domingo, 31 de março de 2013

Barça, Borussia e Bayern

Nesta semana, nós teremos a volta da Champions League. Finalmente! Com as exceções do Santos, do São Paulo e do Atlético Mineiro, você raramente encontra craques ou times que joguem bonito aqui no Brasil. Os outros times tem alguns lampejos, mas os "professores" quase sempre se preocupam mais em marcar do que criar. E gol que é bom, só de bola parada.

E já vou deixar minha torcida declarada: quero que Bayern München, Borussia Dortmund e Barcelona.

Apesar de ser são paulino, não faço questão nenhuma de torcer pro Paris Saint-Germain do Lucas e do retranqueiro do Carlo Ancelotti. O italiano não quis jogar bola contra o Valencia durante as oitavas-de-final e deixou o time lá atrás para dificultar a troca de passes dos Morcegos e conseguir alguma oportunidade no contra-ataque. Os únicos caras que jogam um pouco de bola por lá são o Ibrahimovic e o Lavezzi. Só.

Nos jogos entre Real Madrid e o Galatasaray... Bem, nem sei pra quem torcer. Um dos jogadores mais badalados do Gala é o Felipe Melo. Precisa dizer mais? E o Real do Mourinho vive apelando para o anti-jogo. O cara não abre mão do violento Pepe. Vai ser um bom confronto entre brasileiros violentos.

Minha esperança é que não dê nenhuma zebra e que prevaleça o futebol bonito e bem jogado. Barça e Borussia são representantes legítimos dessas características. O Bayern também joga bem, mas precisa dar menos trombada em campo.

Dois Grandes em Evolução

O São Paulo e o Corinthians presentearam o torcedor com um clássico menos "pegado" e com mais toque de bola.

Parabéns ao Ney Franco e ao Tite, que estão fazendo times menos burocráticos, sem precisar dos Denílsons, Ralfs, Cristians, Carlinhos Paraíbas e outros volantes violentos.

Da parte do São Paulo, parabenizo o técnico Ney Franco, que teve a ousadia de montar um time com três meio-campistas que sabem tocar a bola -Jádson, Maicon e Ganso. Tava na hora, né? Jogar com Wellinton e Denílson com medo do oponente é depender do erro do outro. E o São Paulo aprendeu a controlar os nervos, com jogadores errando menos passe e controlando mais os nervos. Do Corinthians, destaque para Alexandre Pato, que está jogando mais do que o truculento Guerrero. Aliás, Tite, que tal os dois jogarem mais vezes juntos?

Conselho para os dois times: SEMPRE acompanhem o condutor da bola para oferecer-lhe mais opções de passe. Quando o jogador do seu time estiver com a bola, dois devem ir junto para possibilitar a triangulação e confundir a marcação. E fiquem sempre próximos -e não juntos- do condutor para que o passe seja curto e não dar a bola para o adversário.

Outro erro comum: as duas equipes jogam muito no individualismo: dois jogadores do mesmo time nunca deveriam tentar ir na bola ao mesmo tempo. Os jogadores também, com isso, deixam espaços para o adversário jogar. E nas subidas para o ataque e nas bolas paradas, onde ficam os jogadores para pegar os rebotes, hein? Se fosse com o mestre Rinus Michels ele estaria esquentando a orelha dos jogadores até agora...

Reformando o Palmeiras

Eu já dediquei um post à torcida alviverde pedindo que os torcedores tenham paciência, pois o Palmeiras acabou de cair para a Série B e está passando por um momento de transição. Será necessária muita tranquilidade para que dirigentes, comissão técnica e jogadores consigam reerguer o Verdão.

Não tenho experiência com administração, mas tenho aqui algumas idéias que o Sr. Paulo Nobre e seus subordinados poderão utilizar para recolocar o Palestra nos trilhos, a curto e a longo prazo.

1- Trazer jogadores identificados com o Palmeiras: pode parecer loucura da minha parte, mas eu faria um grande esforço para trazer Rivaldo e Alex Cabeção de volta ao Palestra. Os dois ainda estão em grande forma física e têm conquistas importantes com a camisa do Verdão. Além disso, os dois ainda têm muita qualidade física e técnica apesar da idade. Óbvio que o ideal é não colocá-los para correr demais e deixá-los próximos da área trocando passes como os grandes maestros da atualidade -Xavi, Iniesta, Götze, Thomas Müller- fazem. Os atacantes agradeceriam. Ah, sim! Obviamente, os dois seriam capitão e vice-capitão da equipe, respectivamente, pois são jogadores disciplinados e têm muita coisa boa para ensinar à garotada. Seriam dois líderes naturais do elenco.

2- Treinador: eu sou contra a demissão do Gilson Kleina por motivos já explicados, mas gostaria de trazer um treinador que tivesse identificação com o clube. Seria desejável também que o treinador fizesse a equipe jogar bonito e no ataque, utilizando os meias para valorizar a posse de bola. O ideal seria trazer Jorginho de volta, mas acho que Francisco Arce serviria por sua história no clube.. Émerson Leão também seria uma boa por sua história no Verdão, mas o ex-goleiro da Seleção sofre rejeição pela sua personalidade forte...

3- Categorias de base: eu acabaria com essa política do "bom e barato" e voltaria a investir nas bases. O Palmeiras não tem NENHUM garoto para preencher os vazios no banco de reservas e , ainda por cima, mandaram o Narcisio, que fez um bom trabalho neste ano, embora. Injustiça. Investir nos garotos é sempre garantia de lucro para o clube e ainda eles raramente ficam incomodados com a reserva. As bases do Palmeiras só revelaram Vagner Love e alguns goleiros nos últimos anos. E olha que o Verdão já foi conhecido pelo nome de "Academia de Futebol" pela qualidade do futebol que jogava.

4- Resolver os conflitos: sabemos muito bem que a situação política do Verdão é caótica por causa dos constantes desentendimentos entre as chapas de situação e oposição. Os dirigentes precisam se conscientizar de que quem perde com os conflitos é o próprio clube. Eu já falei em outro post que é preciso deixar o ego e o emocional de lado e agir com a cabeça para gerir um clube. Ainda em conflitos, é necessário resolver os problemas do elenco, como é o caso de Valdívia. Um jogador insatisfeito contamina o elenco e acaba com o trabalho de equipe.

5- Torcida: as agressões, como as ocorridas com Fernando Prass, Vagner Love e João Vítor têm de parar, ou cada vez menos gente virá para o Palmeiras. Além disso, o elenco precisa de tranquilidade. Ou você acha que os atletas estão felizes com rebaixamento?

6- Reforços: acho que o Verdão poderia buscar alguns reforços no Chile, Uruguai, Argentina, Colômbia e afins. Os jogadores não costumam ser caros para os padrões brasileiros e eles têm qualidade. Sugestões: Toselli (goleiro), Charles Aranguiz (volante/meia), Ledesma (meia), Scocco (atacante), Lisandro López (zagueiro), entre outros. É bom ficar de olho na Libertadores, pois há jogadores de qualidade no Boca Júniors, Arsenal de Sarandí, Universidad de Chile, Huachipato, ...

sábado, 30 de março de 2013

Será que Vai Dar Bayern na Champions?

As broncas disparadas pelo presidente do Bayern München, Uli Hoeness, surtiram efeito, ao que parece. O cartola criticou pesadamente o desempenho do elenco após a derrota por 2x0 para o Arsenal há duas semanas em plena Alianz Arena.

A equipe de Munique atropelou o Hamburger SV (ou Hamburgo, como queiram) por impiedosos 9x2, com direito a quatro gols do veterano peruano Pizarro. E olha que o elenco do Hamburger tem vários jogadores com boas passagens pela Seleção Alemã, como Dennis Aogo, Heiko Westermann, Marcell Jansen e René Adler, além de jogadores como o checo Jiracek e o holandês van der Vaart. Os hamburgueses até tinham elenco para segurar o Bayern, mas os bávaros, mesmo entrando em campo com time misto, mostraram superioridade técnica aliada ao bom momento vivido pelo clube.

O Bayern, aliás, é a maior equipe da Alemanha e, talvez, a única daquele país a fazer frente aos grandes times da Europa, como Milan, Internazionale, Barcelona, Real, Juventus, Manchester United e Liverpool. Isto há até pouco tempo atrás. Além do Bayern, apenas mais dois times alemães, o Borussia Dortmund e o próprio Hamburger, haviam ganho a Champions League.

Mas qual o segredo do time de Munique, que sempre serviu de base para a montagem da Seleção Alemã?

O Bayern é um time que investe pesado em seus jogadores, desde as categorias de base. Boa parte dos titulares foi formada no próprio clube, como Schweinsteiger, Badstuber, Müller, Kroos e o capitão Lahm. E quando os jogadores se aposentam, eles ainda prestam serviços ao clube, seja como treinadores ou mesmo como dirigentes, mesmo que não tenham passado pelo clube. O técnico Jupp Heynckes foi jogador do Borussia Mönchengladbach e da Mannschaft e esteve presente no bicampeonato de 1974. O presidente, Uli Hoeness, também esteve presente naquela conquista em 74, junto de Heynckes. Ou seja, aqui o presidente tem mais do que moral para dar pitacos na equipe! O cara entende de jogar bola! Além deles, Breiner e Matthias Sammer também trabalham no clube como dirigentes.

O Bayern também sabe trabalhar seu elenco. O clube faz apenas contratações pontuais e quando o elenco fica inchado, os treinadores fazem "rodízio" de jogadores para que haja chance a todos. Dessa forma, as brigas por espaço no elenco são amenizadas e ainda permite que os reservas tenham ritmo de jogo. Ribéry estava machucado para as "decisões" contra o Borussia Dortmund (pela DFB Pokal) e contra o Arsenal (pela Champions) e, mesmo assim, Kroos e Shaqiri deram conta do recado na hora de substituí-lo.

No estilo de jogo, a equipe possui muitos craques, como Ribéry, Lahm, Robben e Müller. O time troca passes, mas possui um estilo de jogo mais veloz, explosivo e individual, utilizando a velocidade e a força dos laterais, dos pontas e dos volantes para acionar Mandzukic na área. Além disso, os jogadores velozes têm boa presença de área e fazem seus golzinhos quando Mandzo está muito sobrecarregado com a marcação. É um estilo que une o melhor do talento e da força física.

Para coroar esta excelente fase do Bayern, só falta mesmo a conquista do penta na Champions, título que não vem desde 2001. A conquista da Bundesliga desta temporada é só questão de tempo, já que os bávaros já abriram vinte pontos em relação ao segundo colocado (Isso mesmo! VINTE pontos)!

Ao que parece, o sonho do penta não é tão impossível, mas ainda será necessário passar pela Juventus e seu toque de bola refinado, possivelmente pelos espanhóis do Real e do Barça que ainda possuem os melhores elencos do mundo e, talvez, pelo grande rival Borussia Dortmund e seu elenco leve e de toque de bola envolvente. Será que dá, Bayern?

Não se Administra com o Umbigo ou com o Coração

Eu fico impressionado como os dirigentes dos clubes se comportam. A maioria deles não têm o menor comprometimento com as entidades que comandam, apenas com o próprio ego. Parecem administrar os clubes com o umbigo.

Dirigir uma entidade é algo muito complexo. É preciso saber administrar as finanças do clube, permanecer o mais neutro possível não tomando partido de ninguém, amenizar os confrontos dos subordinados -desde o faxineiro, passando pelos jogadores, comissão técnica até o vice-presidente- o máximo possível e ainda manter relações cordiais com as outras entidades -outros clubes, patrocinadores e as federações. Mais importante do que isso, é preciso lembrar que um clube tem grande importância na formação de novos atletas que poderão representar uma nação no futuro. E isso não apenas no futebol.

O que eu vejo, no entanto, são dirigentes mais preocupados em forrar os próprios bolsos ou fazerem manobras políticas para permanecerem mais tempo no cargo. E eles não suportam críticas, precisa ser tudo do jeito que eles mandam. Não é desse jeito que o seu time briga por títulos.

"Então, nós precisamos que alguém administre o clube com o coração, certo"? Errado, muito errado.

Administrar um clube com o coração também pode ser um grande erro. Você acaba colocando no seu clube apenas o que você gosta. Mas o que você gosta necessariamente funciona? Imaginemos, por exemplo, como um torcedor do São Paulo montaria seu elenco. Ele iria querer repatriar vários ídolos do passado, como Josué, Mineiro, Aloísio. E pagaria bilhões de dólares para trazer o Muricy de volta.

Desculpe, mas isso também não funciona. A maioria dos ídolos do passado nem sempre rendem o esperado. Muitos deles já estão velhos e propensos a lesões. Você até pode trazê-los para encerrar a carreira no clube onde eles tiveram sucesso em sinal de respeito e agradecimento pelos feitos do jogador, mas não necessariamente pode contar com eles para obter títulos. E você não vai querer mandá-los embora por causa do carinho ou da gratidão que você tem com eles. Além disso, um presidente-torcedor vai trocar de técnico a cada rodada porque torcedores raramente têm paciência para que um investimento dê retorno. Eu já falei que leva tempo para treinador e elenco se entenderem. E, pior ainda, imagine o que uma pessoa totalmente passional faria num momento de crise: ela iria agredir jogadores e treinadores porque "eles não honram a camisa do clube".

Presidir um clube é como administrar uma empresa: você precisa investir no que vai dar retorno para o seu clube, e não apenas para o seu bolso ou para o seu coração. Você muitas vezes terá de abrir mão do seu ego e das coisas que você gosta em nome das finanças, do desempenho do elenco e das boas relações horizontais e verticais.

Me desculpem pelo post, mas não é nada pessoal. São apenas negócios.

Triângulo Ofensivo

Um dos grandes problemas de você jogar na defensiva é que seu time fica na expectativa de um erro do adversário. E nem todo rival erra. Ainda assim, muitos "professores" insistem em deixar todo o meio-campo livre pro adversário jogar, na esperança de tomar a bola do adversário no campo de defesa e puxar um contra-ataque rápido. E eles sempre apertam a marcação em cima dos craques do time adversário. É o que o Chelsea e o Milan fizeram contra Messi nos últimos confrontos com o Barcelona, com até quatro jogadores cercando e marcando La Pulga.

A maneira como os times começaram a anular o Barcelona me lembrou uma situação muito semelhante ocorrida no basquete norte-americano no final dos anos 80 e começo dos anos 90.

A era de ouro do Chicago Bulls se deu quando Michael Jordan, que na minha opinião é o maior jogador de basquete de todos os tempos, atuou pelo time de Chicago. Jordan carregava o time do Bulls sozinho nas costas, até que as outras equipes, como o Detroit Pistons, passaram a anular Jordan valendo-se de marcação dupla -chamada de Jordan rules. Notaram a semelhança da estratégia com a utilizada por Mourinho para deter Messi?

Alguns anos depois, porém, o então treinador do Bulls, Phil Jackson, e seu assistente, Tex Winter, adotaram uma tática chamada de "triângulo ofensivo" (triangle offense). A estratégia, grosso modo, funciona assim: o condutor da bola se aproxima do garrafão pela frente enquanto os outros quatro jogadores se distribuem ao redor dele, um em cada extremidade, posicionando-os como um "X" ao redor da linha dos três pontos. O objetivo dessa distribuição é oferecer ao condutor da bola mais de uma opção de passe, confundindo a marcação. E o fato das Jordan rules fazerem marcação dupla sobre um jogador, deixa um atleta livre, e isso tornou a estratégia do "triângulo ofensivo" ainda mais eficaz, uma vez que sempre há pelo menos um jogador livre enquanto dois estavam sendo mobilizados para marcar Jordan.

A distribuição dos atletas em "X" possibilita uma "triangulação de passes" muito semelhante ao "Tiki-Taka" do Barcelona, oferecendo ao condutor da bola vantagens semelhantes à formação do 2-3-2-3 adotada pelo Barça de Guardiola: os atletas sempre têm mais de uma possibilidade para passar a bola.

O basquete conseguiu demolir a retranca dos Pistons valendo-se do jogo coletivo e da inteligência. Mas e no futebol? Jordi Roura (que eu tanto critiquei) e Vicente Del Bosque já deram a resposta: adiantar a marcação e disponibilizar mais homens no campo de ataque. O "ônibus" do Milan capotou depois que Roura adiantou os laterais e os volantes para marcar por pressão e roubar a bola no campo de ataque. Del Bosque fez o mesmo contra a França nesta semana ao adiantar os zagueiros para o meio-de-campo. E tome troca de passes!

Toda tática tem pelo menos uma fraqueza e encontrar essas fraquezas faz parte do jogo. Mas ninguém pode entrar no jogo contando com os erros do adversário, é preciso tomar iniciativa para forçar o erro, ou você, a prática, fica esperando para que o adversário seja bonzinho e aceite a marcação...

sexta-feira, 29 de março de 2013

A Ponte Surpreende

O nível técnico do Campeonato Paulista é baixo, tanto que os quatro grandes times de São Paulo -São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos- nem levam o torneio muito a sério e, mesmo assim, ocupam posições confortáveis na tabela. Ainda assim, isto não tira o mérito da Ponte Preta, clube tradicional de Campinas, cidade do interior de São Paulo.

A Macaca atualmente ocupa a vice-liderança do campeonato sem nenhuma derrota. E tudo isso graças a um planejamento e trabalho muito bem executados. Os dirigentes demonstraram muita competência ao final da temporada passada ao manter todo o elenco que já havia tido um bom desempenho na Série A do Brasileirão de 2012. Muitos atletas, como o lateral-direito Cicinho, tinham propostas para sair e jogar em clubes maiores, mas os dirigentes conseguiram segurá-los. Some isso ao bom trabalho que vem sendo realizado pelo treinador Guto Ferreira. Não é um primor técnico, mas o time joga com a bola no chão e troca alguns passes.

Os resultados do trabalho surpreendem, afinal a ainda que a  Ponte Preta não estivesse em crise, não chegaria aos pés de equipes como Palmeiras, Flamengo, Cruzeiro e outras. E a Macaca deixou muitas delas para trás no Brasileirão do ano passado.

Um dos maiores espinhos na existência do clube é o fato da Ponte nunca ter conquistado um título importante. A Macaca jamais conquistou um Campeonato Paulista sequer, enquanto o arquirrival Guarani ostenta um troféu da Série A do Brasileirão em 1978.

Ainda é cedo para a Ponte falar em títulos, mas se os dirigentes e o treinador conseguirem executar seu trabalho com tranquilidade e resistirem às investidas dos outros clubes, a Macaca poderá sonhar alto nos próximos anos.

Apesar de Tudo...

Eu não aprecio o trabalho do técnico Gilson Kleina. Eu critico severamente seu estilo de dirigir o Palmeiras. Eu nunca concordei que uma equipe deveria colocar quatro zagueiros e três volantes, deixar o meio-de-campo para o adversário jogar e tentar jogar no erro do adversário. Para mim, esse tipo de mentalidade é de "professores" que consideram o empate um bom resultado, e acho que não é disso que o Palmeiras precisa no momento.

No entanto, eu já expliquei que os treinadores precisam de tranquilidade e de respaldo no cargo para montar um elenco. Não dá pra esperar que venha um treinador e acerte o elenco logo de cara, a menos que sejam o Arsène Wenger ou o Jürgen Klopp, que trocam de elenco a cada final de temporada -esses aí têm vasta experiência em montar elencos eficientes em pouco tempo.

Gilson Kleina está no cargo há seis meses, o que pode ser considerado pouco tempo para um treinador no comando. O time acabou de ser totalmente desmantelado por causa do rebaixamento e os jogadores recém-chegados ainda não têm entrosamento para jogar como uma equipe. E o "professor" não consegue repetir a escalação porque a equipe vive sofrendo com lesões e suspensões.

Deve ter sido com essa mentalidade que os dirigentes do Verdão resistiram às pressões da torcida e de alguns conselheiros e mantiveram Kleina no cargo, até porque há outros treinadores com títulos no currículo disponíveis no mercado, como Celso Roth (uma Libertadores pelo Inter), Joel Santana (vários Cariocas no currículo), Drival Júnior (uma Copa do Brasil pelo Santos), Renato Gaúcho (uma Copa do Brasil e um vice na Libertadores pelo Fluminense) e Adílson Batista (dois Campeonatos Mineiros e um vice na Libertadores pelo Cruzeiro).

Ainda assim, peço ao "professor" que mude o seu estilo de comando e faça a equipe jogar no ataque. Não será com 38 empates que o Verdão voltará para a Série A.

quinta-feira, 28 de março de 2013

A Punição Fez Bem ao Fabuloso

Muita gente sempre pergunta o porquê de "tamanha implicação" com o Luis Fabiano. E eu respondo: o Luis Fabiano é um bom centroavante, mas antes de tudo, ele é um jogador importante e um líder dentro do grupo, dada a sua idade e a importância que ele teve (e tem!) na história da entidade São Paulo Futebol Clube. E, como eu disse em dois posts, um líder deve passar coisas boas aos seus seguidores, e não demonstrar infantilidade. Foi o que ele demonstrou durante vários momentos, como aquelas expulsões contra o Tigre e contra o Arsenal de Sarandí.

A punição imposta pela Conmebol foi aquilo que os dirigentes do clube e o técnico Ney Franco se omitiram em fazer. Como o "professor" e os dirigentes passavam a mão na cabeça do jogador ao invés de adverti-lo pelos seus atos, era óbvio que uma hora a bomba iria explodir. E explodiu da pior maneira possível. A punição tirou o Fabuloso de quatro jogos da Libertadores e ainda abalou o atleta psicologicamente. Pudemos notar claramente isso durante as partidas contra o São Bernardo e contra o Paulista de Jundiaí.

O que os dirigentes e o "professor" faziam ao atleta era mimá-lo e dar respaldo aos seus atos infantis. Contudo, isso fez com que Luis Fabiano se esquecesse de que ele não estava acima do bem e do mal e que um dia todos os seus feitos poderiam se voltar contra ele. Foi o que aconteceu. E o Fabuloso, como já disse anteriormente, já é adulto, é experiente. Tem passagens vitoriosas pelo Porto, Sevilla e Seleção Brasileira. Ele tem 32 anos e é pai de uma menina. Uma pessoa com a vivência que tem o Fabuloso não pode mais agir como se fosse um moleque de 13 anos. Não condiz com a bagagem e com a idade dele.

Nota-se, no entanto, que a punição atingiu o jogador exatamente onde deveria. Com a suspensão, Luis Fabiano passou a policiar mais os seus atos, cometeu menos faltas, esbravejou menos em campo e passou a evitar os microfones para evitar que ele dissesse algo que pudesse ser usado contra ele. E a sua produtividade em campo melhorou muito. Ele marcou gols em quase todos os jogos desde a fatídica partida contra os argentinos em Sarandí.

Como torcedor, fico triste em saber que um atleta importante como ele tenha que nos desfalcar por quatro jogos. Como ser humano, no entanto, fico satisfeito em saber que a punição surtiu o efeito necessário e fez com que o jogador pensasse e policiasse suas ações.

Não é fácil ser adulto, Luis Fabiano. Perdemos nossa inocência e ganhamos responsabilidades. Parabéns por ter compreendido o porquê de você estar sendo punido e ter melhorado suas atitudes em campo em decorrência disto. Seu clube, seus colegas, seus torcedores e sua família agradecem.

Um Pedido para a Torcida do Palmeiras

A meu ver, o placar de 6x2 sofrido ontem pelo Palmeiras ante o Mirassol não pode ser considerado um acidente ou mera obra do acaso. Foi consequência das más gestões anteriores que decretaram o rebaixamento do Verdão, aliado ao trabalho sem ousadia dos "professores" e a alguns jogadores que não são dignos de vestirem a camisa do Palestra Itália.

Poderia fazer um post para malhar os culpados pela situação, mas a quem deveríamos culpar na atual gestão?

O presidente Paulo Nobre? Não, ele assumiu o Palmeiras há pouco tempo e ainda está tentando colocar a casa em ordem. Acho que ainda é cedo para culparmos o cartola.

O técnico Gilson Kleina? Também não. O "professor" faz um trabalho ruim, mas é bom lembrar que ele teve de montar um elenco do zero, uma vez que quase toda a base que ele tinha no ano passado deixou o clube, incluindo jogadores importantes como Hernán Barcos e Marcos Assunção. Eu já mencionei em outro post que lava tempo para um técnico formar um elenco.

Os jogadores? Acho que também não. Ontem o time estava com muitos desfalques. Vale dar um puxão de orelha nos atletas porque o Mirassol é um time inferior ao Palmeiras e está em crise, ameaçado pelo rebaixamento, mas você não pode esperar que jogadores sem entrosamento joguem como um time se eles pouco atuaram juntos ou se eles se conhecem há pouco tempo.

Enfim, não é hora de "caçarmos as bruxas" no elenco ou nas tribunas palmeirenses, mas tenho um pedido muito especial aos torcedores do Palmeiras.

Caros torcedores, eu acho que vocês têm todo o direito de ficarem irritados com o placar humilhante de ontem ou com a situação vergonhosa em que o clube se encontra. Mas, diz o ditado, "o verdadeiro amigo é aquele que te apóia nos momentos ruins". O Palmeiras precisa nesse momento de apoio e não de cobranças. Sim. O presidente acabou de assumir um clube em ruínas, o treinador tem de montar um elenco do zero porque perdeu a base e os jogadores são quase todos recém-contratados. Como eu expliquei em outro post, leva tempo para que um investimento feito dê retornos. E, de novo, utilizemos o arquirrival Corinthians como exemplo. Em 2008, o Timão ficou de fora do mata-mata do Paulistão e depois deu vexame diante do Sport na Copa do Brasil, mas os dirigentes bancaram o então técnico Mano Menezes e tiveram o retorno nas temporadas seguintes.

Ademais, os protestos, muitas vezes violentos, do torcedor estão afastando os jogadores do time. Vagner Love, João Vitor e Fernando Prass foram agredidos por torcedores mais exaltados. Que jogador vai querer atuar por um clube onde o profissional corre risco de vida?

Por mais difícil que seja, peço ao torcedor palmeirense que contenha os ânimos e apoie o time o máximo possível. É difícil e muitas batalhas serão perdidas no processo. Mas é preciso ter compreensão de que o clube acabou de ser rebaixado e que os profissionais tiveram pouco tempo para executar o trabalho, bem como para arrumar a bagunça deixada pelas gestões anteriores.

Pitacos do Paulistão

Resolvi fazer alguns comentários sobre esta décima quinta rodada do Paulistão. Ok, eu disse em outro post que eu não esperava muita coisa desta rodada, mas houve alguns fatos surpreendentes que achei dignos da minha atenção...

O meu São Paulo jogou com um time misto e, mesmo assim, controlou o jogo contra o Paulista de Jundiaí. Gostaria que o time jogasse na Libertadores com a mesma tranquilidade que jogou de hoje. Aliás, os jogadores do Tricolor e o técnico Ney Franco bem que poderiam assistir ao VT do jogo da Espanha contra a França. Há muito o que aprender com a partida da Roja contra os Bleus, principalmente com a calma com a qual a Espanha administra o jogo e com o nervosismo que fez com que a França jogasse fora qualquer chance de reação. O time do Morumbi joga com a bola no chão e sabe trocar passes, mas perde a cabeça facilmente em jogos decisivos e/ou quando é surpreendido pelo adversário. A noite também valeu pela classificação antecipada para as quartas-de-final do campeonato.

O Corinthians jogou pro gasto e só empatou com o Atlético Penapolense. O time do Parque São Jorge está poupando jogadores para o clássico contra o São Paulo e para a Libertadores. Pena que o técnico Tite não aproveitou o jogo para testar formações mais ousadas. Eu acho que o Timão tem jogadores com técnica para trocar passes e criar chances com a bola no chão, mas o treinador gaúcho é conservador demais mesmo com adversários pequenos. E eu acho que o Coringão vai sentir muita falta do Renato Augusto. O meia contratado junto ao Bayer Leverkusen é rápido, técnico, habilidoso e esforçado. Para mim, é o melhor jogador do Corinthians atualmente. Ele e o Pato colocam um pouco de inteligência e criatividade no quadrado time alvinegro.

E o Palmeiras... Bem, o Palmeiras levou uma goleada para o instável Mirassol. O time do noroeste paulista surpreendeu e fez seis gols ainda no primeiro tempo. E o Palestra, com MUITOS desfalques, não teve forças para segurar um adversário que está mal no campeonato. Lamento que o técnico Gilson Kleina não tenha tentado, ao menos, armar um time mais ofensivo e criativo para valorizar a posse de bola e tentar surpreender o adversário jogando fora de casa, mas acho que "colocar o time no ataque" não faz parte do vocabulário do "professor"...

Para as próximas semanas, gostaria que os "professores" refletissem profundamente o que diferencia um time como o Barcelona dos times daqui. Não é tão difícil seguir o estilo de jogo do clube Blaugrana, mas os "professores" quase sempre se preocupam mais em defender do que atacar e ainda consideram um empate de bom tamanho. Com esse tipo de mentalidade, você só ganha títulos contando com o erro do adversário. E nem todo adversário erra...

quarta-feira, 27 de março de 2013

O que Há com o Vôlei Brasileiro?

Caro leitor, peço a sua licença novamente para comentar sobre o vôlei brasileiro. E, infelizmente, os comentários serão sobre notícias não muito animadoras.

Alguns dias após receber a notícia de que o Vôlei Futuro/Araçatuba deve fechar as portas após uma temporada ruim em 2012/13, o Medley/Campinas também corre o risco de deixar de existir. Isso porque a Medley cancelou o patrocínio ao clube paulista após o time ter sido eliminado pelo Vivo/Minas nas quartas-de-final.

O Vôlei Futuro já dava sinais de que a situação não ia bem. O clube de Araçatuba já havia acabado com o time de vôlei feminino ao final da temporada e dispensou vários jogadores do time masculino, incluindo Camejo, Mário Júnior e Lorena. Restaram Michael e Ricardinho para tentar salvar o desfecho, mas sem ajuda de um elenco de ponta, a dupla não conseguiu levar o time do interior de São Paulo às eliminatórias nesta temporada. Já o time de Campinas, foi uma notícia que pegou todos de surpresa.

Fico bastante chateado que esses times estejam correndo o risco de desaparecer. Eu gosto das duas equipes, e também temos que considerar que ambas as equipes possuem bons jogadores que caberiam tranquilamente em nossa Seleção. Do levantador Ricardinho nem preciso falar, ele é um dos melhores jogadores que eu já vi em sua posição até hoje e ainda tem lenha para queimar. Temos também Michael (que é um bom sacador), Purificação, Rivaldo e Gustavão (três atletas altos que fazem excelentes bloqueios na rede) e o meio-de-rede André Heller (que também tem passagens pela Seleção).

O levantador Ricardinho tratou de arregaçar as mangas e iniciou protestos em Araçatuba para que o "Projeto Vôlei Futuro" não seja abortado. E o clube de Campinas está correndo atrás de outro patrocinador para tentar salvar o time, com o bicampeão olímpico Maurício à frente das manifestações.

É uma pena recebermos esse tipo de notícia justamente em um momento em que o nosso vôlei passa por uma boa fase, tanto os clubes quanto as Seleções. Estamos atraindo, inclusive, a atenção de estrangeiros, além de estarmos competirmos de igual para igual com potências, como Rússia, Itália e Estados Unidos.

A meu ver, falta ao vôlei o apelo e a visibilidade que sobram ao futebol. Os jogos de vôlei poderiam ser transmitidos na TV aberta. Isso ajudaria a aproximar os times do espectador que, depois, se torna um torcedor. Além disso, a exibição em televisão aberta atrai os anunciantes que terão a possibilidade de exibirem suas logomarcas. A Globo só transmite alguns jogos, o que é pouco para garantir a visibilidade necessária.

Também poderia haver estratégias de marketing e patrocínio mais agressivas. Eu, que sou torcedor do Sollys/Osasco, nunca pude comprar uma camisa do meu time de coração. A única camisa que vi à venda até hoje foi a do Vôlei Futuro/Araçatuba em um posto de gasolina em Bauru. Isso para vocês terem uma ideia como a divulgação dos times ainda é restrita. Ainda sobre marketing, pode-se tentar vender mais espaços nos uniformes -fica feio, eu sei, mas foi o que ajudou alguns clubes de futebol a equilibrarem suas finanças. Por fim, seria interessante tentar explorar a imagem das próprias estrelas do time para atrair anunciantes. As imagens de Ricardinho e André Heller tem muito apelo pelo fato de serem medalhistas olímpicos.

Fica aqui registrado o meu apoio ao Ricardinho e ao Maurício para a salvação de seus clubes. Nosso vôlei está passando por um excelente momento. Não podemos permitir que a modalidade comece a definhar e pôr tudo a perdes. Temos duas seleções muito respeitadas e os nossos clubes têm reconhecimento internacional.

Vida longa ao Vôlei Futuro e ao Campinas.

Sem Expectativas

Depois de ver a Rússia botar o Brasil na roda e de assistir a mais uma aula de futebol da Espanha, hoje teremos de volta o chatíssimo e inflado Campeonato Paulista.

O Palmeiras, pra variar, vai jogar com vários desfalques e o futebol do Verdão que já não era bom, deve ficar ainda pior. Corinthians e São Paulo vão poupar atletas para o clássico de domingo e para a Libertadores na semana que vem. Essa, aliás, seria a chance dos reservas se destacarem e conquistarem alguma posição, mas aposto que vão jogar com medo, e "respeitando o adversário", como pregam 99,99% dos "professores".

Eu acho que o clássico do São Paulo contra o Corinthians vai ser "clássico" só no nome. Pode ter certeza que o senhor Tite vai usar aquela história de botar duas linhas de quatro no campo de defesa porque o Tricolor joga trocando passes. E o Ney Franco tem grandes chances de "improvisar" o Douglas na ala direita pra ajudar na marcação, além de não abrir mão do truculento Denílson que tem média de um cartão amarelo por jogo. Tite e Ney Franco, espero que vocês me surpreendam no domingo ao invés de montarem equipes para não perder.

Por que os "professores" não dão uma olhada no que a Espanha fez ontem? A França era uma equipe fisicamente muito superior que a Roja -aposto que se o Ribéry desse uma trombada no Xavi, apenas o baixinho do Barcelona iria para o chão- e, mesmo assim, o Del Bosque adiantou a marcação e botou o time no ataque. A estratégia foi tão bem executada que o Pogba e o Cabaye perderam a cabeça e apelaram para as faltas.

Esta é a realidade do futebol brasileiro. As equipes têm medo de atacar, e driblar ou trocar passes virou crime. Por isso, não tenho expectativa nenhuma para as próximas partidas.

O Futebol do Leste Europeu Vive

Nos tempos da Guerra Fria -disputa ideológica entre capitalistas e socialistas-, o esporte tinha grande importância como arma política e cultural. Era a grande chance de um dos lados humilhar ou outro sem precisar usar armas. Os socialistas sabiam disso e faziam grandes investimentos no esporte. É só ver quantas medalhas olímpicas União Soviética, Cuba e China conquistaram ao longo dos anos. Com o fim da União Soviética, o esporte deixou de ser uma arma política, mas as agora ex-nações socialistas continuaram investindo no esporte. China, Cuba, Rússia e Ucrânia continuam sendo grandes bichos-papões de ouros olímpicos.

O futebol também mereceu investimentos dos Estados socialistas. Os países do Leste Europeu (praticamente, todos eram socialistas) nunca conquistaram uma Copa do Mundo, mas já chegaram perto, com a Checoslováquia (vice-campeã em 62) e a Polônia (terceiro lugar em 74 e 82). Na Eurocopa, a situação foi melhor, com a União Soviética faturando o título de 1960 e a Checoslováquia levando o caneco em 76.

Com o fim da Guerra Fria, muitas daquelas nações do Leste Europeu se fragmentaram devido a perda de força do regime socialista na União Soviética e o aumento de movimentos nacionalistas, que clamavam por independência de seus Estados. Iugoslávia, Checoslováquia e a própria União Soviética se desmembraram em vários países independentes. Era uma loucura traçar mapas daquela região nos anos 90, já que surgia um país novo a cada mês!

Por causa da instabilidade política, o futebol desses países foi afetado. Algumas seleções chegaram a ser impedidas de participar de torneios da FIFA. Ainda assim, bons jogadores oriundos daquela região brilharam naquela época, como os croatas Davor Suker e Slaven Bilic. Aliás, a Croácia foi a melhor ex-nação socialista em copas do mundo até o momento. A geração de Suker, Bilic e Boban conquistaram um surpreendente terceiro lugar em 1998. Ainda em copas do mundo, vale mencionar o bom quarto lugar da Bulgária de Hristo Stoichkov obtido em 1994. Nas competições europeias, destaque para o vice-campeonato da República Checa em 1996.

Hoje, as ex-nações socialistas vêm mostrando futebol de qualidade. Jogadores daquela região vêm se destacando nos grandes clubes e na Champions League. Há alguns anos atrás, estavam em evidência os nomes de Shevchenko, Jankulovski e Nedved, além de Milan Baros, Rosicky, Mutu, Arshavin e Pavlyuchenko, que ainda continuam em atividade. Também aparecem jovens promissores como Mandzukic, Subotic, Piszczek, Dzeko entre outros.

Mais do que isso, as seleções do Leste Europeu estão fazendo boas campanhas nas eliminatórias européias para a Copa do Mundo de 2014. A própria Croácia, Bulgária, Hungria, Romênia, Albânia, Rússia, Bósnia-Herzegovina e Montenegro estão muito bem colocadas em seus grupos.

- "Os grupos são fáceis!" -Diz algum descrente. Então, vá até o grupo de Montenegro e observe que o time de Mirko Vucnic deixou a Inglaterra na vice-liderança. E a Bósnia-Herzegovina de Edin Dzeko deixou a Grécia, que já foi campeã européia, comendo poeira na tabela.

Além do desempenho dos times, foi satisfatório ver que alguns times vêm se preocupando com a qualidade e com a renovação de seu futebol para não ficar dependendo de uma geração vitoriosa para sempre. A Rússia é um bom exemplo. Arshavin e Pavlyuchenko nem entraram em campo contra o Brasil na segunda-feira e, mesmo assim, os russos botaram a Canarinho na roda, com muitas trocas de passes. E não é que o retranqueiro do Fabio Capello botou o time pra jogar coletivamente? Fiquei muito satisfeito com o que vi.

Que os times do Leste Europeu continuem nos presenteando com jogadores e futebol de qualidade. Quem sabe não pinte alguma surpresa vinda de lá em 2014?

Chile X Uruguai: Dois Estilos Distintos

Uma pena que não pude assistir ao jogo do Chile contra o Uruguai, pois são duas seleções com as quais eu simpatizo muito. E também são duas seleções que seguem estilos totalmente opostos em campo: o Chile que joga coletivamente e o Uruguai que aposta nos talentos individuais de Suárez e Cavani.

Do Chile, já falei em outro post: é uma equipe leve e com poucos destaques individuais, mas conta com um belo jogo coletivo e ataca trocando passes. É uma equipe claramente influenciada pelo mestre Marcelo "El Loco" Bielsa, mostrando que o legado do argentino no Chile está mais vivo do que nunca. Gosto muito de assistir ao Chile jogar. É muito agradável e me lembra o próprio Barcelona em campo.

Já o Uruguai é uma equipe mais aguerrida, priorizando defesa e marcação. É um futebol, desculpe escrever, muito feio e que depende demais dos talentos individuais do Suárez e do Cavani. Não é exagero que os dois carregam a Celeste nas costas, já que só os dois tem um pouco de técnica e habilidade no time. O Uruguai é o único time retranqueiros que eu torço, por causa da grande identificação que essa seleção tem com o São Paulo. O capitão Diego Lugano é ídolo no Tricolor. Se não fosse por ele, pelo Suárez e pelo Cavani, eu nem daria tanta importância para a Celeste.

Pelo bem do futebol-arte, fico feliz com a vitória do Chile, mas meu coração de torcedor preferiria que as duas equipes empatassem.

terça-feira, 26 de março de 2013

Mais uma Aula de Futebol da Espanha

Tenho uma certa vontade de rir de alguns autores que descreveram uma suposta "crise" na Seleção Espanhola, afinal muitos sites deitaram e rolaram com o empate da Espanha com a Finlândia na semana passada. Mas diz o ditado, "quem ri por último, ri melhor".

A Espanha, mais uma vez, foi fiel ao seu estilo de posse de bola, trocando muitos passes e sempre criando muitas oportunidades. O técnico francês, Didier Deschamps, tentou, pra variar, usar o método "Di Matteo", com duas linhas de quatro no campo de defesa para dificultar as trocas de passes e tentar explorar contra-ataques rápidos pelas laterais. De fato, Jallet, Evra, Ribéry e Valbuena foram bastante acionados, sempre buscando Benzema na área, após tomar a bola dos espanhóis.

Porém, a França aceitou a marcação espanhola. O técnico Vicente Del Bosque adiantou os seus defensores e utilizou o "antídoto" contra o "ônibus", tomando a bola no próprio campo de ataque.

O resultado foi justo, com um gol marcado por Pedro, mas poderia ser ainda mais se Xavi, Iniesta e o próprio Pedro não tivessem perdido algumas bolas na cara do gol. E, mesmo com a vantagem, Del Bosque colocou mais três meias ofensivos -Jesús Navas, Fàbregas e Juan Mata- para continuar pressionando e valorizando a posse de bola. Já a França... Bem, após um primeiro tempo bom, o time perdeu a cabeça após sofrer o gol de Pedro e começou a apelar para as faltas. Pogba foi expulso, mas acho que Cabaye bem que poderia ter se juntado a ele. O jogador do Newcastle bateu demais no jogo. Deschamps também poderia ter ter feito a Espanha provar de seu próprio remédio, pois não faltavam jogadores habilidosos e/ou técnicos no elenco, como Ribéry, Ménez, Giroud e Benzema, mas, pelo jeito, ele ficou com medo da Furia e pagou o preço.

Ainda assim, espero que ambas as seleções se classifiquem. Ambas têm craques e ambas jogam um bom futebol. Porém, agora a França dificilmente conseguirá escapar da repescagem, já que esta era a melhor chance dos Bleus de tirarem pontos da Roja. É bom o Deschamps caprichar na oração...

Colando os Cacos

Depois de duas campanhas vexaminosas na Copa de 2010 e na Euro 2012, ambas devido desentendimentos ente atletas e treinadores, a França pretende limpar seu nome e voltar a disputar títulos. E a geração atual é boa, com muitos bons jogadores, como Cabaye, Ben Arfa, Giroud, Benzema e, principalmente, Ribéry, craque dos Bleus e do Bayern München. Ribéry, aliás, reúne muitas características que o tornam diferenciado: é rápido, forte, dribla, faz passes precisos (pelo chão ou levantando bolas na área), tem boa visão de jogo e faz seus gols.

O técnico Didier Deschamps, que foi volante dos Coqs em 1998, também faz um bom trabalho. Ele continuou fazendo da França um time mais leve e menos dependente da marcação ou das bolas paradas, além de dar prosseguimento à renovação o elenco. Eu temia que Deschamps, que montou um Olympique de Marseille mais "aguerrido" do que técnico, acabasse com o trabalho que Laurent Blanc vinha fazendo e voltasse a priorizar a marcação em detrimento à criatividade. Felizmente, meus instintos falharam.

Ainda assim, Deschamps e seus comandados terão um bocado de trabalho, afinal os torcedores ainda estão esperando que a França volte a repetir o desempenho de 1998 e 2006. Aliás, a sombra da geração de 1998 continua eclipsando a Seleção Francesa. Tanto que Blanc e o próprio Deschamps foram atletas daquela geração.

Também gostaria que um jogador, do qual tenho muita simpatia, voltasse logo a vestir aquela bela camisa azul: Samir Nasri. O jogador do Manchester City foi responsabilizado pelas brigas ocorridas durante a Euro 2012 e ficou impedido de ser convocado pela federação de futebol de seu país. Nasri também entrou em declínio no clube inglês e os tabloides da Terra da Rainha não param de noticiar que o francês deixará os Citizens na próxima janela de transferência. Pena. Eu sou um admirador de seu futebol desde os tempos de Arsenal e continuo lamentando que a personalidade forte do meia-atacante seja um empecilho para o seu talento.

Assistirei ao jogo de hoje contra a Espanha, válido pelas Eliminatórias para a Capa de 2014, com muito entusiasmo, afinal faz tempo que não vejo um confronto entre dois times que ainda jogam um futebol bonito.

Ah, sim. Existem muitos grupos ultranacionalistas na Europa que adoram discriminar negros e imigrantes vindos da África, Oriente Médio, América Latina e Leste Europeu. É bom lembrar às pessoas que pensam dessa maneira que o futebol da França deve muito aos africanos. Da geração atual, Benzema, Ben Arfa, Nasri, Sagna e outros, têm raízes africanas. E Zidane, o maior jogador da história da França (na minha opinião), é filho de argelinos.

O Fim de uma Geração Heroica?

Ainda é cedo para falarmos em aposentadoria da atual geração da genial Seleção Espanhola, no entanto muitos jogadores já são trintões e já vem dando sinais claros de que a hora de pendurar as chuteiras se aproxima.

Xavi, Casillas, Villa, Puyol, Reina, Valdés e Xabi Alonso já têm 30 anos ou mais nas costas. Até a próxima Copa do Mundo, Iniesta, Torres, Arbeloa e Cazorla também estarão com 30 anos.

Há muitos jogadores que já passaram dos 30 e continuam em condição física excepcional, como Rivaldo, Roberto Carlos, Zé Roberto e Lúcio -todos com pouquíssimas lesões no histórico. Mas, dos atletas espanhóis que eu citei, Xavi, Casillas, Villa e Puyol já estão dando claros sinais de que a idade está vindo.

Não é nenhuma humilhação ter de parar. Zidane, Romário e Maradona um dia tiveram de parar, mas, sem dúvida, dói o coração saber que essa geração, que tirou a Espanha da fila e papou duas Euros e uma Copa do Mundo, um dia vai ter de parar. Que digam os franceses no dia em que a geração de Zidane teve de pendurar as chuteiras.

A Espanha ajudou a mostrar que ainda há espaço para o futebol bonito e que o futebol-arte pode ser também eficiente num cenário onde cada vez mais os jogadores são exaltados pela forma física do que pela habilidade. Os times têm apostado em jogadores fortes, altos e velozes, mas incapazes de darem um drible ou de executarem um passe de três metros.

Claro que os mais sensacionalistas estão berrando aos quatro ventos:
- "Olha! A Seleção da Espanha vai acabar"!
- "A Espanha teve seu apogeu, mas agora está em decadência"!
- "Esse negócio de Barcelona e de Espanha ganharem era só modinha"!
- "A Espanha vai ficar igual à França"!

Menos. Não é o fim da Furia. Felizmente, o futebol espanhol mostrou que tem luz própria e está revelando bons jogadores que, acredito eu, poderão herdar o manto da atual geração e, quiçá, costurar mais estrelas sobre o brasão da confederação. Estou falando de jovens como Isco, Juan Mata, Iker Muniain, Fàbregas, Tello, Thiago Alcântara, entre outros. A geração atual ainda tem lenha para queimar, mas gostaria que nos próximos amistosos, essa molecada talentosa recebesse mais oportunidades do técnico Vicente Del Bosque, afinal os "herdeiros" precisam de uma sequência para ganhar ritmo de jogo e chegarem tinindo na hora de receberem o "manto" dos "veteranos".

Para o bem do futebol-arte, que a Espanha continue conquistando muitos títulos e que os talentosos herdeiros continuem o excelente trabalho de Xavi, Casillas, Alonso e Cia.!

segunda-feira, 25 de março de 2013

Dunga de Volta?! Menos!

Tudo bem que o torcedor brasileiro é impaciente por resultados mas, dentre os pedidos da imprensa e da torcida, um me surpreendeu: há pessoas pedindo Dunga de volta ao comando da Seleção. Mas, Dunga?!

Não nego que em termos de produtividade, Dunga foi superior ao Mano Menezes e ao Felipão (até o momento), afinal o ex-volante papou a Copa América em 2007 e a Copa das Confederações em 2009. Além disso, Dunga conseguiu bronze nas Olimpíadas de Pequim em 2008 e nunca perdeu das seleções mais "fortes", como Itália, Inglaterra e Argentina.

No entanto, Dunga armava seus times muito mais para marcar e defender do que para atacar. Olha o que ele convocava: Gilberto Silva, Kléberson, Josué, Júlio Baptista, ... Isso porque não citei o Felipe Melo, que decretou nossa eliminação na última Copa do Mundo com dois lances dignos da segunda série do primário. Dos jogadores que ele convocava, o único que jogava bem era o Nilmar e, talvez, o Robinho, que jogava muito mais com o nome do que com o talento. O restante do time servia mais para bater do que para jogar bola.

Dunga também tinha personalidade forte. Várias vezes ele se desentendeu com torcedores e, principalmente, com a imprensa por causa das críticas que recebia.

A meu ver, não concordo que Dunga deveria voltar à Seleção. Aliás, nem ele, nem Parreira, nem Felipão e nem Mano. Gostaria que viesse um treinador que trouxesse ideias novas ao mesmo tempo que faz a nossa Seleção voltar às origens, com futebol artístico, ofensivo e coletivo.

Meus nomes preferidos ainda são Josep Guardiola e Jurgen Klopp. Marcelo "El Loco" Bielsa e Arsène Wenger também servem, mas se o Felipão sair, pode ter certeza que virão Abel Braga ou Muricy Ramalho.

Rivaldo, Alex e Riquelme

Nem sei o que dizer da Seleção Brasileira hoje. O jogo estava tão bom que eu dormi todo o primeiro tempo. E no segundo eu vi uma Seleção burocrática e desesperada, correndo muito e produzindo pouco, como sempre. E o Felipão, como sempre, mal nas substituições, tirando o Oscar -de novo!- para colocar o brucutu Hulk. Se fosse pra tirar um meia, era melhor tirar o Kaká, que já está em falência técnica. Aliás, até agora não entendo por que o Kaká voltou a ser convocado e não sei por que ele ficou mais tempo em campo do que o Oscar. Se ele estivesse tão bem assim, ele estaria colocando o Özil, o Di María e o Modric no banco.

E o empate teve gosto de vitória pro Felipão. Sim, era pro Brasil perder o jogo. A Rússia dominou o jogo, não deixou os brasileiros pegarem na bola e merecia ter saído de campo com a vitória. E os russos nem jogaram com tanto empenho assim, estavam visivelmente se poupando porque a vitória era muito mais importante para o Brasil do que para a Rússia. Até mesmo do craque do time, Alan Dzagoev, foi poupado. Imagina se eles tivessem dado do sangue no jogo...

Eu achava que o Brasil estava, finalmente, se encontrando depois do que eu vi no jogo contra a Itália, mas depois da exibição de hoje, eu mudei de ideia.

Minha maior crítica é para o fato do Felipão ter levado o quase aposentado Kaká pra deixar de fora vários jogadores que tem muito mais a acrescentar do que o "Príncipe", como ele era chamado no começo da década passada no Milan. Poderíamos ter levado Jadson, Renato Augusto, Willian, Ganso, Bernard ou mesmo o Ronaldinho Gaúcho pra fazer dupla, ou mesmo um trio, com o Oscar.

O Kaká já foi o melhor jogador do mundo há seis anos atrás, mas hoje ele está abaixo do Oscar e dos garotos que eu citei acima. Aliás, acho que hoje ele está abaixo até mesmo de jogadores muito mais velhos, como Rivaldo, Alex e Riquelme. Os três estão fisicamente muito melhor que o ex-são paulino, executam passes com precisão cirúrgica, têm visão de jogo apuradíssima e não precisam correr para produzir em campo.

Vettel não Deve Pedir Desculpas a Ninguém

Peço a sua licença, fã de futebol, mas hoje vou falar um pouco de automobilismo, mais especificamente da Fórmula 1. E vou falar justamente do tal "jogo de equipe" que as escuderias vem promovendo para favorecer este ou aquele piloto.

Até onde eu saiba, todo piloto tem o título mundial como objetivo. Aliás, todos eles tem a obrigação profissional de tentar vencer cada uma das corridas. Claro que há alguns que, antes disso, querem ganhar projeção em equipes menores para chamar atenção de grandes escuderias e terem chance de realmente disputarem títulos, já que nos dias de hoje quem parece ganhar a corrida é o carro e não o piloto.

O alemão Sebastian Vettel é a maior sensação na F1 atual. Com apenas 25 anos e correndo pela Red Bull, equipe que, até pouco tempo atrás, era pouco expressiva; conquistou três mundiais consecutivos (2010, 2011 e 2012). Realmente, um grande talento que ajudou a quebrar um pouco essa escrita que "o carro é que ganha a corrida".

Na última corrida, no GP da Malásia, Vettel foi instruído pela sua escuderia a não ultrapassar o líder da prova, Mark Webber, seu companheiro de equipe. Vettel ignorou a ordem, ultrapassou o companheiro e venceu a corrida. A atitude de Vettel gerou mal-estar na equipe e o alemão teve de pedir desculpas pelo seu "erro".

A meu ver, Vettel não cometeu erro nenhum, muito pelo contrário: ele fez o certo. O alemão quer conquistar o tetracampeonato e, para isso, deve aproveitar toda e qualquer oportunidade que lhe for oferecida para isso, desde que essas oportunidades não transgridam as regras da categoria ou a esportividade. Se Vettel seguisse às ordens da equipe, ele estaria justamente mandando a esportividade para escanteio e fazendo esse "jogo de equipe", que tanto tira as emoções da F1.

As equipes precisam parar de dar tantos pitacos no desenrolar da prova e compreender que o objetivo de cada competidor é a vitória. Ou então, é melhor dar fim aos pilotos e utilizar carros totalmente automatizados. Sai muito mais barato que pagar o salário de um piloto e um robô nunca questiona as ordens de um chefe de equipe.

Você não deve desculpas a ninguém, Vettel. Você cumpriu com sua obrigação profissional e deu mais um passo em direção ao sonho do tetra. Quem deve se desculpar é o chefe de sua equipe que, como muitas outras, estão acabando com a emoção e com a esportividade da F1.

Alguma Perspectiva para a Copa do Brasil?

Não, não estou falando da Copa de 2014, e sim daquele torneio de mata-mata que ocorre todo ano com os times que não se classificaram para a Libertadores terem uma chance de disputar o torneio continental no ano seguinte. O torneio deste ano começará no próximo mês.

O nível técnico da Copa do Brasil vai do sofrível ao ruim, com equipes mais interessadas em jogar "respeitando o adversário", priorizando a "pegada", o "foco" e a "humildade". Nem preciso dizer que a maioria dos jogadores e treinadores que fazem essas declarações nas entrevista estão utilizando erroneamente estas palavras.

Neste ano, no entanto, tenho esperança de ver um torneio um pouco melhor. Há algumas equipes com bons jogadores que, creio eu, compensarão a nossa audiência, nem que seja por apenas um ou dois lances.

1- SANTOS: eu acredito que o Santos é o grande favorito para ganhar a competição deste ano. Neymar, como sempre deve ser o destaque do time apesar das oscilações que ele vem tendo nesta temporada. Ainda assim, seus dribles e suas jogadas individuais pela esquerda deverão pulverizar até retrancas bem armadas. Além de Neymar, Cícero, Patito, Arouca e Montillo sabem jogar bola, além de serem esforçados. É só o Muricy parar um pouco com esse negócio de jogar só em função do Menino da Vila e eles brilharão com um belo jogo coletivo.

2- INTERNACIONAL: o Inter tem dois meias muito bons que, acredito eu, farão a diferença para levar o Colorado ao título inédito. Sim, estou falando dos argentinos D'Alessandro, que é habilidoso com a bola e dribla bem, e Dátolo, que dá passes precisos, tem visão de jogo e sabe muito bem se infiltrar entre os atacantes para deixar o dele, lembrando o grande Juan Román Riquelme. Só espero que as lesões não estraguem novamente a temporada da dupla que pretende chamar a atenção do técnico Alejandro Sabella. Além dos argentinos, Forlán e Damião poderão tirar proveito das jogadas criadas pelos dois hermanos e anotarem muitos gols pelo time vermelho.

3- CORITIBA: o Coxa tem em Alex Cabeção a sua grande esperança de finalmente levar o Coritiba ao título, após dois vices consecutivos na Copa do Brasil. Alex já tem 34 anos, mas ainda mostra muita habilidade e comprometimento com o clube que o revelou. Acho que nenhum jogador que não seja um craque seria digno de ser homenageado com uma estátua na sede de um clube, como foi o caso de Alex na Turquia. Ele ainda tem lenha pra queimar. Além do Alex, me agrada o esforçado Darío Bottinelli, que sempre põe fogo no jogo quando entra. Espero que ele se recupere logo da fratura sofrida no começo deste ano.

domingo, 24 de março de 2013

Não Existe Jogador Mercenário

Você está vivendo sua rotina, bem-empregado, recebendo seu salário e levando sua vida. Até que um belo dia, você recebe uma proposta de uma empresa concorrente. Você receberia mais do que o dobro do seu salário atual, mais benefícios -vale-compras, vale-refeição e vale-combustível, além de auxílio médico e odontológico- dos quais você não goza no seu atual emprego. Você hesitaria em aceitar a proposta?

Essa situação é muito comum em qualquer ramo no mercado de trabalho, inclusive no futebol. Mas por que quando isso acontece com o jogador de futebol, ele é rapidamente chamado de mercenário pelo torcedor? Acabou o amor à camisa? Nada disso.

Já escrevi em outro post que a carreira de um jogador de futebol é efêmera e quando o atleta chega aos 30 anos ele já é considerado "velho". O jogador, portanto, tem pressa em fazer a sua "independência financeira". Ele precisa garantir o seu sustento enquanto é jovem e ele está em plena forma, já que ele dificilmente jogará no mesmo nível depois dos 30 anos. É só ver a quantidade de atletas que chega nessa faixa de idade e vive mais tempo no departamento médico do que em campo. Luis Fabiano, Rogério Ceni, Alessandro, Sheik, Léo e Marcos Assunção vivem desfalcando seus times por conta de lesões. E quando se chega a essa faixa de idade, você dificilmente tem mercado e, portanto, você tende a receber salários menores.  A menos, é claro, que você seja um grande astro, como Ronaldinho Gaúcho, Buffon, Klose, Casillas, ...

Trocar de time, mesmo que seja um grande rival, faz parte do trabalho e, de maneira nenhuma, representa falta de amor à camisa. Significa apenas que o jogador age como um profissional e, como tal, busca melhores condições de trabalho e maior projeção/valorização na carreira, assim como você provavelmente faria se recebesse uma proposta para mudar de emprego pelo dobro do salário.

Mas ainda existe amor à camisa? Sim. Rogério Ceni e São Marcos recusaram toda e qualquer proposta de outros clubes (inclusive do exterior) pelo amor e pela grande identificação que eles têm para com seus clubes. Casillas, Puyol, Xavi, Iniesta, Messi, Lahm e Götze poderiam muito bem migrar para o futebol no Oriente Médio, na Rússia ou na China, onde os salários são obscenamente elevados -maiores até do que o padrão do Oeste Europeu-, mas não o fazem por amor às suas camisas.

O fato de um jogador deixar seu clube por salários maiores não faz dele um mercenário. O que o torcedor precisa compreender, portanto, é que os casos de Ceni, Marcos, Casillas e Messi são exceções em que o coração falou mais alto do que o cérebro. O coração de uma pessoa não tem lógica. O coração emana um sentimento que faz você recusar uma propostas de receber salários mais altos em algum outro cargo ou em alguma outra empresa. Esse sentimento chama-se amor e, como diz o ditado, o amor é cego.

Davi e Golias em Campo

Conta o povo hebreu que Golias era um homem enorme e muito forte, capaz de derrotar dezenas de homens sozinho. Alguns escritores citam Golias como um gigante. Um dia, o Rei Davi desafiou Golias para uma luta. Davi não tinha força para competir com Golias em uma luta mano-a-mano, mas com astúcia e inteligência, utilizou uma funda (arma arremessadora de pedras) e derrotou o gigante.

Esta história mostra justamente como um homem aparentemente fraco pode superar um oponente tido como muito mais forte. E ela pode perfeitamente descrever a campanha do Borussia Dortmund nesta edição da Champions League.

Quando ocorreu o sorteio da fase de grupos da Champions, o Borussia caiu em um "grupo da morte", como o Ajax (que não tem mais a mesma força de outrora, mas ostenta quatro títulos europeus e é o berço de vários atletas talentosíssimos) e com os magnatas Manchester City e Real Madrid.

O poderio econômico dos Citzens e dos Merengues chega a ser obsceno de tão exagerado. Nem mesmo a crise européia consegue impor limites ao poder aquisitivo destes dois clubes, que poderiam tranquilamente comprar todo o elenco do Borussia Dortmund, incluindo o treinador e os reservas. E ainda sobraria troco.

Em campo, no entanto, o que se viu foi um aparentemente pequeno Borussia Dortmund mostrando que é necessário muito mais do que dinheiro para se fazer um elenco campeão. Contando com um elenco predominantemente jovem (dos titulares, apenas Weidenfeller e o capitão Kehl têm mais de 30 anos) e de jogadores pequenos, os aurinegros superaram invictos o "grupo da morte" graças ao seu estilo de jogo muito parecido com o Barcelona: trocas de passes, meio-campo muito mais ofensivo do que defensivo e alguns garotos revelados na base (Götze e Schmelzer). É um time leve, que se contrapõe ao outrora truculento futebol alemão. E que se vale muito mais do talento e da técnica de seus atletas, do que do poder aquisitivo ou da ostentação. Vale também mencionar o bom trabalho executado pelo técnico Jurgen Klopp que soube reconstruir o elenco após as perdas de jogadores para os times de maior poder aquisitivo. Eu considero o Klopp o melhor treinador da atualidade.

É uma pena que o Borussia é ainda um clube muito mais "doador" de atletas do que "aceptor", já que a tendência para o próximo final de temporada é a perda de mais atletas para os "magnatas do futebol". Lewandowski, Götze, Hummels e Reus são frequentemente especulado nos "poderosos" da Europa.

Minha esperança é que o Borussia faça uma campanha excepcional nesta temporada e, com isso, consiga segurar sua base, além de tornar-se um "aceptor" de jogadores. Mais do que isso, adoraria ver um confronto entre os aurinegros e o Barcelona, de preferência na final em Wembley. Seria um confronto magnífico entre duas equipes de filosofias e estilos de jogo semelhantes. É difícil, mas não seria impossível para um time que deixou dois magnatas para trás.

Força, BVB! Independente de vocês conseguirem o bicampeonato da Champions, vocês já conseguiram deixar um grande feito na história ao deixarem "dois Golias" na lona! Echte liebe!

Mais uma pro Fabuloso Aprender

Como de praxe, o São Paulo vai brigar na justiça par atenuar ou mesmo anular a pena imposta a Luis Fabiano na Libertadores -quatro jogos de suspensão.

Apesar de ser torcedor do São Paulo, eu digo: a pena foi muito justa, e não apenas pela atitude irresponsável dele de ter discutido com o árbitro da partida, mas também pelas dezenas de atitudes infantis que ele vem cometendo de 2012 pra cá.

O Fabuloso sempre foi conhecido por ser um jogador problemático. Desde 2003 ele esteve envolvido com brigas dentro de campo. Ele ficou de 2004 a 2011 na Europa, com passagens pelo Porto e pelo Sevilla, além de convocações para a Seleção Brasileira. E depois desses quase sete anos no Velho Continente, ele não parece ter aprendido nada de construtivo.

Acho inaceitável ver um homem de 32 anos, pai de uma menina, agir como se fosse um pivete de 13 anos. E ele ainda é o vice-capitão da equipe, ou seja, é um dos líderes em campo. Eu sempre espero de um líder atitudes positivas e construtivas para que ele possa passar bom exemplo aos seus subordinados, ainda mais em um elenco predominantemente jovem como é o do Tricolor. Mas o que ele tem ensinado pros garotos? Apenas atitudes infantis e violentas.

Pior é saber que o técnico Ney Franco e a diretoria do São Paulo não dão nenhum tipo de punição ao Luis Fabiano. Pelo contrário: passam a mão na cabeça do jogador. Isso é muito condenável e só mostra que o jogador que transgride as regras dentro de campo está certo.

Por esse a muitas outras, achei a punição imposta pela Conmebol corretíssima, aplicando ao Luis Fabiano algo que o "professor" e os dirigentes do São Paulo deveriam ter aplicado há muito tempo. Quem vive impune no passado, paga a pena no futuro.

É uma pena que, como sempre, os dirigentes estão muito mais preocupados com o título do que com a saúde do elenco...

sábado, 23 de março de 2013

A Última Chance do Imperador

Nesta semana, pipocou na internet a possibilidade de Adriano Leite Ribeiro, o Imperador, defender as cores da Sociedade Esportiva Palmeiras. Pelo menos até onde a imprensa divulgou, não se trata de boatos ou sondagens, como foi com o Santos e com o Guarani.

É claro que, em princípio, eu achei a história bizarra, afinal Adriano está a mais de um ano parado. Não se sabe como ele está fisicamente. E pela parte do Palmeiras, não sei se seria uma boa ideia, afinal Adriano é um jogador caro e com grande histórico de problemas disciplinares. Sua presença no elenco alviverde poderia representar tanto um rombo no orçamento do Palestra, quanto uma crise no elenco.

Refletindo melhor, achei que seria uma grande chance para ambos: Adriano teria a chance de se reerguer como atleta e, quiçá, voltar à Seleção, já que, como disse anteriormente, a camisa 9 da Canarinho ainda está vaga. Para o Palmeiras, Adriano poderia ajudar a reerguer o Verdão como estratégia de marketing, já que o alviverde anda carente de ídolos e o Imperador é uma figura carismática, mesmo com todo o seu histórico de problemas.

Como torcedor, é claro que eu gostaria de ver o Imperador voltar a jogar. Ele ainda está com 30 anos (faz 31 neste ano), ele é forte, grande, protege bem a bola, desempenha bem o papel de pivô, tem boa noção de posicionamento e tem uma boa pontaria, tanto pelo chão como no jogo aéreo. Como ser humano, adoraria ver o Adriano que brilhou entre 2004 e 2005 voltasse. Sabemos muito bem que Adriano sofreu um grande drama pessoal devido à perda de seu pai em 2006 e, desde então, ele nunca mais foi o mesmo. Claro que a morte do ente não seve para justificar todos os problemas, mas certamente esta perda teve grande influência para que Adriano chegasse ao fundo do poço.

Pelo Palmeiras, gostaria muito que o clube também se reerguesse do caos e voltasse a ser chamado de "Academia da Futebol". Desde aquela geração de 1999 (com Alex, Arce e Paulo Nunes) nunca mais vi o Verdão impor respeito pela qualidade de seu futebol. Houve apenas alguns jogadores razoáveis como Vadívia, Diego Cavalieri, Cleiton Xavier, Diego Souza, Pablo Armero e Kléber Gladiador. Está mais do que na hora do Palestra limpar o seu nome e fazer os adversários tremerem novamente.

Adriano, caso você realmente aceite jogar pelo Palmeiras, lembre-se de que esta será sua última e derradeira chance de limpar seu nome e voltar ao futebol. Estou torcendo muito pelo seu sucesso. Boa sorte, tanto ao Palmeiras quanto ao jogador.

Por Que Experiência em Campo é Importante

O meu "mentor" Paulo Cézar Caju sempre criticava os comentaristas e os treinadores que não têm experiência em campo. Concordo que, por vezes, ele exagerou nas críticas, mas hoje eu concluí que ele tinha uma certa razão...

A convite de um amigo meu, compareci a uma partida de futebol de salão (ou futsal) com alguns ex-colegas do laboratório onde eu estagiei por 5 anos.

Não joguei muito bem. Nunca fui bom de bola e eu estava visivelmente me poupando e evitando as trombadas e as boladas o máximo possível para não me machucar. Mas, ao mesmo tempo, vi como a vivência em campo é importante. Quem nunca teve experiência em campo, não entende como funciona o jogo, não sabe o que é ter visão de jogo, posicionamento, entre outras coisas. Ou seja, ele não pode passar nada aos seus comandados e, muitas vezes, não tem nem moral para comandar o time, porque o que acontece lá entre quatro linhas e bem diferente do que a gente vê na televisão.

O que eu joguei em quadra foi lastimável. Não tinha perna e nem pulmão para correr ou marcar, mas percebi o quão importante é se posicionar, trabalhar em equipe e ajudar o companheiro. Uma coisa que eu apliquei (após ter assistido a inúmeros jogos do Barcelona) foi "cercar" o marcador para possibilitar a triangulação. Sim. Posicionando dois jogadores próximos ao condutor da bola torna o seu próximo passe imprevisível, já que o condutor pode passá-la a dois companheiros, confundindo o marcador. Também aprendi o quanto é difícil trocar passes ou mesmo receber a bola quando você corre muito em campo. Repare como os jogadores do Brasil erram passes. Eles querem sair correndo para poder aproveitar algum contra-ataque, mas com isso, eles dificultam a recepção da bola e acabam dando-a de graça ao adversário.

Eu não tenho nada contra "quem nunca chutou uma laranja na vida", mas são palavras de alguém que foi tricampeão mundial e tem muita experiência em campo.

Vale a pena dar ouvidos às palavras de Caju. Vivência em campo faz muita diferença.

Caju, Onde Está Você?

Nunca canso de citar o grande Paulo Cézar Caju, afinal a coluna que ele escrevia no extinto Jornal da Tarde foi minha maior fonte de inspiração para este blog.

Até agora lamento que o jornal tenha acabado e, junto com ele, a coluna semanal do ex-jogador da Seleção Brasileira.

Estou torcendo para que o você arrume um novo espaço para divulgar suas idéias e trazer o futebol brasileiro ao que era: com menos brucutus e mais futebol-arte!

Enquanto isso, vou fazendo o possível para manter viva sua mensagem e ajudar a fazer do Brasil um país temido e respeitado dentro das quatro linhas. Isso, claro, sem os Ralfs, Denílsons, Richarlysons e Felipes Melos da vida.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Mais um Show da Argentina

A Argentina, pra variar, nos presenteou com mais esta boa exibição. Trocas de passes, criação de oportunidades, poucas faltas e muita vontade. É impressionante como os argentinos, mesmo contra marcações cerradas ou retrancas dignas de um Chelsea não se intimida e luta por cada bola alçada na área.

Óbvio que o destaque foi "La Pulga", Lionel Messi, jogador que alia esforço com habilidade. Ele realmente reúne as melhores características do futebol argentino. Também gostei dos dois laterais (Zabaleta e Rojo), que marcaram e também criaram oportunidades. E olha que não é característica dos laterais fora do Brasil subirem tanto para o ataque. O nosso "brasileiro" Walter Montillo foi esforçado e mostrou-se um bom batedor de bolas paradas, mas apanhou muito dos venezuelanos. Aliás, a Vinotinto jogou (se é que jogou) um futebol horrível, mais preocupado em defender e fazendo muitas faltas. Acho que ficou barato apenas quatro cartões amarelos para Arango e companhia. A zaga, que era um problema há até pouco tempo atrás para a Albiceleste, vem evoluindo, com menos faltas e menos gols sofridos. Tava na hora, né? Ninguém mais aguentava ver Demichelis, Samuel, Burdisso e Zanetti na defesa argentina.

Apesar do esquema ter se mostrado eficiente, não apreciei muito a "troca de posições" entre Messi e Higuaín. Pra mim, Messi é quem deveria jogar aberto pelas pontas e "El Pipita" é quem deveria ser o centroavante, mas Messi é quem teria pedido ao técnico Sabella a mudança...

Espero muito que a Argentina continue jogando futebol nesse nível maravilhoso e conquistem o tri na próxima Copa do Mundo. Vou torcer muito para isso!

O Jogo da Paz

Faz quase dez anos que as guerras que decretaram a fragmentação da antiga Iugoslávia terminaram, mas as feridas deixadas pelo ditador Slobodan Milosevic ainda não haviam cicatrizado. E, por isso, a expectativa para o jogo entre as duas ex-nações da Iugoslávia era muito grande. As confederações de futebol dos dois países até fizeram acordos para que uma única torcida comparecesse aos estádios para que brigas motivadas pelas questões políticas não interferissem no espetáculo.

As equipes, no entanto, demonstraram respeito mútuo e, pelo menos para o campo, não permitiram que as questões políticas interferissem no jogo. Todos se cumprimentaram e respeitaram ao minuto de silêncio dedicado ao um dirigente croata.

No final, prevaleceu a diplomacia e a esportividade, mostrando que duas nações, outrora inimigas, podem se respeitar, ao menos dentro de campo, e que o passado sombrio envolvendo as duas nações está ficando para trás.

Independente do resultado, quero parabenizar as duas equipes pela partida e pela atitude exemplar para as próximas gerações, que poderão desfrutar de um futuro de paz e prosperidade após um passado marcado pelo sangue e pela intolerância.

O JOGO

A partida teve o resultado merecido, afinal a Croácia tinha um time muito mais ofensivo e criativo que o da Sérvia, que é mais conhecida pelos seus defensores do que pelos seus meias ou atacantes, como Vidic, Subotic e Ivanovic.

Lamento apenas que a Hrvatska não ter valorizado a posse de bola, apesar de contar com meias de habilidade razoável, como Rakitic, Modric, Kranjcar e Perisic (este último, não foi convocado para estas partidas). Garanto que se a Croácia tivesse trocado mais passes, certamente teríamos uma partida bem nais tranquila para os Vatreni. O jogo foi decidido muito mais na força física do que na habilidade.

Me impressionou também a participação dos trintões croatas -Srna, Pletikosa, Simunic e Olic- que mostraram que ainda têm muita lenha para queimar apesar de já terem 30 anos ou mais.

Espero que até 2014, os croatas melhorem seu time e consigam repetir (ou mesmo superar) o desempenho de 1998, com Boban, Bilic e Suker. Quanto à Sérvia, lembremo-nos que trata-se de um time predominantemente jovem. Esses garotos ainda vão crescer e amadurecer muito e, quem sabe, dar muitas alegrias a seu sofrido país.

Será que Agora o Fabuloso Aprende?

Quatro jogos de gancho. É o que Luis Fabiano levou por causa da discussão que ele teve com o árbitro ao final da derrota por 2x1 contra o Arsenal de Sarandí.

Já venho fazendo críticas severas ao atacante, que já tem 32 anos nas costas, mas age como se tivesse 17.

Ele e o Lúcio, que já passaram anos na Europa e já serviram à Seleção várias vezes (inclusive em Copas do Mundo), não têm mais o direito de levar cartões infantis, como os que levaram nas últimas semanas.

O Fabuloso é o vice-capitão da equipe e, como tal, deveria se postar como um exemplo positivo para o elenco que é predominantemente jovem.

E o técnico Ney Franco e os dirigentes também deveriam dar uma punição exemplar a ele, e não ficar passando a mão na cabeça do jogador, ou então ele nunca vai aprender como se porta em campo.

Luis Fabiano, por favor, encare esta punição com maturidade. Você é adulto, tem 32 anos e é pai. Você, como líder de um grupo e chefe de família, tem a obrigação de se portar como tal.

Os Dois Deuses Brasileiros do Japão

Coincidência ou não, no mês de março nasceram os dois esportistas brasileiros mais respeitados no Japão: Ayrton Senna da Silva (nascido em 21 de março de 1960) e Arthur Antunes Coimbra, o Zico (nascido em 3 de março de 1953). Chega a ser impressionante o respeito que o pessoal da Terra do Sol Nascente tem para com estes dois esportistas. Estátuas, museus e muitas, mas muitas homenagens.

Senna se foi há 19 anos, mas seu legado permanece mais vivo do que nunca. O paulistano ainda é o piloto brasileiro mais bem sucedido na Fórmula 1, com três mundiais conquistados na categoria. Mas o piloto era muito mais do que os títulos, criou-se uma visão muito romântica sobre Senna, graças à sua simpatia e a maneira passional como ele encarava as competições. Poucos pilotos tinham tanto carisma como Ayrton. Era emocionante acordar cedo aos domingos só para vê-lo correr. Vibrei com as duas vitórias que ele conquistou em Interlagos, em 1991 e 1993. Tamanha era a empatia do piloto para com seu torcedor que até mesmo os frios e discretos japoneses se curvam ante a imagem de nosso eterno tricampeão. Os títulos que ele conquistou no Japão e os motores Honda (que ele usava em seus tempos de McLaren) o ajudaram a se aproximar do público nipônico.

Zico, assim como Senna, é reverenciado como um deus no Japão. Parece um exagero, mas nosso Galinho de Quintino teve uma grande importância na profissionalização e na projeção da liga de futebol japonesa, a J-League. Como jogador, Zico é comparado a Pelé, Garrincha, Sócrates, Tostão, Falcão e outros craques de nosso futebol. Ele foi um meia-atacante genial. Um jogador respeitado até hoje na Udinese (Itália) e no Kashima Antlers (Japão), times por onde ele atuou no exterior. E, claro, ele é até hoje o maior ídolo do Flamengo, clube que o revelou e o projetou para o mundo, com os vários títulos conquistados. É uma pena que ele e sua geração nunca tenham conquistado uma Copa do Mundo, jogando um futebol que combinava beleza, talento e coletividade. Infelizmente, não tive a oportunidade de ver o Galinho jogar. Quando eu comecei a ver futebol, Zico já estava pendurando as chuteiras.

O legado deixado por Senna e Zico no Japão mostra como a admiração e o respeito aos ídolos transcende as barreiras geográficas e o tempo. Nossos brasileiros também mostraram que os feitos de um grande esportista vão muito além dos títulos e dos troféus.

quinta-feira, 21 de março de 2013

O Felipão Precisa Mudar Alguns Conceitos

Quando a CBF anunciou o retorno de Luis Felipe Scolari à Seleção Brasileira, achei um grande absurdo, afinal estávamos acabando com a renovação de nosso futebol e dando um passo atrás. Pior ainda é saber que Guardiola, que estava desempregado na época, havia demonstrado disposição em dirigir a nossa Canarinho. E as demonstrações de retrocesso já começaram, com os retornos de Júlio César, Kaká e Luis Fabiano (que, graças à Deus, não foi convocado contra a Itália). O Júlio César, como eu disse antes, já foi um grande goleiro, mas agora está em franca decadência, jogando pelo insignificante Queens Park Rangers. O Kaká não vem jogando nada desde 2008 e ele é reserva do Özil e do Modric no Real Madrid.

Bom, o jogo de hoje teve dois tempos distintos: o primeiro em que o Brasil deu alguns lampejos de criatividade e ofensividade, e o segundo em que vi o time acuado como um animal indefeso para segurar o resultado, deixando a Itália crescer e arrancar o empate.

O primeiro tempo foi bom. Finalmente eu vi o Brasil apresentar um pouco de criatividade e ofensividade, com o Felipão emulando o 4-2-3-1 (ou 4-2-1-3) do Corinhtians e do São Paulo. Boas participações do Oscar e do Felipe Luis. Hulk e Daniel Alves não jogaram bem, mas foram esforçados. A Itália, apesar de ter ido para o vestiário com a derrota, não jogou mal, trocou passes e mostrou um jogo coletivo razoável. Foi uma boa jogada do técnico Cezare Prandelli usar a Juventus como base, um dos únicos times italianos que ainda apresenta alguma elegância em campo na Serie A. Só acho que ele errou ao não começar com o talentoso El Sharaawy.

No segundo tempo, o Felipão recuou o time e deixou todo o campo para a Itália jogar. Il Faraone entrou em campo e ajudou a pôr fogo no jogo. E o Felipão ainda tira o Oscar pra colocar o Kaká e o Hulk pra colocar o Jean. Não seria melhor tirar um volante e colocar outro meia para ajudar a manter a posse da bola? A Itália merecia ter vencido o jogo, se o Balotelli não tivesse perdido um gol feito.

Em resumo: o maior culpado pelo empate foi o Felipão que não teve ousadia para atacar e liquidar a fartura, e nem inteligência para manter a posse de bola e impedir os italianos de jogar.

Se o jogo serviu pra algo? Serviu pro Bayern de Munique ver algumas falhas no esquema tático da Juventus, já que Juve e Bayern se enfrentarão na Champions League nas próximas semanas...

Em tempo: do jeito que a coisa vai, nosso time em 2014 vai ser: Júlio César (Dida), Lúcio, Cris e Juan; Maicon, Gilberto Silva, Kaká, Kléberson e Gilberto Melo; Ronaldinho Gaúcho e Neymar.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Não Matem o Vôlei Brasileiro!

Saindo um pouco da esfera futebolística, resolvi comentar um pouco sobre o esporte que, acredito eu, é a nossa segunda paixão nacional: o vôlei.

O vôlei brasileiro vem ganhando notoriedade desde a Geração de Prata dos Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles, EUA. De lá pra cá, tanto o vôlei masculino quanto o feminino foram evoluindo e tiveram o seu auge na década passada, quando ganharam praticamente todos os campeonatos que disputaram.

O desempenho das nossas Seleções motivou mais investimentos no esporte.

Hoje, nossos times de vôlei são quase tão bons quanto os da Rússia, da Itália e dos EUA. Muitos atletas que servem à Seleção estão voltando ao Brasil graças aos bons salários, à boa estrutura oferecida pelos clubes e à qualidade do torneio. Muitos estrangeiros, como Leal, Vasileva, Filip, Logan Tom, Sarah Pavan e Quiroga também vieram participar dos nossos campeonatos, graças à qualidade de nossas equipes.

E é por isso mesmo que eu gostaria de manifestar minha opinião contra o "sistema de pontuações", que está sendo proposto por alguns dirigentes da CBV.

Explicando: cada jogador recebe uma quantidade de pontos, dependendo dos títulos e das convocações que ele recebe -quanto mais, maior a pontuação. E cada time pode ter uma quantidade limitada de pontos totais. São abonados pontos de jogadores formados nas bases do proprio clube. O mesmo estatuto também  limita a quantidade de atletas estrangeiros no clube. O objetivo é evitar que sejam formados supertimes, como é o caso do Sollys/Osasco e do Unilever/Rio de Janeiro. Segundo o técnico Zé Roberto Guimarães, o Osasco e o Rio são muito poderosos e inibem a formação de novos times de vôlei, bem como patrocínios aos clubes menores.

Eu acho que isso seria nivelar os times por baixo. O Osasco e o Rio são a base da Seleção Brasileira Feminina. Enfraquecer os times também enfraqueceria a nossa Seleção, bem como a qualidade do nosso vôlei. Se fosse assim, o Real Madrid e o Barcelona deveriam ceder seus melhores atletas ao Valladolid, ao Celta de Vigo, ao Rayo Vallencano, ...

Se falta dinheiro aos outro clubes, basta dar ajuda a eles sem prejudicar os melhores clubes: aumentar a exibição dos jogos na TV aberta, colocar mais patrocínios nas camisas (o Corinthians fez isso em 2009; fica feio, mas gera um grande lucro), oferecer crédito aos clubes menores, ...

O vôlei brasileiro é um dos melhores do mundo e, por isso mesmo, deve receber investimento, e não sanções para prejudicar os melhores times.

Por favor, Sr. Ary Graça! Não permita que seja feita essa vergonha ao vôlei nacional. A menos que o Sr. esteja interessado em dar uma colher de chá às seleções de outros países...

Como eu Montaria o meu Time

Já que os "professores" não têm ousadia pra colocar os times no ataque, eu proponho maneiras de tirar os times da mesmice e resgatar o nosso futebol como deve ser: equipes que priorizem a criatividade, o ataque e a posse de bola. Nada de chutão, carrinho ou marcação. O negócio comigo seria colocar o time pra tomar a iniciativa e controlar o jogo o tempo todo.

Se olharmos como o Barcelona e o Borussia Dortmund atuam, nós vemos que os times não fazem nada de muito complexo, apenas ficam trocando passes o tempo todo e, com isso, mantêm a posse da bola e não deixam o pobre do adversário jogar. E estes times sempre têm feito boas campanhas nos últimos anos.

Aqui vão algumas maneiras como eu montaria meu time, baseando-me no sucesso que tiveram estes dois times.

1- FORMAÇÃO: eu distribuiria os jogadores pelo campo, de modo que não houvesse um único espaço sequer sem um homem de meu time -inclusive no campo de ataque. O objetivo é manter um jogador sempre próximo um do outro para facilitar a troca de passes e também permitir as "triangulações", para que haja sempre mais de uma opção de passe caso algum jogador estivesse muito marcado. Utilizaria os esquemas 2-3-2-3, 3-2-3-2, 3-1-3-3 ou 3-3-1-3.

2- MODUS OPERANDI DO TIME: meu time não precisaria ter pressa para fazer um gol. Bastaria ficar com a bola trocando passes. Enquanto a bola for minha, nenhum adversário pode fazer nada contra mim. Os jogadores também não precisam correr muito com a bola, o que diminuiria os riscos do atleta se cansar (ainda mais em jogos na altitude). Porém há uma única situação que eu gostaria de fazer um gol o quanto antes...

3- LIDANDO COM O ADVERSÁRIO: óbvio que meu adversário não vai ficar lá parado esperando que eu faça o gol, ele vai tentar tomar a bola de mim de alguma forma. Um esquema, quando é usado demais, acaba ficando manjado, ainda mais se o meu time estiver fazendo uma temporada boa. Mas tenho umas contra-medidas para surpreender os rivais...

3-A- Adversários Entrincheirados: esse tipo de adversário recua todo o time, tenta roubar a bola no campo de defesa e fazer um contra-ataque em velocidade (geralmente pelos flancos), enquanto meu time está, teoricamente, exposto. Contra esse tipo de adversário, o Jordi Roura (que, quem diria, critiquei pesadamente há três semanas atrás) me deu a fórmula: adiantar a marcação e pressionar o oponente no campo de ataque. Se o oponente tentasse se entrincheirar próximo à meta, como o Chelsea fez no ano passado, aumentaria a pressão e tentaria tomar a bola no campo de ataque, com 3-3-4, 4-2-4 ou 2-4-4.

3-B- Marcação Individual: esse é o meu adversário preferido. Ele ficaria correndo atrás da bola o tempo todo e, uma hora, ficaria cansado e/ou nervoso, enquanto meu time fica só trocando passes e fazendo "bobinho" com o pobre adversário.

3-C- Adversário Ofensivo: enquanto a bola for minha, esse adversário é totalmente inofensivo. A menos, que ele descubra um jeito de fazer um gol sem a bola...

3-D- Jogo na Casa do Adversário: um time sempre leva vantagem quando joga junto de sua torcida, mas há um jeito muito eficaz de virar a mesa ao meu favor: fazer um gol o quanto antes, de preferência nos primeiros minutos. Isso deixa o adversário abalado psicologicamente, desesperado para não dar vexame diante de seu torcedor e o torna uma presa fácil. Alguns ficarão tão nervosos que passarão a apelar para as faltas e serão expulsos. E o gol na casa do adversário também atinge a torcida que ficará num silêncio fúnebre ou, em casos mais extremos, se voltará contra o próprio time.

E se um oponente resolver tentar trocar passes contra mim? Bom, aqui o blogueiro não tem a resposta. Por enquanto! Pelo que eu pude ver em jogos onde tivemos treinadores com essa filosofia se enfrentando (São Paulo X Barcelona, em 1992 e Barcelona X Atlethic Bilbao, 2012), posso dizer que esse tipo de jogo se vence nos detalhes. Aquele que tiver o time melhor preparado e vivendo o melhor momento, vence. Estou esperando ansiosamente que o Barça e o Borussia Dortmund se encontrem na Champions League para que eu possa responder a essa pergunta com precisão!

4- FLEXIBILIDADE: essa um amigo meu me falou. O mais importante de ser um técnico, não é ter um esquema tático pronto para os jogadores, mas sim adaptar seu esquema tático para tirar melhor proveito das características dos atletas que eu tenho à disposição.

Como eu disse em outro post, nunca joguei bola na minha vida, mas tenho certeza que o que eu postei aqui ainda seria de grande valia, principalmente para os "professores" daqui que só pensam em marcação e em bola parada.

terça-feira, 19 de março de 2013

Já que os Dirigentes Querem Resultados a Curto Prazo...

Quando você resolve montar seu próprio negócio, você acredita que você terá retorno logo no primeiro mês? Dificilmente. Você terá que amargar muitos meses de prejuízo até conseguir conquistar a confiança do seu cliente e o seu espaço no mercado. Você precisa ter muita sorte de principiante e/ou uma visão apuradíssima de mercado para que seu negócio dê retorno logo de cara.

Quando você contrata um treinador, é a mesma coisa. Como eu acabei de dizer no post anterior, leva tempo para um treinador conhecer o elenco, montar um time e entrosar todo mundo. E isso pode levar meses e muitas batalhas são perdidas no processo.

Os dirigentes e os torcedores não têm paciência para bancar um treinador. Querem resultados "pra ontem". E os cartolas mostram muito amadorismo quando cedem às pressões da torcida e da mídia quando dizem que "o treinador está mal no cargo". Será mesmo que o treinador está mal no cargo, ou ele simplesmente ainda não conseguiu montar um time?

Eu acredito que não existe treinador milagroso, aquele que vai chegar, vai montar um time logo de cara e vai ganhar tudo. Telê Santana levou pelo menos um ano para transformar o razoável São Paulo naquela máquina que ganhou duas Libertadores e dois Mundias Interclubes seguidos. E Felipão só levou o Palmeiras à sua primeira Libertadores depois de dois anos no cargo.

Mas se os dirigentes querem mesmo uma solução a curto prazo, seja para seus clubes ou para a Seleção, aí vão minhas sugestões:

1- Josep Guardiola: assumiu o Barcelona após a saída de Frank Rijkaard e de várias estrelas do elenco. Guardiola remontou o time praticamente só com jogadores da base e, logo em sua primeira temporada, já faturou um Campeonato Espanhol e uma Champions League.

2- Arsène Wenger: todo fim de temporada, o Arsenal perde dois ou três jogadores importantes para os clubes mais ricos e, mesmo assim, os Gunners sempre conseguem fazer temporadas razoáveis na Premier League e na Champions League. Isso se deve muito à competência de Wenger, que precisa remontar o elenco toda temporada. E ele ainda consegue tirar leite de pedra desses elencos remontados às pressas.

3- Jurgen Klopp: treinador do Borussia Dortmund. Ganhou duas Bundesligas consecutivas com um elenco cheio de garotos e usando um futebol leve com trocas de passes. Perdeu peças importantes nos finais de temporadas e, mesmo assim, Klopp conseguiu repor as perdas com jogadores a altura e manteve o desempenho da equipe.

São todos caros? Sim, são. Mas a CBF e os clubes têm dinheiro de sobra para pagar milhões de reais anuais a vários jogadores. Pagar milhões para um técnico especialista em montar elencos a curto prazo traria grandes retornos e ainda curaria a impaciência dos torcedores e dirigentes.

Pelé "Recomenda" o Corinthians

Nesses dias, Pelé recomendou que a Seleção Brasileira usasse o Corinthians como base na montagem de um time.

Em termos de desempenho, não dá para negar que o Rei tem suas razões: o Corinthians vive um bom momento, toma poucos gols e vem evoluindo em termos de ofensividade e criatividade com as chegadas de Pato e, principalmente, Renato Augusto. Mas o time ainda carece de melhorar os passes e valorizar a posse da bola.

No entanto, eu creio que o bom momento que o Timão vive é muito mais mérito da competência da diretoria alvinegra do que dos jogadores ou da comissão técnica.

Não tiro os méritos de Tite ou dos atletas, mas é bom lembrar que os dirigentes do Coringão bancaram Tite mesmo nos momentos de tempestade, como aquela queda diante do inexistente Deportes Tolima. Se a diretoria não tivesse um projeto para Tite e cedesse à pressão dos torcedores, pode ter certeza que a cabeça do treinador gaúcho teria rolado ainda em 2011 e o Timão não teria vivido o momento mágico de 2012.

Como eu disse em outro post, Tite venceu quase todos os campeonatos possíveis porque a diretoria deu respaldo ao treinador e ele pôde montar um elenco com tranquilidade e acertar um esquema tático aproveitando melhor as características dos atletas.

Portanto, antes que o Marin e os outros cartolas da CBF saiam por aí achando que a base do Corinthians vai fazer algum milagre, como o Rei aconselhou; é bom lembrar que o treinador precisa de respaldo e tempo para acertar o elenco primeiro.

A Camisa 9 ainda Está sem Dono

Luis Fabiano, Fred, Hulk, Grafite, Jonas, Leandro Damião, André, Pato. Vários jogadores foram testados como atacantes centrais na Seleção Brasileira nestes últimos anos.

Todos os jogadores acima foram bons centroavantes em seus clubes, com exceção do Hulk, que joga aberto pelas pontas, apesar de proteger bem a bola. Mas nenhum deles se acertou com a Amarelinha. Os melhorzinhos foram  Fred e Pato, mas o capitão do Flu ainda não teve nenhuma atuação digna de seus tempos de Lyon. E Pato sempre oscilou muito, alternando bons e maus desempenhos.

O centroavante é, geralmente, aquele atacante que joga mais perto da área adversária. Esse jogador deve ter boa noção de posicionamento, pontaria certeira e fazer o "pivô", que é receber a bola dos meias e dos pontas e chutar pro gol.

Os últimos bons centroavantes que eu vi jogar foram Ronaldo (o Nazário, não o Gaúcho e nem o Cristiano) e o Adriano. E os dois não jogam desde 2011, quando Ronaldo encerrou sua carreira e quando Adriano fez suas últimas atuações, ainda pelo Corinthians.

Podemos tentar explicar a falta de bons atacantes desse tipo: a falta de criatividade no meio-de-campo (lembra quando falei das reclamações de Barcos e Liédson?), excesso de preciosismo ou de nervosismo, falta de treinamento adequado (lembra quando falei que os "professores" não treinam fundamentos?), entre outros.

O fato é que nós ainda não encontramos o centroavante ideal para nossa Seleção. Ou que, pelo menos, se encaixe no esquema tático proposto. E pelo jeito vai ser ainda mais difícil porque os times que o Felipão arma deixam um vazio no meio-de-campo e dependem muito da sorte para que um chutão dado pelos volantes e zagueiros botinudos caiam nos pés do jogador correto. Assim fica difícil, né, "professor"?

Falta pouco mais de um ano para a Copa do Mundo e nós ainda não montamos um time. E, pelo jeito, nós vamos ter que rezar pela boa vontade do Adriano para preenchermos a vaga...

segunda-feira, 18 de março de 2013

Xavi e Iniesta Seriam Recusados no Brasil

Qual o perfil de meio-campista que os "professores" adoram? Eles gostam de meias rápidos, capazes de carregar a bola do campo de defesa até a área adversária em jogadas individuais e que tenham fôlego para voltarem para marcar. Ah! Se eles forem fortes, grandes e bons batedores de bola parada, melhor.

Quanta gente pega no pé do Jadson, Ganso ou Douglas (do Corinthians) pelo fato deles não terem a velocidade e nem a força como ponto forte? Mas se tirarmos os "sonolentos" do campo, pode ter certeza que os atacantes do seu time vão reclamar muito porque as bolas não chegam até a área ou porque eles têm de voltar até atrás da linha da intermediária para virem buscar a bola. Liédson e Barcos chegaram a reclamar publicamente disso no ano passado.

Por outro lado, caras como Tcheco e Marcos Assunção SEMPRE têm mercado. Não é que o Mano Menezes (após dois anos de frustradas tentativas) fez o Timão pagar uma nota preta pra tirar o truculento Tcheco do Grêmio em 2010? E o Marcos Assunção que não ficou nem uma semana desempregado, apesar dele ser um jogador que vive machucado e que já está em franca decadência?

E é por isso que eu acho que dois dos melhores jogadores do mundo não teriam espaço aqui no Brasil se eles fossem dois desconhecidos. Sim, Xavi e Iniesta iriam dar com o nariz na porta com nossos "professores".

Xavi e Iniesta até fazem jogadas individuais, mas sair correndo com a bola dominada não é a deles. Os dois também são baixinhos, não são muito fortes, não marcam tanto e nem são bons nas cobranças de falta. Talvez, o Xavi tivesse um pouco mais de mercado aqui no Brasil, já que ele também joga de volante, mas ele seria preterido em relação a caras como Ralf e Denílson.

Só acho estranho quando esses dois baixinhos conseguem colocar os grandões da Itália e da Holanda na roda. Por que a Azzurra e a Oranje, que têm jogadores muito maiores e mais fortes, não viram a cor da bola quando disputaram as finais contra a Furia em 2012 e 2010, respectivamente, hein? Será que os "professores" daqui vão dizer que a arbitragem favorece a Espanha? Vão dizer que "treinar um time aqui no Brasil é diferente"?

Enquanto nossos "professores" só avaliarem os jogadores pelo desempenho físico e pelas bolas paradas, pode ter certeza que nosso futebol vai continuar caminhando cada vez mais para o abismo. E os "baixinhos" da Espanha vão continuar dando espetáculos em campo.

O Maior Técnico que eu Já Vi

Talvez você nunca tenha ouvido falar de Hendrik Johannes Cruijff, mais conhecido como Johann Cruyff, mas pode ter certeza que você conhece seu trabalho.

Cruyff é considerado o maior jogador da Holanda de todos os tempos. Ele está para aquele país, assim como Pelé está o Brasil, assim como Maradona está para a Argentina e assim como Beckenbauer está para a Alemanha.

Como jogador, Cruyff era um meia-atacante genial e o cérebro do esquema tático da Seleção Holandesa de 1974. Aliás, aquele timaço, comandado pelo saudoso Rinus Michels tinha muitas semelhanças com o Barcelona nos dias de hoje: marcação no campo de ataque, jogo coletivo, posicionamento ofensivo para favorecer trocas de passes, ... Era um time de tirar o fôlego literalmente. Não a toa, esse time ficou conhecido como "Laranja Mecância". Vale lembrar que Cruyff e Michels também haviam trabalhado juntos no Ajax e no Barcelona.

Como treinador, Cruyff elaborou um esquema tático visivelmente inspirado no de Michels e o colocou em prática no Barcelona. De novo estavam lá a troca de passes, o posicionamento inteligente, a marcação por pressão no campo de ataque e o jogo coletivo. E ele contava com grande jogadores, como Michael Laudrup, Txiki Begiristain, Hristo Stoichkov e Josep Guardiola que, mais tarde, se tornaria o sucessor de Cruyff e implantaria um esquema tático no próprio Barcelona inspirado no do holandês.

Em 1992, Cruyff levou o Barça a sua primeira Champions League e enfrentaria o São Paulo de Telê Santana no mundial de clubes. Revendo os vídeos daquele jogo, fiquei impressionado como era o embate entre dois treinadores de filosofias tão semelhantes. Telê era outro treinador que era fã confesso de Michels e também armou o São Paulo com um esquema parecido com o "Carrossel Holandês". Foi um grande espetáculo do futebol-arte. Na época, torci para o São Paulo, mas se fosse hoje, ficaria satisfeito se qualquer um dos dois times prevalecesse.

Mas pra mim, o que realmente fez de Cruyff um treinador inteligente, foi a maneira como o holandês lidava com Romário. Todos nós sabemos que Romário era um baladeiro costumas e vivia chegando atrasado nos treinos, mas Cruyff sabia como usar a fanfarronice do Baixinho ao seu favor. Em entrevistas publicadas no site globoesporte.com, Cruyff declarou que fazia acordos com nosso eterno camisa 11: o Baixinho teria direito a dias de folga extras dependendo do número de gols marcados. Sim. Cruyff não se importava se o jogador era disciplinado ou não. Para ele, o que importava era que Romário jogasse bem. E, dessa forma, Romário foi eleito o melhor jogador do mundo em 1994! Pode ter certeza que se fossem o Felipão ou o Muricy, Romário já estaria confinado ao banco de reservas e sendo negociado com algum outro clube.

E Cruyff não abre mão de suas convicções. Para ele, o futebol de hoje está cada vez mais truculento e menos técnico. Ele criticou abertamente as seleções do Brasil e da Holanda em 2010 por causa do excesso de violência. E não é que ele tinha razão? O pisão de Felipe Melo em Arjen Robben e o chute de Nigel de Jong no peito de Xabi Alonso mostraram claramente como o futebol desses países se deteriorou.

É uma pena que cada vez menos exitam homens como Johan Cruyff. Se ele tivesse a oportunidade de dirigir a Seleção Brasileira, pode ter certeza que daríamos um pau até na Espanha.