terça-feira, 30 de dezembro de 2014

O Castigo Virou Recompensa

Imagem extraída do Facebook oficial do Molico Nestlé- https://www.facebook.com/moliconestle/



O mês de dezembro é sempre um mês de descanso para o esporte. A maioria das ligas esportivas entra em recesso e as notícias diminuem drasticamente ao ponto dos jornais colocarem especulações sobre transferências de jogadores como matéria de capa.

Tivemos, como exceções, a Premier League -que sempre realiza partidas no intervalo entre o Natal e o Ano Novo Cristão- e o Top Volley, torneio curto interclubes realizado realizado em Basileia, Suíça a cada final de ano.

O Top Volley nunca foi muito valorizado pelos clubes daqui. Os dois maiores times do Brasil, o Unilever/Rio de Janeiro e o Molico Nestlé (antigo BCN/Osasco e Finasa/Osasco) disputaram poucas vezes a competição e sempre coube aos clubes considerados "coadjuvantes" a missão de representar o nosso país na competição.

O Molico Nestlé não faz uma temporada exatamente ruim, mas as derrotas para os arquirrivais Sesi e Unilever mostraram que o time de Osasco apresentava algumas deficiências. A equipe do José Liberatti apresentou perdas significativas, como as poneiras Sanja Malagurski, Caterina Bosetti, a oposta Sheilla Castro e a levantadora Fabíola. A saída das jogadoras não serve exatamente como desculpa para os recentes tropeços, até porque os outros dois rivais também sofreram perdas grandes -o Unilever perdeu a ponteira Mihajlović e a oposta Sarah Pavan, enquanto o Sesi perdeu a levantadora Dani Lins e a oposta Ivna- mas, sem dúvida, teve influencia no desempenho. Outro detalhe é que o time de Osasco é uma das bases da nossa Seleção Feminina e as jogadoras tiveram um tempo muito reduzido de férias. Dani Lins, por exemplo, passou as três últimas rodadas lesionada.

Não sei dizer se os dirigentes do Molico decidiram inscrever o time no Top Volley como um "castigo" ou como um incentivo às jogadoras, mas a equipe de Osasco, apesar da instabilidade, conseguiu o título da competição, algo que não acontecia desde 2009, quando o Unilever venceu o campeonato. É o segundo título do Molico (o outro foi conquistado em 2004) no Top Volley e o quarto de nosso país (o Unilever ergueu outra taça em 2006). O time brasileiro superou seus próprios problemas em quadra e fez bonito lá na Suíça, derrotando o Voléro Zürich na final.



Imagem extraída do Facebook oficial do Molico Nestlé- https://www.facebook.com/moliconestle/



A agora capitã Thaísa (foto acima) foi eleita a melhor central da competição e também a jogadora mais valiosa. A líbero Camila Brait (foto abaixo) também foi nomeada para o Dream Team da competição. Um grande reconhecimento à boa fase das duas atletas.

Como torcedor, sou um pouco suspeito para falar a respeito do Molico, mas creio que o problema da equipe seja muito mais psicológico do que técnico. Vi as atletas jogarem pela Seleção e elas sempre pareciam alegres, confiantes, mostrando que o clima no time era bom. Mas pelo time de Osasco, pareciam inseguras, nervosas e instáveis. Algumas, inclusive, pareciam jogar com raiva.

Levando-se em conta que são praticamente as mesmas jogadoras, por que agem de maneira tão diferente em quadra? É questão do treinador Luizomar de Moura ou, se necessário, os dirigentes conversarem com as jogadoras e tirarem um pouco da pressão sobre as atletas para que joguem com mais alegria também pelo Molico. Penso que falta isso para que o time não saia dos trilhos.

O título internacional, sem dúvida, serve para levantar a moral das atletas e também para impedir que os dois tropeços se transformem em uma crise.

Parabéns às jogadoras do Molico Nestlé pelo título e boa sorte no restante da temporada!



Imagem extraída do Facebook oficial do Molico Nestlé- https://www.facebook.com/moliconestle/



Leia mais:

ESPN- Elenco do Osasco ignora frio de -11ºC e comemora título na Suíça: http://espn.uol.com.br/noticia/471382_elenco-do-osasco-ignora-frio-de-11-c-e-comemora-titulo-na-suica

Globo Esporte- Osasco compensa Natal curto com o bicampeonato do Top Volley, na Suíça: http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2014/12/osasco-compensa-natal-curto-com-o-bicampeonato-do-top-volley-na-suica.html

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Os Melhores de 2014 no Vôlei Brasileiro

Imagem extraída do site oficial da FIVB- http://www.fivb.org/



O ano de 2014 foi de alegrias e frustrações para o vôlei brasileiro. Nossas seleções chegaram com times fortíssimos para os quatro campeonatos disputados, mas conseguimos apenas um título -o Grand Prix do vôlei feminino- a despeito da força de nossas equipes.

Nossos atletas, no entanto, não deixaram nenhuma competição de mãos vazias. Os meninos comandados por Bruninho ficaram com o vice na Liga Mundial -perderam para os Estados Unidos- e também no Mundial da categoria, em uma partida bastante polêmica contra os poloneses, donos da casa. Aliás, o Mundial Masculino terminou em confusão e muitos integrantes de nossa Seleção foram punidos em decorrência disso. As meninas, lideradas por Fabiana Claudino, conquistaram o bronze no mundial, além do já mencionado ouro no Grand Prix.

Fomos muito bem representados nas quatro competições e mostramos a força de nossa escola de vôlei. Cada um dos atletas e treinadores honraram o nosso país e o nosso esporte.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/rexonaades/



Pelos clubes, vimos o Unilever/Rio de Janeiro (foto acima) conquistar o heptacampeonato da Superliga Feminina e também o Sada/Cruzeiro (foto abaixo) conquistar seu segundo título na Superliga Masculina.

Infelizmente, nossos clubes não conseguiram títulos em seus respectivos mundiais. Ao menos, vimos o Molico Nestlé (vice-campeão) e o Sesi São Paulo (3º lugar) representarem muito bem o nosso país e o nosso vôlei lá na Suíça com boas campanhas. Aliás, gostaria de ver mais atletas do Sesi (em especial, a ponteira Suelle) em nossa Seleção, afinal o Sesi não é só Fabiana e o time vem fazendo boas campanhas nos últimos meses. No Mundial de Clubes Masculino, o Sada decepcionou e teve de se contentar com o 4º lugar, após derrotas para o Belogore Belgorod (da Rússia) e para o UPCN (da Argentina). Foi uma pena, pois a geração de Wallace e Leal merecia coroar a boa campanha em 2013-14 com uma medalha.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/SadaCruzeiro/



A respeito dos destaques individuais, destaco o ponteiro Ricardo Lucarelli (do Sesi) e a líbero Camila Brait (do Molico Nestlé). Eu acredito que os dois foram os que mais se destacaram pelo vôlei brasileiro neste ano de 2014.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/sesisp.volei/



Lucarelli (foto acima) foi o meu eleito por ter sido o atleta mais regular ao longo do ano. Suas atuações foram muito boas de modo geral, tanto pelo seu clube (Sesi) quanto pela nossa Seleção. Ele, inclusive, foi eleito o melhor de sua posição no Mundial disputado na Polônia. Ele e o também ponteiro Murilo, aliás, foram os únicos brasileiros a fazerem parte do dream team do Mundial. Mais um reconhecimento pela qualidade técnica de nossos atletas e também pela força de nosso time.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/pages/Camila-Brait/



Entre as meninas, fiz uma escolha um tanto polêmica e elegi a líbero Camila Brait (foto acima) como destaque. E por que não Fabiana, Sheilla ou Thaísa? As três atletas mencionadas brilharam em 2014 e, inclusive, foram homenageadas em premiações individuais.

Escolhi Camila porque a líbero está em boa fase e apresentou o desempenho mais regular do ano, tanto pelo seu clube (Molico) quanto pela Seleção, a exemplo da minha escolha por Lucarelli. Camila também teve de lidar com uma grande e inesperada responsabilidade ao substituir Fabizinha na Seleção. A atleta do Unilever, repentinamente, anunciou sua aposentadoria da Seleção ao final da temporada 2013-14 e Camila não apenas assumiu a missão numa boa como também demonstrou muita maturidade e qualidade técnica para a função.

Conta ainda o fato de Camila se destacar em um esporte onde, teoricamente, apenas as grandonas têm vez. E bons líberos são difíceis de se encontrar aqui no Brasil. A Seleção Masculina ainda está órfã de Serginho (ainda em atividade no Sesi) para se ter uma ideia disso.

Nada, no entanto, decepcionou mais no vôlei brasileiro do que alguns de nossos dirigentes. Novas denúncias de irregularidades envolvendo cartolas da CBV e o patrocínio do Banco do Brasil foram feitas pela emissora ESPN.

Prometo fazer um post a respeito assim que obtiver mais informações, mas faço coro ao protesto de nossos atletas. Nosso vôlei vem sofrendo com os muitos clubes que estão fechando as portas por falta de verba e ainda surgem denúncias dessa gravidade...


vôlei, jogadores Cruzeiro e Sesi, nariz de palhaço (Foto: David Abramvezt)
Imagem publicada em http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2014/12/contra-corrupcao-atletas-de-cruzeiro-e-sesi-sp-usam-narizes-de-palhaco.html



Leia mais:

ESPN- Fraudes, favorecimentos e 'gerenciamento impróprio': relatório da CGU confirma e amplia denúncias do 'Dossiê Vôlei' da ESPN: http://espn.uol.com.br/noticia/467085_fraudes-favorecimentos-e-gerenciamento-improprio-relatorio-da-cgu-confirma-e-amplia-denuncias-do-dossie-volei-da-espn

ESPN- Banco do Brasil suspende patrocínio da CBV após relatório da CGU confirmar denúncias do 'Dossiê Vôlei' da ESPN: http://espn.uol.com.br/noticia/467403_banco-do-brasil-suspende-contrato-com-a-cbv-apos-relatorio-da-cgu-confirmar-denuncias-do-dossie-volei-da-espn

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Um Ano Depois

Imagem extraída de https://www.facebook.com/CbHbConfederacaoBrasileiraDeHandebol/



No dia 22 de dezembro de 2013, a Seleção Feminina de Handebol realizou um feito histórico ao conquistar o mundial da categoria realizado na Sérvia diante das donas da casa. Nossa Seleção conquistou o título inédito comandada pelo treinador dinamarquês Morten Soubak, considerado o grande responsável pelo feito.

Passado um ano, o handebol continua pouco popular em nosso país, mas houve melhoras razoáveis. As emissoras se ligaram que temos potencial para ganharmos medalhas e passaram a transmitir alguns jogos, tanto dos campeonatos nacionais quanto os de nossa Seleção. No ano passado, apenas o canal UHF Esporte Interativo transmitiu o mundial realizado na Sérvia.

A maioria das nossas atletas, contudo, ainda precisa sair do país para competirem em bom nível. Quase todas as jogadoras que defendem a nossa Seleção atuam na Dinamarca, Romênia, Hungria, Áustria e França. Isto mostra que precisamos investir mais na modalidade, com melhores campeonatos, mais divulgação da categoria e mais oportunidades para formarmos mais atletas. Mais importante do que conquistar os títulos, é manter a competitividade de nossos times para que continuemos a brigar pelos troféus. Vencer é apenas objetivo, mas é obrigação manter o time brigando pelas vitórias.

O handebol ainda terá um longo caminho até conquistar o seu espaço em definitivo no Brasil. A perspectiva de retorno financeiro da modalidade, por enquanto, é baixo se comparado ao futebol. Baseado nisso, é óbvio que as emissoras preferem dedicar os preciosos minutos de sua grade às modalidades com mais garantia de lucro. Por ora, as chances para o handebol crescer estão na conquista de mais títulos e manter os torcedores "modinhas" empolgados. A curto prazo, esta é a maneira para que a modalidade continue recebendo atenção.

Nosso handebol terá grandes desafios em 2015, incluindo a disputa dos Jogos Pan-Americanos (a serem realizados em julho no Canadá) e o mundial da categoria (a ser realizado em dezembro na Dinamarca). Como nossas atletas estão em alta com a conquista do título de 2013, mais emissoras devem transmitir os jogos e a cobrança por resultados será maior.

O handebol brasileiro já realizou um grande feito com a conquista do mundial inédito, mas o maior desafio virá agora, com o time tendo de lidar com a expectativa por mais resultados e com as adversárias, que estarão mais cautelosas agora que viram o potencial de nossas meninas.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/CbHbConfederacaoBrasileiraDeHandebol/

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Agora Todos Querem Tirar uma Casquinha...

Imagem extraída do Facebook oficial de Gabriel Medina- https://www.facebook.com/gabrielmedinasurf/



O surfe brasileiro nunca teve tanto espaço na mídia após o título inédito de Gabriel Medina. Todos as emissoras, abertas ou fechadas, dedicam longos minutos de sua programação ao surfista. E não vai demorar para que Medina apareça em tudo quanto é tipo de anúncio. Agora que o esportista é famoso, todos querem tirar uma casquinha dele.

Pena que a grande maioria das emissoras não estava nem aí para o mundial de surfe há alguns dias atrás. Havia uma ou outra notícia curta afirmando que o brasileiro tinha chances reais de ficar com o troféu, mas nada além disso. Pouquíssimos canais fechados aqui no Brasil exibiram ao vivo a prova de Medina. Na televisão aberta, então, nem em sonho que fariam algo assim. Mas os canais abertos foram os primeiros a correrem para abraçar o surfista e dar-lhe parabéns pelo título a despeito de nenhum deles ter exibido a onda de Gabriel ao vivo.

Gabriel deveria aproveitar o espaço que ele terá na mídia nos próximos meses para divulgar o surfe e fazer com que a categoria seja algo mais do que um modismo no Brasil. Foi o que escrevi em meu artigo no último sábado, quando depositei minhas esperanças em Medina para que ele fizesse com que o surfe ganhasse o devido respeito em terras tupiniquins e também obtivesse muitos adeptos, ansiosos em seguir os passos do ídolo. É preciso lutar por um projeto duradouro na modalidade para que continuemos a brigar por títulos.

Muitos esportistas também parabenizaram Medina pelo feito, dentre eles o ex-tenista Gustavo Kuerten (veja imagem abaixo). Guga é um exemplo perfeito da situação que eu descrevi anteriormente. O catarinense virou herói nacional com a conquista histórica daquele título em Roland Garros no ano de 1997. Kuerten desfrutou de fama e fortuna, mas também aproveitou o espaço da mídia para pedir mais atenção ao tênis brasileiro. Passados quase dez anos da aposentadoria de Guga e o tênis brasileiro nunca recebeu a devida atenção. Não passou de um modismo que se mantinha vivo às custas da boa fase de Guga.



Reprodução do Twitter oficial de Gustavo Kuerten- https://twitter.com/gugakuerten/



Medina deve tomar muito cuidado com as armadilhas da fama. Muitos ficarão próximos a ele apenas enquanto for capaz de faturar troféus. No primeiro caldo (gíria que significa "cair da prancha") que Gabriel levar, podem ter certeza que o surfista será xingado de tudo quanto é nome feio e os "investidores" lhe darão as costas porque não querem ter suas imagens associadas a um "perdedor".

Ao torcedor brasileiro peço para que se lembrem que no esporte a vitória é um objetivo, e não uma obrigação. Medina ainda é muito jovem, tem um longo caminho a percorrer e a trilha do sucesso é cheia de altos e baixos. Torcer para um atleta apenas enquanto ele é capaz de ganhar troféus não é torcer, é modismo. Gabriel enfrentou muitas dificuldades para chegar até aqui e ele precisará do apoio de seu torcedor nos bons e nos maus momentos.

Eu espero que o sucesso de Medina seja longo e duradouro o suficiente para que o surfe brasileiro tenha seu destaque merecido. Acima de tudo, espero que o torcedor e também a mídia respeitem o surfista em todos os sentidos. Ele é um ser humano como qualquer um de nós e está susceptível ao erro como qualquer um.

Gabriel, aproveite o sucesso que você merece! Mas, acima de tudo, exija tudo o que você tem direito e cuidado com aqueles que só querem se aproveitar de seu bom momento!



Imagem extraída do Facebook oficial de Gabriel Medina- https://www.facebook.com/gabrielmedinasurf/

A Universidade e o Esporte




Quando eu ingressei no mundo universitário no distante ano de 2003, eu nunca dei bola para as chamadas associações acadêmicas, como atlética e centro acadêmico. Acreditava na época que tínhamos de frequentar a faculdade única e exclusivamente para estudar. Para mim, festas, pratica de esportes, CA e afins não passavam de uma grande perda de tempo.

A minha visão era a mesma da maioria das pessoas que não faz parte do mundo universitário. Para mim, o nome da universidade era construído apenas pela qualidade de seu ensino, bem como as consequências disto, como a formação de profissionais bem-sucedidos no mercado de trabalho e a publicação de artigos científicos. Então, por que uma faculdade precisaria ter uma atlética e disputar jogos? Por que deveríamos "tirar os alunos das salas de aula" e fazê-los "perder tempo" com futebol, vôlei, basquete e afins?

Uma grande universidade vive da qualidade de seus alunos. Mas bons alunos não são feitos apenas de boas notas nas provas ou de seus artigos publicados. O universitário, além de adquirir conhecimento, precisa aprender a conviver com as pessoas, trabalhar em grupo e melhorar suas habilidades sociais. E tais valores dificilmente são aprendidos e aperfeiçoados em sala de aula.

A prática do esporte traz benefícios óbvios, como o combate ao sedentarismo, o ganho de massa muscular, o consumo de calorias, entre outros. O esporte, mais do que isso, permite que o universitário adquira (caso não tenha desenvolvido em sua infância e adolescência) e aperfeiçoe suas habilidades sociais.

Nos esportes coletivos -futebol, vôlei, basquete, ...- o universitário aprende a trabalhar em equipe. Mesmo que existam atletas capazes de resolver um jogo sozinhos, um jogador sempre precisará da ajuda da equipe para alcançar seu objetivo. Ele terá de superar o individualismo, confiar nos companheiros e aprender a trabalhar em equipe se quiser pontuar e, com isso, chegar à vitória. Sua prática também requer disciplina e dedicação para que o aluno possa melhorar suas habilidades e manter-se em forma para as partidas. O esporte, portanto, é uma excelente maneira para se desenvolver e aperfeiçoar as habilidades sociais de uma pessoa, como convívio e caráter.






Penso também na importância do esporte para a faculdade e para universidade como instituições. Quando o aluno compete nos campeonatos universitários, ele também está representando a faculdade onde estuda. Esse tipo de valor ficou encoberto pelo dinheiro no esporte profissional, mas quando o atleta compete, ele também está representando o seu clube. No caso de competições internacionais, ele também está defendendo a bandeira de seu país, a sua nação, a sua pátria-mãe.

Cada participação de um time universitário, portanto, é uma maneira de se engrandecer o nome de uma faculdade ou de uma universidade. As vitórias e os títulos, obviamente, são o objetivo de cada participante, mas o mais importante é que o aluno lembre-se de que ele também está competindo pela honra da instituição em que estuda, ganhando ou perdendo.

Em outros países, os jogos universitários são levados tão a sério que existem ligas semi-profissionais, e a rivalidade entre as instituições chegam a ser comparadas a um Corinthians X Palmeiras.

Não obrigo que um aluno pratique um esporte pela sua faculdade, eu apenas incentivo que ele o faça. A vida universitária é um momento único e inesquecível. É a transição da vida adolescente para a vida adulta. Ver uma faculdade como uma mera instituição de ensino é como avaliar um iceberg apenas pela sua ponta exposta. É preciso viver a vida universitária em todos os seus sentidos para que se tenha um aprendizado completo e também extrair o que a instituição tem a oferecer de melhor.

E escrevo isto como um aluno que jamais se interessou pela atlética de sua faculdade durante a graduação e só foi compreender sua importância após obter seu diploma.



segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Ainda Falta Muita Coisa

Imagem extraída de https://www.facebook.com/CBF/


Assisti à final do Torneio Internacional de Futebol Feminino, realizado ontem. O Brasil, agora comandado por Vadão, precisava apenas de um empate contra a poderosa Seleção Norte-Americana para ficar com o penta da competição.

O Brasil fez valer o mando de campo e segurou o empate por 0x0, mas a partida deixou muito evidente a razão das norte-americanas serem as melhores do mundo junto com a Alemanha. A equipe dos Estados Unidos marcou melhor e não teve grandes dificuldades em chegar à área brasileira, principalmente no segundo tempo. A grande Marta, muito marcada, teve pouco espaço para demonstrar sua genialidade.

Então, a nossa Seleção Feminina não é tão boa como a imprensa afirma? Tivemos mais sorte do que méritos na conquista do título?

A resposta é "não".

Temos grandes jogadoras e também formamos grandes atletas. O fato de Marta ter sido eleita cinco vezes como melhor jogadora do mundo é reflexo disso. Temos uma grande escola de futebolistas femininas.

O grande problema é justamente a falta de investimento e também de divulgação do futebol feminino no Brasil. Eu não sei o nome de nenhuma equipe da modalidade. Nem sei se temos alguma liga de times profissionais de futebol feminino por aqui. Foi a mesma questão que eu mencionei a respeito do handebol no ano passado.

O reflexo disso apareceu na partida de ontem, com as norte-americanas melhores em campo. Nossas adversárias têm muito mais investimentos na modalidade, disputam uma liga profissional -a National Women's Soccer League (NWSL)- e possuem infra-estrutura adequada para treinarem. A preparação das norte-americanas, portanto, é melhor do que a das brasileiras e tal diferença apareceu em campo.

A CBF anunciou nesta semana a formação de uma "seleção feminina permanente", visando a Copa do Mundo (a ser realizada no próximo ano) e as Olimpíadas (a serem disputadas em 2016). É um bom começo, mas gostaria de ver a formação de uma liga profissional de futebol feminino, mais divulgação da modalidade e mais investimentos por parte de políticos, clubes e patrocinadores.

Há dezenas de meninas que adorariam defender a nossa Seleção e representar o nosso país em competições internacionais. O fato de nossa Seleção conseguir títulos e o fato de nossas jogadoras serem sempre muito respeitadas em nível internacional são um grande incentivo para que elas venham em busca desse sonho. Não faltam pessoas interessadas em jogar, mas faltam oportunidades para elas chegarem lá.

O Brasil se considera o país do futebol, mas poderia ser também o país do futebol feminino.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/CBF/



Leia mais:

ESPN- Por Copa e Olimpíada, Brasil terá seleção feminina permanente no futebol: http://espn.uol.com.br/noticia/469173_por-copa-e-olimpiada-brasil-tera-selecao-feminina-permanente-no-futebol

Os Melhores Jogadores de 2014 (Em Minha Opinião!)

Imagem extraída do Facebook oficial do Real Madrid- https://www.facebook.com/RealMadrid/



Entra ano, sai ano e apenas os atletas que possuem força na mídia -leia-se Lionel Messi e Cristiano Ronaldo- parecem ser capazes de concorrerem à Bola de Ouro da FIFA. Ah, claro. Sempre há um "intruso" na disputa, mas raramente o terceiro elemento -que será o goleiro alemão Manuel Neuer neste ano- tem força para ameaçar a dupla de atacantes.

Observo também que a Champions League parece ser o único argumento para a escolha de melhor do mundo. É fato que a competição européia é a melhor do mundo, com grandes times, jogadores e treinadores. Neste ano de 2014, no entanto, tivemos uma Copa do Mundo e ela deveria ter mais peso na escolha dos candidatos à Bola de Ouro.

Não que Messi e Ronaldo não sejam craques mas temos que pesar que a Pulga não fez exatamente uma grande temporada no Barça e jogou abaixo do esperado na Copa, embora tenha sido decisivo em alguns jogos. Cristiano, por sua vez, voou na Champions, mas teve exibições apagadas aqui no Brasil em decorrência do agravamento de sua lesão e também por não contar com grandes coadjuvantes na Seleção das Quinas, ao contrário do que acontece no Real Madrid.

Se eu tivesse de escolher os três finalistas à Bola de Ouro, eu indicaria o winger argentino Ángel Di María (foto acima -foi muito bem na Copa e teve participação fundamental na final da Champions), o meia alemão Thomas Müller (última foto abaixo -sempre faz grandes exibições pelo Bayern e pela Mannschaft mas nunca é lembrado nas premiações individuais) e o winger holandês Arjen Robben (foto abaixo -craque, versátil e, injustamente, também nunca é lembrado nas premiações individuais).



Imagem extraída do Facebook oficial do Bayern München- https://www.facebook.com/FCBayern/



Elaborei também a minha seleção dos melhores jogadores de 2014 em minha opinião. Obviamente, é tudo questão de gosto do autor, mas utilizei como critérios de maior peso o desempenho dos atletas na Copa do Mundo e também na Champions League. Desta forma, jogadores que foram bem em ambas as competições figuraram aqui na minha seleção.

Excepcionalmente, estou montando minha seleção no 4-4-2 -eu prefiro 4-3-3- para encaixar todos os atletas cujos desempenhos eu considerei bons em 2014.



A Seleção de 2014 escalada em 4-4-2
(imagem obtida via this11.com).



GOLEIRO- MANUEL NEUER (Bayern München/Alemanha): foi o goleiro mais regular do ano ao apresentar bons desempenhos, tanto em seu clube quanto em sua seleção. Além disso, andou se aventurando fora da área e mostrou que também sabe jogar com os pés.

LATERAL-DIREITO- PHILIPP LAHM (Bayern München/Alemanha): o capitão faz de tudo em campo -atua dos dois lados, marca, ataca e cria. Só não achei graça quando o melhor lateral do mundo foi improvisado no meio-de-campo sem necessidade e se transformou em um volante comum.

ZAGUEIRO- MATS HUMMELS (Borussia Dortmund/Alemanha): se não fossem as lesões, Hummels teria feito muito mais neste ano. Defensor leal, comete poucas faltas, tem qualidade na saída de bola e ainda sabe sair jogando. E ele faz seus golzinhos.

ZAGUEIRO- DIEGO GODÍN (Atlético de Madrid/Uruguai): Godín foi o melhor jogador do Atlético na Champions e não foi só pelos gols. Zagueiro seguro, bom nos desarmes pelo chão ou nas jogadas aéreas e comete poucas faltas. Ah, e ele também é bom nos cabeceios em bolas paradas.

LATERAL-ESQUERDO- MARCELO (Real Madrid/Brasil): OK, Marcelo ficou devendo um pouco na Copa, mas levando-se em conta todo o seu desempenho ao longo do ano, foi bem melhor que Daley Blind, Marcos Rojo ou Höwedes. É pouco eficaz na defesa, mas é um craque no ataque.

WINGER DIREITO- ARJEN ROBBEN (Bayern München/Holanda): Robben foi o jogador mais injustiçado de 2013, quando jogou muita bola na Champions mas acabou fora da disputa pela Bola de Ouro. Neste ano, ele voltou a fazer grandes exibições e, mesmo assim, recebeu pouco destaque nas premiações individuais.

MEIA- THOMAS MÜLLER (Bayern München/Alemanha): querida FIFA, vamos ser mais justos com Müller? Para mim, ele foi o melhor jogador da Copa de 2014, é o cérebro do Bayern (junto com Götze) e pode atuar em todas as posições no ataque.

MEIA- TONI KROOS (Real Madrid/Alemanha): faz o papel do meia central clássico, com qualidade na armação e também na marcação. Tostão o comparou a Xavi por tais características em campo. Possui grande qualidade no passe.

WINGER ESQUERDO- ÁNGEL DI MARÍA (Manchester United/Argentina): levando-se em conta os desempenhos do argentino na Copa do Mundo e na Champions, Di María foi o jogador mais regular do ano por ter sido decisivo em ambas as competições. O Real Madrid foi muito injusto ao não manter o talentoso argentino em seu elenco.

ATACANTE- LIONEL MESSI (Barcelona/Argentina): devido às lesões, Messi não fez uma boa temporada no Barcelona e ainda foi obrigado a jogar fora de sua posição favorita na Seleção Argentina para compensar a falta de criatividade no meio-de-campo. Ainda assim, a Pulga deu um jeito de fazer a diferença nos gramados em 2014.

ATACANTE- CRISTIANO RONALDO (Real Madrid/Portugal): Ronaldo é o único jogador que não foi bem na Copa a ser mencionado em minha lista. O português deve o sucesso na temporada a Carlo Ancelotti, afinal o treinador colocou o atacante mais próximo à área no 4-4-2 e o rendimento de Ronaldo pelo Real Madrid foi o melhor possível. Pena que as lesões o atrapalharam na Seleção das Quinas.

TÉCNICO- CARLO ANCELOTTI (Real Madrid): Joachim Löw foi bem mas pisou na bola ao escalar Lahm no meio-de-campo, Höwedes na lateral-esquerda e Özil no ataque. Ancelotti ressuscitou o 4-4-2 típico e fez deste esquema uma arma eficaz, tanto no ataque quanto na defesa. E o seu Real vem jogando um futebol magnífico, com muito toque de bola e criatividade. Por causa desses "detalhezinhos", o treinador italiano foi melhor que o alemão em 2014.

MELHOR DO ANO- ÁNGEL DI MARÍA: bem na Copa e bem na Champions. Merecia ter mais destaque pela soma dos dois desempenhos.



Imagem extraída do Facebook oficial de Thomas Müller- https://www.facebook.com/es.muellert.wieder/

domingo, 21 de dezembro de 2014

Eu Disputaria o Paulistão com os Reservas

Imagem extraída do Facebook oficial do São Paulo- https://www.facebook.com/saopaulofc/



Achei genial a ideia do Atlético Mineiro, que decidiu jogar o Campeonato Mineiro com time misto ou reserva visando poupar seus jogadores para a Libertadores.

Há anos os campeonatos estaduais estão inchados, com times demais e qualidade técnica de menos. Isto é agravado com o aumento da distância entre clubes grande e pequenos. Basta comparar, por exemplo, a discrepância de um Corinthians em relação a uma Portuguesa. Desta forma, os grandes times de cada estado raramente têm dificuldades em chegar ao título mesmo jogando abaixo de sua plenitude.

Os estaduais já perderam seu glamour e relevância há algum tempo. Hoje, tais campeonatos só servem para encurtar ainda mais as férias dos jogadores, esticar temporadas excessivamente longas e encher os bolsos uns poucos. Nada além disso.

Lembro-me que o Bom Senso FC pedia por períodos mais longos de férias, como acontece na Europa. No Velho Continente, os atletas têm mais tempo para descansar a cada final de temporada e também para treinar, algo que não acontece por aqui. Disputar os estaduais com os reservas, portanto, também seria uma excelente forma de protesto para ver se os cartolas se tocam de que o nosso calendário precisa de mudanças.

Pena que os clubes dificilmente o farão. Eles sabem que sem suas estrelas, o interesse pelos estaduais diminuiria ainda mais e isto teria consequências na audiência ou na venda de ingressos. Como todos os clubes alegam estar em dificuldades financeiras (alguns até atrasaram os salários ou direitos de imagem), deixar de lucrar seria um tiro no pé para todos eles.

Os clubes, reféns de suas próprias dívidas, são obrigados a sacrificar seu jogadores para a disputa de campeonatos que não possuem mais a relevância de outrora. Quem paga o preço são os próprios atletas e o nosso futebol, cada vez mais pobre em qualidade técnica.



Imagem extraída do Facebook oficial do Palmeiras- https://www.facebook.com/sePalmeiras/

sábado, 20 de dezembro de 2014

Rico X Pobre

Imagem extraída do Facebook oficial de Gareth Bale- https://www.facebook.com/Bale/



O Real Madrid nem precisou se esforçar muito em campo para vencer suas duas partidas disputadas neste Mundial Interclubes da FIFA, enquanto o San Lorenzo precisou suar a camisa para superar o semi-profissional Auckland City na prorrogação e só não levou uma goleada do time merengue na final porque jogou fechadinho lá atrás.

O time espanhol está entre os mais ricos do mundo, podendo adquirir praticamente qualquer jogador. Só não poderia tirar um Messi do Barcelona ou um Lahm do Bayern, mas praticamente não há atleta inacessível ao clube madrilenho. Só na última janela de transferências, vieram Toni Kroos, Keylor Navas, James Rodríguez e Chicharito, todos eles destaques na última Copa do Mundo.

O San Lorenzo, por outro lado, vive uma realidade totalmente diferente dos rivais espanhóis. O clube argentino não teve como segurar atletas importantes, como o zagueiro Gentiletti (hoje na Lazio) e o meia Piatti (hoje no Canadá). O time do Papa Francisco trouxe apenas um reforço de destaque para compensar, o veteraníssimo zagueiro Mario Yepes. Fora o colombiano, não houve como encontrar boas peças de reposição para o elenco, o nível da equipe caiu muito em relação à Libertadores e o time passou a apelar muito para as faltas ou para a retranca. Uma derrota para o multimilionário Real Madrid era mais do que esperada.



Imagem extraída do Facebook oficial do Real Madrid- https://www.facebook.com/RealMadrid/



Em campo, o Real praticamente dominou a partida inteira sem nenhum esforço. A diferença na qualidade técnica foi visível do primeiro ao último minuto. O time argentino, sem ter como brigar de igual para igual, jogava na defesa, apelava para a catimba e tentava chegar ao gol de Casillas no contra-ataque.

O time merengue, por outro lado, não tinha problemas para chegar ao gol de Torrico. Com um meio-de-campo formado por Isco, Bale, Kroos e James, o Real valorizava a posse de bola, envolvia a assustada zaga do San Lorenzo e só não goleou os rivais argentinos porque o Time do Papa congestionou a área para tirar os espaços de Ronaldo e Benzema. O outrora retranqueiro Carlo Ancelotti resolveu o problema adiantando a zaga e oferecendo liberdade para Marcelo e Carvajal apoiarem os wingers.

Sempre leio comentários de amigos e de internautas afirmando como os europeus pouco dão importância ao Mundial de Clubes. E eles não estão totalmente errados, afinal os adversários pouco chegam aos pés dos clubes europeus nos dias de hoje, sempre atuando com muito medo e evidenciando sua fragilidade técnica quando comparada aos clubes do Velho Continente.

Não digo que os clubes da América do Sul devem fazer "loucuras" como o Chelsea, PSG, City ou o próprio Real e encherem suas equipes de estrelas. Os times do continente, no entanto, precisam entender por que o futebol europeu está cada vez mais longe do sul-americano. Tanto que dependemos dos clubes de lá para formarmos nossas seleções. Ou será que Neymar, Suárez e Messi, por acaso, jogam aqui no continente?



Imagem extraída do Facebook oficial do Real Madrid- https://www.facebook.com/RealMadrid/

Surfe É Esporte, Sim!

Imagem extraída do Facebook oficial de Gabriel Medina- https://www.facebook.com/gabrielmedinasurf/



Quando eu era criança, o surfista era visto como qualquer coisa, exceto como esportista. O praticante de surfe era considerado como um "boa-vida", "boçal" e era, até mesmo, associado ao uso de drogas alucinógenas. Tudo um monte de bobagem preconceituosa e sem nenhum fundamento.

Hoje esse preconceito não tem mais a mesma força de vinte anos atrás, mas algumas de suas vertentes ainda permanecem. Muitos ainda relutam em considerar o surfe como um esporte. Muita gente ainda vê o cidadão que pega uma "tábua" para surfar como um "desocupado", e não como um esportista.

O surfe é um esporte como todos outros. Requer disciplina, preparação física e alimentação adequados para ser praticado em alto nível, como no futebol, vôlei, basquete e afins. Mais do que isso, requer um grande investimento em equipamentos, incluindo prancha, roupas e material para o transporte dos instrumentos.

O título conquistado ontem pelo brasileiro Gabriel Medina não apenas coloca o nosso país em evidência no surfe, como também servira para aumentar a aceitação da categoria aqui no Brasil. Espera-se que o feito histórico de Medina faça com que o brasileiro aceite de vez o surfe como modalidade esportiva, bem como aumentar o número de praticantes.

Medina remou contra todo esse preconceito em nosso país e enfrentou surfistas que estavam a anos-luz à nossa frente, como australianos e norte-americanos. Após anos remando contra a maré (literalmente), o brasileiro superou até mesmo o lendário Kelly Slater, o maior vencedor da modalidade com oito títulos mundiais, e conquistou um título inédito para o nosso país.

Espero que o feito de Medina não seja apenas um modismo. Ao invés disso, espero que o troféu erguido pelo brasileiro sirva para que o surfe ganhe mais adeptos em nosso país e, com isso, a modalidade possa ganhar seu merecido respeito no Brasil.

Parabéns, Medina! E muito obrigado por colocar nosso país no lugar mais alto do pódio!



Imagem extraída de https://www.facebook.com/ASP/



Leia mais:

ESPN- Gabriel Medina é o primeiro brasileiro campeão mundial de surf: http://espn.uol.com.br/noticia/469527_gabriel-medina-e-o-primeiro-brasileiro-campeao-mundial-de-surf

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

A Culpa Não É Só do Balotelli

Imagem extraída do Facebook oficial do Liverpool- https://www.facebook.com/LiverpoolFC/



Quando o Liverpool contratou o atacante Mario Balotelli (foto), o clube tinha ciência dos problemas extra-campo do atleta, bem como seu grande potencial para se envolver em polêmicas. Mesmo assim, Balo assinou com o time inglês no início da temporada com status de grande contratação.

Com a eliminação dos Reds da Champions League e com o clube do Anfield patinando no Campeonato Inglês, os problemas no time ficaram mais expostos. Mas muitos jornais e sites esportivos, no entanto, deram a entender que todos os problemas do Liverpool são culpa de Balotelli. Praticamente, toda semana aparece alguma crítica ou algum problema extra-campo envolvendo o atacante italiano.

O livro Os Números do Jogo mostra que um único jogador pode comprometer um time inteiro por mais qualidade técnica que o restante da equipe possua. Balotelli, no entanto, não pode ser considerado o único culpado pela má fase do time vermelho. Afirmar que um time de onze atletas está mal por culpa de um único jogador é absurdo. Em uma partida, isso pode acontecer, mas não se pode jogar uma sequencia de resultados negativos nas costas de um único jogador.

Se Balotelli está prejudicando o time de alguma forma, então a culpa precisa ser compartilhada com os dirigentes (que aceitaram trazer o atleta mesmo estando cientes de seu histórico de problemas) e também com o treinador (que escala o jogador). Não há inocentes nesta história.

É fato também que muitos jogadores, por mais consagrados que sejam, simplesmente não conseguem se acertar em seus novos clubes. Ibrahimović, por exemplo, é um craque mas não se adaptou ao estilo de jogo do Barcelona. Outro exemplo foi Podolski, que não foi bem no Bayern München.

Balotelli é um jogador polêmico e tem seus defeitos, mas ele não pode carregar sozinho a culpa desse princípio de crise no Liverpool. Se o time está mal, então dirigentes, comissão técnica e os outros atletas também têm sua parceloa de culpa.



Imagem extraída do Facebook oficial do Liverpool- https://www.facebook.com/LiverpoolFC/

A Dança dos Técnicos

Imagem extraída do Facebook oficial do Corinthians- https://www.facebook.com/corinthians/



Olá, queridos leitores e leitoras.

Tive uma semana um pouco cansativa e, por isso, não postei nada nos últimos dias. As notícias do futebol brasileiro, no entanto, não andam lá essas coisas, com os jogadores em férias e com a imprensa concentrada nas tradicionais fofocas envolvendo transferências de atletas.

Vários grandes clubes também anunciaram mudanças no comando no fim da última temporada. O Corinthians, o Internacional e o Palmeiras entre eles.

O Timão optou por não renovar o contrato de Mano Menezes e anunciou o velho conhecido Tite (foto acima) como novo treinador. Para quem não sabe ou não se lembra, o treinador gaúcho comandou o time do Parque São Jorge em sua fase mais vitoriosa de todos os tempos entre 2011 e 2013, quando faturou Brasileirão, Libertadores, Mundial de Clubes, Paulistão e Recopa Sulamericana, nesta ordem.

Esta contratação, aliás, serviu para fazer justiça com o técnico. Tite, injustamente, não teve seu contrato renovado ao final de 2013 após campanha fraca no segundo semestre daquele ano. Os dirigentes não suportaram a pressão política e as cornetas dos torcedores modinhas optando por deixar seu comandante mais vitorioso ir embora.

Me soou como ingratidão ver Tite deixanado o Corinthians pela porta dos fundos depois de tudo o que fez pelo clube. Ele merecia uma segunda chance e o treinador tinha todas as condições de reerguer o time. Foi o que fez em 2011 mesmo, quando seu time deu vexame na Libertadores e no Paulistão daquele ano. Na ocasião, os dirigentes bancaram o técnico e a equipe deu frutos.

O tempo tratou de mostrar que os cartolas e alguns torcedores corinthianos foram injustos com Tite, e foi feita justiça ao final das contas. Nunca fui fã do estilo de Tite -eu o considero defensivo demais-  mas sua importância e identificação com o Timão são incontestáveis.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/SCInternacional.Oficial/



Justiça, aliás, foi o que o faltou ao Inter ao não renovar com seu comandante, Abel Braga (foto acima). Reconheço que o treinador cometeu alguns equívocos na metade do campeonato ao recuar demais sua equipe, mas Abel liderou o Colorado em sua era mais vitoriosa, o ano de 2006. Ou será que a Libertadores e o Mundial daquele ano foram esquecidos? Isso sem falar que o Inter voltará à Libertadores em 2015, competição que não disputa desde 2012.

Vale ainda mencionar que ano após ano a diretoria colorada investiu em jogadores e treinadores de renome sem jamais ter êxito em voltar à competição sul-americana. Abel foi um dos diferenciais para este retorno.

Até o fechamento desta resenha, o clube ainda não havia anunciado um novo treinador.



Imagem extraída do Facebook oficial do Palmeiras- https://www.facebook.com/sePalmeiras/



O Palmeiras, por fim, trocou Dorival Júnior por Oswaldo de Oliveira (foto acima). O carioca, com isso, torna-se um dos poucos treinadores com passagens por todos os grandes clubes de São Paulo (Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo) e do Rio de Janeiro (Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco).

Sua contratação, no entanto, recebo com desconfiança. Oswaldo fez campanhas razoáveis no Botafogo, conseguindo colocar o Fogão na Libertadores deste ano, mas com o time apresentando desempenho muito irregular. Ademais, o treinador bateu de frente com Loco Abreu em 2012, o então ídolo maior do Glorioso. Seu último trabalho foi no Santos neste ano, quando perdeu o título paulista para o Ituano e também apresentou desempenho irregular com o Peixe no Brasileirão. Diante dos acontecimentos recentes, tenho minhas dúvidas se ele é o treinador ideal para reerguer o Verdão.

Se eles farão bons trabalhos? Apenas o ano de 2015 vai responder. Enquanto isso, tudo o que podemos fazer é meramente especular baseando-nos em trabalhos passados destes treinadores.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Valeu, Henry!

Imagem extraída do Facebook oficial do Arsenal- https://www.facebook.com/Arsenal/



Foi com uma certa tristeza que eu recebi a notícia da aposentadoria do atacante Thierry Henry (foto). Mesmo aos 37 anos, eu tinha esperanças de que ele voltaria a algum dos clubes em que foi ídolo na Europa, em especial o Arsenal, e jogasse por mais alguns meses para então pendurar as chuteiras. Infelizmente, o tempo passa para todos e chega um momento em que o corpo não mais aguenta um esporte como o futebol, onde uma grande quantidade de esforço é requerida.

Henry não deixou nenhuma justificativa para a sua aposentadoria nas redes sociais, mas afirmou que permaneceria no futebol, agora como comentarista do canal Sky Sports, em Londres.

O atacante, nascido em Paris, passou por grandes clubes da Europa, incluindo o Monaco (clube que o revelou), a Juventus, o Arsenal e o Barcelona. Seu último clube foi o New York Red Bulls, dos Estados Unidos, clube que Henry defendeu de 2010 a 2014. Henry também defendeu a Seleção Francesa de 1997 a 2010, participando e quatro Copas do Mundo, 1998, 2002, 2006 e 2010.

Henry ficou conhecido pelo seu grande talento com os pés, pela precisão nas bolas paradas e pelo seu faro de gols. Não é exagero colocá-lo ao lado dos grandes da França, como Just Fontaine, Platini, Zidane e Ribery. Henry conquistou vários títulos ao longo da carreira, dos quais destaco um Campeonato Francês (pelo Monaco), dois Ingleses (pelo Arsenal), dois Espanhóis e uma Champions League (pelo Barcelona) e uma Copa do Mundo (pela Seleção Francesa em 1998).

Infelizmente, o atacante não é lembrado apenas pelos lances bonitos. Ele ficou marcado negativamente na repescagem para a Copa do Mundo de 2010, quando deu uma assistência de mão para William Gallas marcar o gol que colocaria os Bleus no mundial da África do Sul e eliminaria a Irlanda.

Nada, contudo, mancha a trajetória de Henry nos seus vinte anos de carreira. Sempre nos lembraremos de sua identificação com os clubes que defendeu, pelos seus muitos gols anotados e pelo seu futebol vistoso. Henry foi um craque, é e sempre será.

Obrigado pela sua imensa contribuição com o futebol, Henry! Faço votos de que você continue fazendo sucesso, agora como comentarista!



Imagem extraída do Facebook oficial de Thierry Henry- https://www.facebook.com/ThierryHenry/



Leia mais:

ESPN- Thierry Henry anuncia aposentadoria para virar comentarista esportivo: http://espn.uol.com.br/noticia/468559_thierry-henry-anuncia-aposentadoria-para-virar-comentarista-esportivo

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Sorte ou Azar?

Imagem extraída de https://www.facebook.com/uefachampionsleague/



Bom dia, queridos leitores e leitoras!

Tive um final de semana bastante agitado com festas e provas. Em decorrência disso, tive pouco tempo para postar textos aqui. Aliás, vocês nem imaginam como é estar do outro lado de uma sala de aula tomando conta de alunos durante uma prova!

Foi realizado agora há pouco o sorteio que definiu os confrontos para as oitavas-de-final da Champions League 2014-15, a serem realizadas no próximo ano. Até lá, os times já estarão reformulados após a janela de transferência de inverno e espera-se que os jogadores lesionados -Özil, Hummels, Vermaelen, James Rodríguez, ...- já estejam em condições de jogo.

Como sempre, farei uma pequena análise dos confrontos e darei os meus palpites. Será que o seu time favorito consegue chegar às quartas?


PARIS SAINT-GERMAIN X CHELSEA- este promete ser um duelo interessante, afinal são duas equipes mantidas por magnatas que torram os tubos para formarem seus grandes elencos. O confronto deve ser bastante equilibrado visto que os elencos se equivalem sob o ponto de vista técnico, mas deve pesar a experiência do treinador José Mourinho, que possui dois títulos na competição e sabe como jogar nesse tabuleiro.

Jogo de Ida- 17/02/2015 no Parc des Princes
Jogo de Volta- 11/03/2015 no Stanford Bridge
Palpite- Chelsea


MANCHESTER CITY X BARCELONA- o emergente City vem galgando um lugar entre os grandes da Europa seguindo a mesma fórmula do Chelsea e do PSG: os proprietários do clube investem milhões para trazerem grandes jogadores e montar um elenco cheio de estrelas. Nesta temporada, porém, os Citizens vêm apresentando certa irregularidade, tanto na Premier League quanto na Champions. Melhor para o Barcelona, que segue fiel ao seu toque de bola ao mesmo tempo que vem superando os retranqueiros com novas variações de jogadas.

Jogo de Ida- 24/02/2015 no City of Manchester
Jogo de Volta- 11/03/2015 no Camp Nou
Palpite- Barcelona


BAYER LEVERKUSEN X ATLÉTICO DE MADRID- o Atlético deixou de ser um mero coadjuvante no Campeonato Espanhol e voltou a ficar em evidência, algo que o Leverkusen ainda não conseguiu fazer na Alemanha. O Bayer possui um futebol mais leve, mas carece de poder de decisão e, ainda, conseguiu tropeçar no já eliminado Benfica na última rodada. O Atlético possui um futebol mais pesado e perdeu muito de suas forças com as saídas de Courtois, Filipe Luís e Diego Costa. Ainda assim, os Colchoneros possuem mais time e mais experiência para avançar.

Jogo de Ida- 25/02/2015 no Bay Arena
Jogo de Volta- 17/03/2015 no Vicente Calderón
Palpite- Atlético de Madrid


JUVENTUS X BORUSSIA DORTMUND- a Juventus é soberana na Itália, mas há anos não consegue brigar por títulos na Champions. O Borussia está em situação oposta com grandes campanhas na Champions nos últimos anos mas passando por uma grave crise na Alemanha, correndo o risco de rebaixamento. Os dois times jogam com a bola no chão, mas a Juve é mais defensiva enquanto o Dortmund sai mais para o jogo. Se o Borussia recuperar o seu elenco até fevereiro, os Aurinegros serão os favoritos.

Jogo de Ida- 24/02/2015 no Juventus Stadium
Jogo de Volta- 11/03/2015 no Signal Iduna Park
Palpite- Borussia Dortmund


SCHALKE 04 X REAL MADRID- o Schalke possui bons jogadores e pratica um bom futebol, mas dificilmente superarão a boa fase e os talentos do Real Madrid.

Jogo de Ida- 18/02/2015 no Veltins-Arena
Jogo de Volta- 10/03/2015 no Santiago Bernabéu
Palpite- Real Madrid


SHAKTAR DONETSK X BAYERN MÜNCHEN- o Shaktar até pode dar alguns sustos no poderoso Bayern graças aos seus bons jogadores (a maioria brasileiros) mas dificilmente poderão superar o elenco impecável aliado o jogo coletivo dos alemães.

Jogo de Ida- 17/02/2015 no Donbass Arena
Jogo de Volta- 11/03/2015 no Allianz Arena
Palpite- Bayern München


ARSENAL X MONACO- após anos terminado em segundo lugar de seus grupos e pegando pedreiras nas oitavas, o Arsenal terá um adversário mais acessível à frente. Tudo porque o "novo rico" Monaco está em crise, perdeu muitos jogadores importantes (Falcao García e James Rodríguez, entre eles) na última janela de transferência e está mal na Ligue 1. Este também será o reencontro de Arsène Wenger com seu ex-clube.

Jogo de Ida- 25/02/2015 no Emirates Stadium
Jogo de Volta- 11/03/2015 no Louis II
Palpite- Arsenal


BASEL X PORTO- os Dragões têm mais tradição na Champions e vêm se reerguendo após uma temporada fraca em 2013-14. Mas é bom que os portugueses não subestimem o Basel, time que revela muitos talentos e que eliminou o Liverpool na fase de grupos.

Jogo de Ida- 18/02/2015 no St. Jakob-Park
Jogo de Volta- 10/03/2015 no Estádio do Dragão
Palpite- Porto

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

A Itália É Juventus

Imagem extraída do Facebook oficial da Juventus- https://www.facebook.com/Juventus/



O futebol italiano sem dúvida já viveu dias melhores. Os quatro títulos em Copas do Mundo, um em Eurocopas e os doze títulos na Champions League (sete com o Milan, três com a Inter e dois com a Juve) hoje mais parecem uma lembrança distante.

O treinador Cesare Prandelli declarou, após a dramática eliminação para o Uruguai, o quanto estava preocupado com o futebol italiano, bem como a formação de atletas. Foi a segunda Copa consecutiva que a Azzurra caiu ainda na fase de grupos.

A Champions League 2014-15 mostra que o futebol italiano realmente precisa de mudanças, como Prandelli alertou. Haviam apenas dois clubes da Itália disputando vaga para as oitavas, a Roma e a Juventus -o Napoli foi eliminado ainda nos playoffs. Aliás, até pouco tempo atrás, a Itália tinha o direito de inscrever até quatro clubes na Champions, e hoje são apenas três.

A Roma dependia apenas de suas forças para avançar, mas caiu em casa diante do milionário Manchester City. E a Juve, também jogando em casa, não passou de um empate sem gols diante do Atlético de Madrid. A Vecchia Signora avançou enquanto os Giallorossi vão ter de se contentar com a Europa League. Restou apenas a Juventus para representar uma das nações mais vitoriosas no futebol.

Cabe ainda mencionar que o Milan e a Internazionale, dois dos maiores clubes do mundo, há anos não conseguem brigar por títulos mesmo em seu próprio país. Os dois clubes sequer chegaram à Champions desta temporada. Volte ao primeiro parágrafo e leia quantos títulos estes clubes possuem na competição para se ter uma ideia de sua grandeza.

A Juventus parece ser o único clube que se salva na Itália. Joga um futebol leve e baseado no toque de bola, enquanto a maioria dos times ainda segue a tradição de apostar na defesa. Desde a temporada 2011-12, o clube de Turim sobra na Serie A. Para se ter uma ideia da superioridade da Juve, basta dizer que a Vecchia Signora tem sido a base da Azzurra nos últimos anos.

Não é um exagero que a Juventus será a Itália na Champions. O clube de Turim terá a missão de salvar a honra do futebol do país e ainda indicar um caminho para que a sua seleção possa se reerguer.



Imagem extraída do Facebook oficial da Juventus- https://www.facebook.com/Juventus/

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Temporada de Fofocas

Imagem extraída do Facebook oficial do Fluminense- https://www.facebook.com/FluminenseFC/



Com o fim da temporada 2014 do futebol brasileiro, a imprensa não tem muito o que falar a respeito dos clubes daqui. A maioria dos times está em férias e poucas notícias a respeito do futebol nacional aparecem.

Resta à imprensa focar em outras modalidades, no futebol internacional e, principalmente, nas transferências de atletas. A cada final de temporada os clubes vão às compras -em especial, os que vão disputar a Libertadores- ou, então, dispensam dezenas de atletas.

O anseio por contratações e dispensas gera muitas especulações a respeito dos assuntos. A grande maioria das notícias veiculadas são, de fato, interesse dos clubes, mas a grande maioria não passa de boato.

O fim da parceria do Fluminense com a patrocinadora Unimed, por exemplo, gerou dezenas de especulações a respeito dos atletas do Time das Laranjeiras. Fred (foto acima) estaria na mira de Cruzeiro e do Palmeiras. Conca seria alvo do São Paulo e do Verdão. Cavalieri poderia retornar ao Palestra. E assim por diante. Esses supostos interesses dos clubes foram divulgados em diversos sites e jornais, mas sem muita profundidade. Não passam, portanto, de rumores. Por enquanto.

A questão é que tais rumores acabam gerando um grande clima de euforia ou apreensão em torcedores dos clubes envolvidos. Quando a expectativa não se cumpre, a diretoria é incompetente porque não trouxe o jogador, o presidente que é um "mão-de-vaca", os torcedores protestam querendo jogador, e por aí vai. E se o negócio fecha, é o clube que perdeu o atleta que é o alvo dos protestos porque não teve "competência para segurar o jogador" e o futebolista é taxado de "traidor" e "mercenário".

É claro que a mídia quer audiência ou a venda de jornais, mas gostaria que meras especulações não fossem divulgadas com tanto sensacionalismo, afinal são apenas especulações. E os torcedores, da mesma forma, gostaria que não criassem tantas expectativas a respeito de tais histórias. Os clubes possuem limitações financeiras e podem não ter recursos suficientes para trazer ou manter os jogadores mencionados.

Lembrem-se de que são apenas especulações, e não negócios concretizados.

Algo a Aprender com os Vizinhos

Imagem extraída de https://www.facebook.com/riverplateoficial/



Eu não falei? O futebol argentino, devidamente renovado e revigorado, voltou a encantar e, com isso, também voltou a conquistar títulos. A conquista da Copa Sulamericana pelo River Plate foi merecida e também confirmou a excelente fase do nosso vizinho.

O River, em nenhum momento, deixou de buscar jogo contra o Atlético Nacional. O time rejuvenecido aliou raça e técnica, superando os colombianos pelo placar de 2x0 com gols de Mercado e Pezzella. E continuou atacando em busca do terceiro, mesmo com o título praticamente assegurado.

O treinador, o ex-meia Marcelo Gallardo, é bastante jovem -tem apenas 38 anos e pendurou as chuteiras há três anos atrás- mas trouxe boas ideias para o clube que o revelou e foi recompensado.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/riverplateoficial/



Com o terceiro título internacional consecutivo -Copa Sulamericana em 2013 com o Lanús e Libertadores em 2014 com o San Lorenzo- o futebol argentino confirma sua boa fase. Isso sem mencionar o vice-campeonato da Albiceleste na Copa do Mundo em 2014.

Há quem diga que o futebol argentino não é tudo isso usando o recente amistoso realizado em Pequim como referência. Que continuem achando, pois o país vizinho está colhendo frutos de seu bom futebol enquanto estamos nos contentando com migalhas. Mesmo o Cruzeiro, o melhor clube brasileiro da atualidade, foi vencido pelo San Lorenzo, e na última Copa do Mundo tivemos de nos contentar com o quarto lugar mesmo com o apoio de nossa torcida.

Deveríamos aproveitar o momento e refletir por que os argentinos voltaram a crescer no futebol enquanto nós paramos. Talvez 2014 até possa ser considerado um ano atípico, mas temos de reconhecer que houve erros de nossa parte e os nossos vizinhos foram bastante superiores. Eles jogaram bola enquanto nós, salvo exceções, mais nos preocupamos em não levar gols do que fazê-los. Mesmo a vitória do Brasil no Superclássico das Américas, a Albiceleste teve muito mais volume de jogo e posse de bola enquanto nossa Seleção, no melhor estilo Dunga e Felipão, achou dois gols aproveitando espaços dos rivais. E ainda deram sorte com Messi perdendo um pênalti.

 A Argentina aprendeu com os erros do passado, soube corrigí-los e agora colhe os frutos. E o Brasil? Será que não vamos aprender com nossos erros também e reformular nosso futebol?

Parabéns ao River pela conquista inédita! E boa sorte na próxima temporada!



Imagem extraída de https://www.facebook.com/riverplateoficial/



Leia mais:

ESPN- River Plate, campeão invicto da Sul-Americana que volta a ser protagonista atualizando a escola argentina: http://espn.uol.com.br/post/467265_river-plate-campeao-invicto-da-sul-americana-que-volta-a-ser-protagonista-atualizando-a-escola-argentina

Sem Marmelada

Imagem extraída do Facebook oficial do Bayer Leverkusen- https://www.facebook.com/bayer04fussball/



Muitos times não brigavam por mais nada na última rodada da fase de grupos da Champions League 2014-15. Mesmo assim, nenhum time deixou de buscar jogo e as equipes lutaram pelo resultado favorável, mesmo clubes que já estavam eliminados da competição, como o Benfica e o Anderlecht. As equipes que já estavam com vaga nas oitavas e/ou liderança assegurada também poderiam tirar proveito do regulamento e entregar suas partidas permitindo que rivais teoricamente mais fracos avançassem à próxima fase, mas os líderes Real Madrid, Bayern München e Chelsea, que estavam na situação descrita, não quiseram saber e golearam seus rivais.

O profissionalismo é levado muito a sério na Europa. Não que os campeonatos do Velho Continente sejam livres de erros ou irregularidades. Lá também acontecem erros de arbitragem, excesso de truculência, ocorrem suspeitas de manipulações de resultados e, recentemente, houve dirigentes de grandes clubes punidos por irregularidades.

As equipes, no entanto, demonstram em campo -ou, ao menos, parecem demonstrar- que honram os salários que recebem e que respeitam o torcedor que vai ao estádio ao cumprirem sua obrigação profissional que é buscar a vitória -lembrando que no esporte o resultado é um objetivo, mas é obrigatório, ao menos, tentar buscá-lo.

Como dizem por aí, o que importa não é vencer, mas o que importa é competir.



Imagem extraída do Facebook oficial do Borussia Dortmund- https://www.facebook.com/BVB/

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

O Dilema de Mari

Imagem extraída de https://www.facebook.com/MariVolei/



A ponteira Mari (foto) voltou a defender as cores do Molico Nestlé na temporada 2014-15. Ela já teve uma passagem entre 2000 e 2006, quando o time se chamava BCN/Osasco e depois Finasa/Osasco. A medalhista olímpica, por enquanto, não é titular absoluta em seu clube atual e vem disputando posição com Samara.

Mari, às vésperas das Olimpíadas, vive um grande dilema. A atleta se desentendeu com o treinador José Roberto Guimarães em 2012, quando o técnico cortou a ponteira dos jogos de Londres. Como o comandante permanece no cargo, o retorno da jogadora à Seleção Brasileira é muito improvável.

A jogadora, então, cogitou defender a Seleção Alemã. Mari possui ascendência alemã. As regras da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) permitem a uma atleta representar um outro país desde que a jogadora possua nacionalidade local e fique algum tempo sem atuar pela seleção que defendia. Mari não joga pelo Brasil desde 2012.

A justificativa da ponteira é justamente a possibilidade de jogar as Olimpíadas mais uma vez. Mari esteve presente no time que faturou o primeiro ouro olímpico nos jogos de Pequim em 2008. O fato das próximas Olimpíadas serem no Brasil encoraja ainda mais a jogadora a mudar de seleção. Obviamente, a Alemanha precisaria se classificar primeiro aos jogos de 2016 para que, então, a atleta possa realizar seu objetivo.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/MariVolei/



Compreendo os sentimentos de Mari. É muito frustrante não ter o direito de defender a seleção de seu país justamente no momento em que as Olimpíadas serão realizadas em casa. Mari fez muito pelo nosso vôlei. Graças a ela, nós ganhamos o ouro em Pequim 2008 e quatro Grand Prixies -2004, 2006, 2008 e 2009. Isso sem falar nos títulos "menores" pela nossa Seleção e nos clubes que ela defendeu ao longo da carreira. Eu concordo que ela merecia ser mais valorizada pelos seus feitos e deveria ser lembrada na Seleção.

O treinador Zé Roberto, na época do corte, se justificou afirmando que a atleta não "havia sido a jogadora que precisavam". A atleta se disse "injustiçada" na época.

Por outro lado, o fato de uma brasileira defender uma outra seleção nunca é bem visto pelo torcedor. Basta ver o caso de Diego Costa, que defendeu a Seleção Espanhola foi duramente hostilizado durante a última Copa do Mundo. Caso Mari siga o mesmo caminho, é provável que ela acabe seja considerada a vilã da história, ainda que ela tenha seus motivos.

Ademais, tanto atleta como treinador jamais deveriam ter chegado a esse ponto. A delegação comporta um número limitado de atletas e o técnico precisa ser rigoroso em seus critérios para montar um time. Muita injustiça acaba sendo cometida no processo e isso, infelizmente, faz parte do esporte. No futebol mesmo, dezenas de craques jamais tiveram o direito de defender a nossa Seleção em uma Copa do Mundo, como Alex e Evair.

Mari e Zé Roberto, portanto deveriam se reconciliar. A atleta deveria entender o motivo do corte como parte do trabalho e o treinador deveria compreender a frustração da jogadora. Eu, no entanto, acredito que isso dificilmente acontecerá. Já se passaram dois anos após o incidente, não há sinais de reaproximação entre as duas partes e Mari parece determinada a defender outra seleção.

Que Mari tenha sucesso em sua escolha, independente de qual for. O vôlei brasileiro será eternamente grato por tudo o que fez pela modalidade.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/MariVolei/



Leia mais:

Lance- Mari cogita defender a Alemanha nos Jogos Olímpicos do Rio-2016: http://www.lancenet.com.br/minuto/Mari-Alemanha-Jogos-Olimpicos-Rio-2016_0_1241275908.html