guerrero (atacante): foi o coração e o líder da equipe ao jogar com raça e buscar jogo o tempo todo. E ainda foi o artilheiro da competição junto com Eduardo Vargas.

Ficou Devendo- Luis Advíncula (lateral direito): uma avenida para os rivais jogarem.



4- PARAGUAI- 6,5: ainda não joga um bom futebol e comete muitas faltas, mas percebe-se evoluções com relação às equipes anteriores, com o time atacando um pouco mais e trocando mais passes. O meio-de-campo foi bem apesar de não ser brilhante.

Destaque- Miguel Samudio (lateral esquerdo): apoiou e defendeu com a mesma eficiência. Deu azar quando se lesionou, mas isto não tirou o brilho de suas exibições.

Ficou Devendo- Bruno Valdez (lateral direito): a maioria dos gols saiu pelo seu lado. Por que será, hein?



5- BRASIL- 5,0: o time evoluiu com relação à equipe de Felipão e o time demonstrou que até consegue jogar sem Neymar. Pena que o Brasil foi preguiçoso e não tenha buscado mais gols para aumentar mais a vantagem.

Destaque- Daniel Alves (lateral direito): finalmente repetiu pela Seleção Brasileira as boas atuações do Barcelona. E ainda melhorou nos aspectos defensivos.

Ficou Devendo- Neymar (atacante): deu chilique diante da Colômbia e desfalcou sua equipe no momento em que ela mais precisou de seu craque.



6- COLÔMBIA- 4,0: como pode um time com um elenco tão bom jogar com tamanha apatia nesta Copa América? Os Cafeteros só fizeram uma partida boa e precisaram da ajuda do Brasil para chegar ao mata-mata.

Destaque- Jeison Murillo (zagueiro): esforçado, seguro e autor do único gol colombiano. E eleito revelação da competição.

Ficou Devendo- Falcao García (atacante): alguém aí viu Falcao em campo? Encontra-se desaparecido desde que se mudou para Manchester. Quem tiver notícias, favor avisar.



7- URUGUAI- 4,5: o time foi esforçado, mas faltou futebol à Celeste, que errou muitos passes e finalizações. O time também cometeu faltas à rodo e ainda aplicou muito mal o conceito de "jogar sem a bola". Pelo jeito, a ausência de Suárez foi muito sentida em campo.

Destaque- Fernando Muslera (goleiro): sem culpa nos gols sofridos. Bem todas as vezes em que foi exigido.

Ficou Devendo- Diego Rolán (atacante): o garoto sentiu a responsabilidade de substituir Suárez. Errou passes, finalizações e ainda pisou na bola contra (literalmente) a Jamaica.



8- BOLÍVIA- 5,5: cotada para cair ainda na primeira fase, a Bolívia foi esforçada em campo e foi a grande surpresa da competição. É uma equipe de pouca qualidade técnica, mas que soube aproveitar bem as chances que teve.

Destaque- Romel Quiñónez (goleiro): só falhou em um gol, diante do Equador. De resto, não teve o que fazer. Pegou pênalti e garantiu pontos preciosos à sua equipe na primeira fase.

Ficou Devendo- Marcelo Moreno (atacante): isolado na frente, só apareceu para bater pênalti.



9- VENEZUELA- 5,0: seleção bastante limitada, mas que soube se impor mesmo diante de rivais tecnicamente melhores. Não praticou exatamente um bom futebol, mas se destacou pela vontade em campo.

Destaque- Juan Argango (meia): foi o motorzinho do time e criou as melhores chances de gol.

Ficou Devendo- Fernando Amorebieta (lateral esquerdo): era o melhor do time... Até ser expulso de maneira infantil contra o Peru e prejudicar sua equipe nos dois últimos jogos disputados.



10- EQUADOR- 3,5: foi a seleção mais decepcionante do torneio. Tinha elenco e qualidade técnica para ir longe em uma chave bastante acessível, mas foi mal nos dois primeiros jogos e a vitória diante do "time B" do México foi inútil.

Destaque- Juan Carlos Paredes (lateral esquerdo): bem no apoio e na marcação. Pode evoluir ainda mais, agora que seu time, o Watford, foi promovido à Premier League.

Ficou Devendo- Miller Bolaños (atacante): cometeu duas bobagens que custaram pontos preciosos à sua equipe -fez pênalti desnecessário em Vidal e depois invadiu a área após cobrança de Enner Valencia contra a Bolívia.



11- MÉXICO- 5,0: o "time B" mexicano deixa a competição sem nenhuma vitória, mas exibindo um bom futebol e muita garra. Poderia ter sido mais ousado porque havia qualidade técnica para isto, mas isto não tira o brilho desta esforçada equipe.

Destaque- Matías Vuoso (atacante): dois gols, garra e boa movimentação em campo.

Ficou Devendo- Juan Carlos Valenzuela (zagueiro): pelo jeito, não é fácil substituir um craque como Rafa Márquez, não é?



12- JAMAICA- 5,0: o desempenho fraco era totalmente esperado, afinal foram três jogos, três derrotas e nenhum gol marcado. Mas a equipe demonstrou muito esforço, profissionalismo e deu trabalho aos três rivais. Só não foi melhor porque faltou qualidade técnica à equipe, porque os jamaicanos cometeram pouquíssimos erros em campo.

Destaque- Rodolph Austin (volante): o capitão buscou jogo o tempo todo, além de criar boas chances pela direita.

Ficou Devendo- Duwayne Kerr (goleiro): deu um presentão para Édgar Benítez e deixou escapar um ponto precioso diante do Paraguai.


domingo, 5 de julho de 2015

Copa América: A Seleção do Campeonato

Imagem extraída de https://www.facebook.com/copaamerica



Sim, queridos leitores e leitoras.

A Copa América 2015 chegou ao seu final.

Foram quatro semanas e dois dias de muitas emoções e bom futebol, por incrível que pareça.

Esperava por jogos mais truncados e faltosos, com o suor prevalecendo sobre a técnica, mas os times, em geral, souberam jogar no ataque e não se limitaram em defender ou cometer faltas.

Melhor ainda é saber que as duas seleções que praticaram o futebol mais bonito, o Chile e a Argentina, fizeram a final. Toque de bola, dribles, jogo coletivo e ofensividade encantaram o espectador e fizeram a audiência valer a cada minuto.

Fica difícil e até injusto avaliar os destaques individuais de alguma equipes, afinal os times, em sua maioria, souberam deixar as individualidades de lado e jogaram realmente como equipes. Nada de ficar se defendendo lá atrás e esperar que os craques resolvam lá na frente. No futebol são onze contra onze.

Faço questão, no entanto, de indicar os jogadores que se destacaram na competição, como fiz para a Copa do Mundo e também para o Campeonato Brasileiro.

A minha seleção da Copa América, obviamente, não será 100% igual à oficial da CONMEBOL, mas muitos jogadores, certamente, irão coincidir.

Quem foram os atletas que brilharam neste campeonato? Vamos aos jogadores por posição!



GOLEIRO- David Ospina (Colômbia): sim, Ospina. O arqueiro do Arsenal não conseguiu levar sua seleção às semifinais e nem pegou pênaltis, mas foi o menos vazado da competição (sofreu apenas um gol), operou milagres em uma equipe apática e garantiu os resultados para os Cafeteros.


LATERAL DIREITO- Mauricio Isla (Chile): apesar de ser muito ofensivo, não comprometeu defensivamente. Suas subidas ao ataque foram um martírio para os adversários. E ele ainda fez um gol na competição.


ZAGUEIRO DIREITO- Nicolás Otamendi (Argentina): transmitiu à sua seleção a segurança que a defesa argentina não teve durante o ciclo anterior. Boa saída de bola, poucas faltas cometidas e seguro nos desarmes. O Valencia, seu clube atual, vai ter de se empenhar para não perdê-lo.


ZAGUEIRO ESQUERDO- Jeison Murillo (Colômbia): a Copa América 2015 foi um desastre para a Colômbia, menos para o garoto Murillo, que fez o único gol dos Cafeteros, foi seguro nos desarmes, cometeu poucas faltas e ainda segurou Messi nas quartas-de-final. E ele foi eleito a revelação do campeonato. Sorte para a Internazionale, que acabou de contratá-lo.


LATERAL ESQUERDO- Miguel Samudio (Paraguai): foi mais seguro do que Marcos Rojo na defesa e ainda apoiou bastante no ataque. O Paraguai sentiu muito a sua falta nos jogos em que esteve lesionado.


VOLANTE- Arturo Vidal (Chile): três gols, firmeza na marcação, passes, movimentação, ... O "Rey Arturo" fez um pouco de tudo na Copa América 2015 e repetiu as boas atuações na Juventus pela Roja.


MEIA DIREITO- Javier Pastore (Argentina): era a peça que faltava no meio-de-campo albiceleste. Tirou um pouco da responsabilidade de Messi na armação, deu passes e ainda fez um gol na competição.


MEIA ESQUERDO- Jorge Valdívia (Chile): sim, eu não fiquei louco. Valdívia comandou o meio-de-campo do Chile, distribuiu passes e demonstrou muita aplicação em campo. Nem parecia o jogador em má fase do Palmeiras.


ATACANTE DIREITO- Eduardo Vargas (Chile): artilheiro da competição com quatro gols, Vargas demonstrou oportunismo e bom posicionamento para arrematar as jogadas elaboradas pelo bom meio-de-campo chileno. E ele ainda ajudava na marcação e fazia jogadas individuais quando necessário.


ATACANTE CENTRAL- Lionel Messi (Argentina): só fez um gol, mas jogou para o grupo. Belos passes, dribles e assistências. Pena que poucos o ajudaram a brilhar em campo.


ATACANTE ESQUERDO- Alexis Sánchez (Chile): assim como Messi, ele mais deu assistências do que fez gols, mas soube fazer a diferença jogando para o grupo.


TREINADOR- Jorge Sampaoli (Chile): recebeu um belo time deixado por Bielsa e Borghi, é verdade. Mas Sampaoli soube tirar o melhor da equipe e compensar as limitações de seus atletas, principalmente nos aspectos físicos e defensivos. A equipe apresentou um futebol magnífico, jogou com muita vontade e coragem mesmo diante de uma Argentina repleta de craques.


MENÇÕES HONROSAS: Daniel Alves (lateral direito- Brasil), Miranda (zagueiro- Brasil), Paolo Guerrero (atacante- Peru), Angél Di María (winger esquerdo- Argentina), Javier Mascherano (volante/zagueiro- Argentina), Sergio Agüero (atacante- Argentina), Gary Medel (volante/zagueiro- Chile), Charles Aránguiz (volante- Chile) e Fernando Muslera (goleiro- Uruguai).


CRAQUE DA COMPETIÇÃO- Arturo Vidal (Chile): foi difícil escolher, mas optei por Vidal pela sua versatilidade, regularidade e gols marcados. E, claro, pelo fato de sua equipe ter sido a melhor da competição.



A seleção da competição, escalada em 4-3-3
(imagem obtida via this11.com). 


sábado, 4 de julho de 2015

O Argentino que Calou a Argentina

Imagem extraída de https://www.facebook.com/SeleccionChilena/



Hoje foi um dia histórico para o futebol chileno e também para o Chile. A Roja, após 120 anos de sua fundação, finalmente conquista seu primeiro título. E foi com todos os méritos, afinal a Seleção Chilena foi taticamente impecável, sabendo compensar suas limitações com esforço, raça e jogando um futebol belíssimo. Tudo isso apoiado por sua torcida que compareceu em peso do primeiro ao último jogo.

Sempre digo que os jogadores são os protagonistas em campo, afinal são os atletas que fazem o espetáculo acontecer, dão o sangue pelo time e colocam a própria saúde em risco. Tudo para que os clubes e seleções conquistem os troféus.

Hoje, no entanto, é inquestionável o quanto o treinador Jorge Sampaoli fez a diferença em campo. A Roja estava disputando uma final de Copa América após tantos anos de campanhas pífias. Mais do que isso: o adversário era a poderosa Argentina, local de nascimento de Sampaoli, e o rival tinha uma verdadeira constelação de atletas.

Sampaoli, a meu ver, foi o grande diferencial para que o Chile triunfasse. O treinador foi ousado na escalação ao optar por uma equipe mais ofensiva, transmitiu segurança a seus comandados a despeito de haver um Messi do outro lado, impediu que seus pupilos desanimassem e "jogou junto com o time" do primeiro ao último minuto.


O Chile foi a campo com duas mudanças: o volante Francisco Silva atuou recuado no lugar do zagueiro José Manuel Rojas, e o winger Jean Beausejour estava de volta no lugar de Eugenio Mena. As mudanças não comprometeram a Roja sob o aspecto defensivo e ainda melhoraram a saída de bola chilena.

A Argentina manteve a escalação inicial com relação à semifinal contra o Paraguai, com Martín Demichelis mantido na posição de Ezequiel Garay.

Foi estranho, no entanto, ver um time com Lionel Messi jogando sem a bola. A Argentina aceitou a pressão chilena e ficou a maior parte do tempo se defendendo, buscando chances de gol em contra-ataques ou bolas paradas.

O Chile jogava "compacto" (confesso que não gosto desta palavra), adiantando a marcação e trocando passes no campo ofensivo. Se perdiam a bola, o trio Silva, Díaz e Medel recuavam, enquanto os homens de frente cercavam o condutor da bola e saíam em contra-ataque tão logo que ela fosse recuperada.

A Albiceleste ofereceu muito espaço para a Roja jogar, principalmente pela esquerda, onde Vargas e Isla faziam a festa. Romero só não teve mais trabalho porque faltou ao Chile um homem de referência na área e o time da casa pecou nos arremates. E, para piorar, Di María teve de deixar o gramado aos trinta minutos do primeiro tempo, lesionado.



Chile no 3-5-2 contra Argentina no 3-4-3: os donos da casa
atuam compactados no campo de ataque e trocam passes em
busca do gol, mas pecam nas finalizações. Albiceleste, recuada,
articula contra-ataques com seu trio ofensivo, mas a compactação
chilena também funciona defensivamente e Argentina fica sem
espaço para jogar (obtido via this11.com).



A troca forçada de Di María por Lavezzi prejudicou o lateral Rojo, que sofreu ainda mais com a presença de Isla pelo seu lado.

A Argentina continuava à mercê da pressão chilena, tanto no ataque, quanto na defesa: não conseguia ficar com a bola e nem tinha espaços para atacar. Chance de gol, só em bolas paradas.

O treinador Tata Martino substituiu mal: trocou o cansado Agüero pelo lento Higuaín, quando deveria colocar Tévez, mais raçudo e melhor em jogadas individuais. A substituição do meia Pastore pelo volante Banega também foi incorreta, e isto foi mais uma demonstração de submissão ao Chile.

O Chile, por outro lado, não precisou mudar em nada no segundo tempo, afinal a Argentina estava praticamente dominada e apenas Messi e Mascherano esboçavam vontade de jogar bola.

Sampaoli deu uma revigorada no fôlego de sua equipe ao trocar Valdívia por Fernández e Vargas por Henríquez. Deveria ter aproveitado para colocar Pinilla, afinal a Roja ainda pecava nas finalizações e carecia de uma referência na área.



Os dois times em 3-5-2: sem a cobertura de Di María, Rojo dá
espaços para os rivais e torna-se presa fácil para Isla. Messi
tenta articular contra-ataques acionando Lavezzi e Higuaín,
mas a dupla se esqueceu de calibrar a mira (obtido via this11.com).



O jogo, inevitavelmente, vai para prorrogação.

A Argentina estava mais cansada por passar o jogo inteiro correndo atrás da bola.

O Chile, mais inteiro, chega com mais perigo na área de Romero, mas continua pecando nas finalizações.


O Chile faz a primeira cobrança.

Fernández coloca no cantinho esquerdo de Romero. 1x0.

Messi bate forte no meio. 1x1.

Romero chega a tocar a bola de Vidal, mas ela morre no canto esquerdo. 2x1.

Higuaín isola por cima do gol. Chile na frente.

Aránguiz coloca no contrapé direito. 3x1.

Bravo defende a cobrança de Banega. Argentina precisa torcer por erro chileno.

Alexis Sánchez, com muita calma e frieza, engana o goleiro Romero e cobra no lado esquerdo. 4x1. Estava sacramentado o primeiro título chileno.

Chile conquista seu primeiro troféu com méritos. O jogo coletivo e a aplicação de seus atletas em campo engoliu a Argentina.

Sampaoli, um argentino, calou o seu próprio país. Foi inteligente, ousado e honrou o legado de seu mentor Marcelo Bielsa, ao contrário de Martino, que armou sua equipe apenas para defender e ainda errou nas duas substituições no segundo tempo. Comemorou discretamente após o jogo em respeito à sua pátria.

A Roja provou que futebol bonito e raça podem (e devem) caminhar juntos.

Mais do que isso, mostrou que uma defesa frágil e composta por zagueiros baixinhos não é desculpa para o time não jogar. No melhor estilo Barcelona, a equipe compensava seus problemas defensivos impedindo o rival de ficar com a bola e, com isso, impossibilitando os rivais de jogarem.

Parabéns ao Chile e aos chilenos. E muito obrigado por esta aula de futebol.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/SeleccionChilena/