sábado, 6 de abril de 2013

A Diferença entre Nacionalismo e Ufanismo

Todo dia na Internet leio dezenas de cometários de pessoas reclamando que o brasileiro "baba ovo" pelos europeus e deixa de "valorizar" os jogadores, times e campeonatos nacionais. Vejo ainda comentários que acham que estamos sendo "injustos" com a Copa do Mundo do Brasil, que deveríamos apoiar mais a nossa seleção e torcer para que as obras sejam entregues à tempo, apesar dos contratempos.

Eu creio que estas pessoas que saem defendendo cegamente o Brasil estão confundindo "nacionalismo" com "ufanismo". "Nacionalismo" é sair em defesa de sua nação conscientemente, enquanto o "ufanismo" é uma maneira que governos autoritários usam para manipular o povo, fazendo a população acreditar que está lutando pelo bem-estar de sua pátria.

Recuso-me a dar qualquer declaração sobre como a Copa do Mundo está sendo organizada. Apenas limito-me a dizer que sou totalmente contra a Copa 2014 e também contra os Jogos Olímpicos de 2016 em nosso país. Sobre a Seleção também não preciso me alongar: amistosos contra times que pouco acrescentam à evolução do Brasil, jogadores que não merecem vestir nossa camisa, desempenhos risíveis contra as seleções mais fortes, futebol violento e burocrático, treinadores retranqueiros e calendário mal planejado.

Quanto à eterna comparação entre times europeus e brasileiros, basta ver o desempenho dos times e seleções de lá diante dos nossos times. O Brasil sofreu até para empatar com a Rússia, que decepcionou na última Eurocopa e ficou de fora da Copa de 2010. E o Santos nem viu a cor da bola diante do Barcelona em 2011. Os campeonatos de lá, a mesma coisa: calendários bem mais organizados que não sobrecarregam os atletas, estádios gigantescos, gramados macios, jogadores que não rifam a bola e profissionalismo.

O brasileiro ficou acostumado em se considerar "o país do futebol" e, por causa disso, sentou na fama e parou no tempo. Nosso futebol se deteriorou de tal maneira que temos pouquíssimos craques. E ainda colocamos aqueles volantes e zagueiros violentos em pedestais. E somos tão convictos de que o nosso futebol é o melhor do mundo que sequer admitimos que o futebol da Europa e dos nossos vizinhos -Argentina, Chile, Colômbia e um pouquinho o Uruguai- evoluiu e que temos de aprender algo com eles.

Quando eu e outros autores criticamos o nosso futebol, não estamos desrespeitando o nosso país e sim buscando uma maneira de fazer nossos técnicos, jogadores e dirigentes façam nossos times evoluir, mas tudo o que vejo é uma mau uso da palavra "nacionalismo".

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